Ação humana e desaparecimento de espécies

sábado, 26 de abril de 2014
"Assim Diógenes dizia que 'se se quer encontrar salvação, deve-se ter bons amigos e ardentes inimigos, porque os primeiros vos dão lições e os segundos vos censuram.' "  -  Plutarco  -  Como distinguir o amigo do bajulador

Todos os fenômenos climáticos provocam impactos nos ecossistemas. Aumento da temperatura, redução dos índices pluviométricos, queda da temperatura; são eventos que podem influir no modo de vida das espécies, interferindo em seus hábitos alimentares, ciclo reprodutivo e capacidade de sobrevivência dos indivíduos novos. Na complexa cadeia da vida, fatores abióticos (aspectos químicos e físicos de um ambiente) e bióticos (outras espécies vivas) contribuem na formação, no desenvolvimento e desaparecimento das espécies vivas.
Desde seu surgimento sobre a Terra, há 3,8 bilhões de anos na forma de microorganismos unicelulares, a vida sempre teve que se adaptar aos mais diversos ambientes. Muitas vezes, no entanto, quando as mudanças ocorreram de forma rápida e ampla, afetando um grande numero de ecossistemas, as espécies desaparecem em larga escala. Exemplo disso é o que ocorreu no período geológico do Permiano, há cerca de 250 milhões de anos, quando mais ou menos 95% das espécies marinhas e 70% das espécies terrestres foram extintos em poucos milhões de anos. O cataclismo foi o maior fenômeno deste tipo, sendo chamado pelo paleobiologista D.H.Erwin como “a mãe de todas as extinções em massa”. Fenômenos deste tipo felizmente não são frequentes, tendo ocorrido sete vezes ao longo dos 3,8 bilhões de anos da história da vida terrestre. Por outro lado, a formação de novos ecossistemas com espécies adaptadas ao novo ambiente não ocorre em curto espaço de tempo.
A maior parte dos desaparecimentos de espécies é chamada de extinção de fundo, ocorrendo permanentemente, dia a dia, em todos os cantos do planeta, provocando a lenta e constante eliminação de espécies animais e vegetais. Lembrando que ao mesmo tempo se dá a gradual diferenciação de indivíduos, proporcionando o surgimento de novas espécies, que por sua vez vão ocupar os nichos biológicos deixados pelas espécies extintas.
Em pequena escala isto está ocorrendo hoje, nos rios e reservatórios que formam o Sistema Cantareira, que abastece com água grande parte da cidade de São Paulo e alguns municípios vizinhos. Segundo cientistas, com o procedimento de esgotamento de água do fundo das represas, o chamado “volume morto”, serão parcialmente destruídos diversos ecossistemas que existem nestes rios e lagos. “A alteração que essa queda de volume de água nos rios e represas e a possibilidade de se mexer no volume morto do Cantareira podem provocar nesse meio ambiente, é sem precedentes e só poderá ser avaliada no futuro”, afirma a bióloga e professora da Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) Silvia Regina Gobbo. Com a redução do volume de água aumenta a temperatura, reduz-se o oxigênio dissolvido e cresce a concentração de poluentes; fatores que somados potencializam a mortandade de espécies e ecossistemas.
O gradual desaparecimento da maior parte das espécies que vivem no Sistema Cantareira já se manifesta por acontecimentos que parecem sem importância, mas que se tornando freqüentes podem acelerar o processo. Exemplo disso é a mortandade de cascudos – peixes bastante resistentes – ocorrida em fevereiro no rio Camanducaia, na altura da cidade de Amparo e a recente morte de cerca de 20 toneladas de peixes, entre os quais espécies como o dourado, a corimba e a piapara. Especialistas dizem que a extinção de centenas ou milhares de espécies deste ecossistema pode não ter volta (pelo menos por enquanto) - para azar nosso e dos ecossistemas.
(Imagens: fotografias de Ricardo E. Rose)

Novo relatório do IPCC ratifica mudanças climáticas

sábado, 19 de abril de 2014
"Considerando-se nossos cinco séculos de história, a extensão física e o volume populacional deste país, a nulidade de nossa contribuição espiritual chega a ser um fenômeno espantoso, sem paralelo na história do mundo."  -  Olavo de Carvalho  -  O mínimo que você precisa saber para não ser idiota

O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), órgão mundial para acompanhamento das mudanças do clima terrestre, publicou recentemente mais um documento. O estudo intitulado de “Mudanças Climáticas 2014: impactos, adaptação e vulnerabilidade”, contou com a colaboração de 309 cientistas de diversas áreas, de 70 nacionalidades. Elaboradas e divulgadas periodicamente, as pesquisas da instituição apontam novos fatos, que comprovam cada vez mais o aquecimento da atmosfera terrestre causado pela ação humana. Apesar de ainda existirem setores da economia, da política e da ciência que colocam em dúvida o aquecimento do planeta, Michel Garrand, secretário da Organização Meteorológica Mundial (OMN) afirma que “não há nenhuma dúvida de que o clima está mudando e que 95% destas mudanças devem-se à ação humana”.
Os autores dividem as mudanças em eventos que deverão ocorrer em médio prazo, até 2030 ou 2040, e os que podem ocorrer no longo prazo, entre 2080 e 2100. No final deste período, a temperatura média da Terra deverá ter aumentado de 2º a 4º Celsius. Já em médio prazo deverá aumentar gradativamente a acidez dos oceanos, fato que já começa a ser percebido atualmente. O fenômeno afetará a sobrevivência de diversos organismos marinhos e causará grandes estragos nas formações de corais. Com isso, será prejudicada uma diversificada fauna que vive nos corais, incluindo espécies que utilizam os bancos de corais como local de alimentação e procriação.
O impacto do aquecimento na produção de grãos também será bastante forte, podendo causar o aumento do preço dos alimentos e fome em várias regiões do globo. O estudo prevê que as culturas de milho, arroz e trigo – cereais que constituem a base alimentar de 80% da humanidade – serão cada vez mais afetados pelo calor e poderão apresentar quebras de safra de 25% até 2050.
Relatórios anteriores do IPCC já divulgaram aspectos das mudanças climáticas que se tornarão cada vez mais frequentes nas próximas décadas, como o derretimento de geleiras e a ocorrência de fenômenos climáticos extremos; furacões, secas e chuvas torrenciais. No mais novo relatório foi dado ênfase aos aspectos sociais do fenômeno, principalmente as migrações causadas por catástrofes climáticas. Falta ou excesso de água deverá forçar milhões de pessoas a deixarem suas regiões de origem, aumentando a pressão populacional sobre cidades e tornar extensas áreas de agricultura temporariamente improdutivas. Estes fenômenos ocorrerão principalmente em países localizados nas regiões tropicais do planeta que, coincidentemente, são as mais pobres e as mais populosas. Assim declara Kaisa Kosonen, ativista da ONG Greenpeace, que “pela primeira vez o IPCC tem um capítulo inteiro sobre segurança humana, que fala sobre conflitos violentos, migração. As mudanças climáticas não são só um problema para os ursos polares, recifes de corais e a floresta tropical, mas é sobre nós.”
A Europa já prepara um plano para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa em 40% até 2030. Segundo o cientista do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), José Antonio Marengo Orsini, o Brasil também precisa colocar a questão do clima em sua agenda política. No entanto, a depender da linha de atuação do atual governo, parece que uma política nacional de mudanças climáticas mais efetiva tem pouca importância.
(Imagens: fotografias de Ricardo E. Rose)

A crítica da modernidade

sábado, 12 de abril de 2014
"A Terra real não precisa ser salva. Pôde, ainda pode e sempre será capaz de se salvar, e agora está começando a fazê-lo, mudando para um estado bem menos favorável a nós e outros animais. O que as pessoas querem dizer com o apelo é 'salvar o planeta como o conhecemos', e isso agora é impossível."  -  James Lovelock  -  Gaia: alerta final

A modernidade foi um período na história cultural da humanidade que se estendeu aproximadamente da Revolução Francesa, no final do século XVIII, até meados do século XX. Estes critérios não são unânimes, porque alguns historiadores e sociólogos consideram o século XVI como início deste período. Outros afirmam que a modernidade ainda não terminou e que a expressão “pós-moderno” não tem razão de ser.
A divisão da história em períodos (Antiguidade, Idade Média e Modernidade), iniciada pelo historiador alemão Christoph Cellarius (1634-1707), não é isenta de influências ideológicas, representando interpretações de períodos da história da humanidade baseados em paradigmas culturais. No entanto, para seguir a interpretação majoritária, consideraremos que a modernidade teve início com a Revolução Francesa e terminou na metade do século XX, por razões que explicaremos ao longo do texto.
O ponto principal da discussão sobre a modernidade tem a ver com a “mentalidade moderna”; uma maneira diferente de encarar o mundo; uma nova cultura – em comparação e oposição à mentalidade e cultura medieval. A temática não é nova e já ocupou os enciclopedistas, que foram os principais propagandistas da idéia de que a Idade Média foi um período de ignorância e opressão, o “período das trevas”. Sob esta perspectiva, pode-se considerar que o surgimento do protestantismo, da imprensa e o contato com as novas culturas das terras recém descobertas no século XVI, já contribuíram para a formação de uma mentalidade moderna.

Outro grande marco na formação da modernidade foi o surgimento da moderna ciência com Francis Bacon (1561-1626) e Galileu (1564-1642) junto com o desenvolvimento da matemática (geometria analítica) e da moderna filosofia (metafísica) por Descartes. A física newtoniana, que tanto influenciou o filósofo Voltaire – um dos inspiradores da Revolução Francesa – também é considerada um grande marco na formação da mentalidade moderna. Na França o século XVIII vê nascer a Enciclopédie, a enciclopédia; reunião de todos os conhecimentos disponíveis à época e colocados à disposição em livros para aqueles que os podiam comprar. Teoricamente, todo o conhecimento acumulado pela humanidade – artes, tecnologias, história, ciências – estava disponível para o cidadão.
A divulgação da cultura e da educação foi uma revolução nunca vista e só ultrapassada pela Revolução Francesa, o mais importante evento político da humanidade – na perspectiva dos modernos. A revolta representou um marco no surgimento do indivíduo político; o cidadão com seus direitos, não mais passível de escravidão e opressão. Em síntese: o início do homem moderno e da modernidade.
A Revolução Francesa abria novas perspectivas para a humanidade em todas as áreas. Se, por um lado, a Igreja Católica ainda forte na França, perdia gradualmente seu poder opressor, a filosofia alemã – com Kant, Fichte, Schelling e Hegel – saudava o evento como grande marco na história e absorvia sua ideologia de valorização do homem moderno – mesmo que Hegel mais tarde ficasse desiludido com os rumos tomados pela revolução.
Além da cultura – chamada de superestrutura pelos marxistas – também contribuíram na formação do homem moderno os inventos tecnológicos e as mudanças na estrutura econômica (infraestrutura, segundo Marx). O mercantilismo, entre os séculos XVI e XVIII, foi responsável por modificar as estruturas sociais, aproximando povos através do comércio mundial – alguns autores localizam neste período o início de um processo de globalização das relações econômicas, culturais, ambientais, que se tornou cada vez mais acentuado até nossos dias. O desenvolvimento da economia cria novas demandas tecnológicas e propiciou o aparecimento de novos inventos, dando início à industrialização da sociedade ocidental, iniciada no final do século XVIII em cidades como Manchester e Liverpool, na Inglaterra, para daí espalhar-se para a Europa, Estados Unidos e o resto do mundo.

O avanço da industrialização da Europa e a sucessão de descobertas científicas e invenções tecnológicas aumentavam cada vez mais a fé no progresso e na gradual melhoria da condição de vida humana, pelo menos para os grupos política e economicamente dominantes – como, aliás, sempre aconteceu em todas as civilizações. Foi também nesse ambiente social e econômico que entre o final do século XIX e início do século XX surgiram ideologias que julgavam possuir a solução para todos os males da humanidade, através da instituição de novas ordenações políticas e econômicas: anarquistas, socialistas, comunistas, social democratas, fascistas e nacional-socialistas (nazistas). Havia – e ainda os há em pouca quantidade felizmente – uma vasta gama de reformadores, que imbuídos de um messianismo fanático diziam querer melhorar a condição da humana. Demonstrou a história que só seguiam seus mais baixos interesses ou, no melhor dos casos seus delírios insanos.   
Temos então, resumidamente, alguns aspectos da chamada “modernidade” fortemente valorizados (em parte até nossos dias), mas considerados grandes engodos pela crítica pós-moderna. Algumas destas falácias da modernidade incluem:                                                                                                                                                   
a) Supostos valores da modernidade: valorização do indivíduo, associado a paradigmas como democracia e direitos humanos. Crítica da pós-modernidade: o imperialismo capitalista, propiciando a exploração de países fornecedores de matéria-prima e mão de obra desde o início do século XX; países transformados em colônias; duas guerras mundiais; genocídios; Hiroshima e Nagasaki, entre outros exemplos não muito edificantes.
b) Supostos valores da modernidade: racionalidade atuando em benefício da humanidade; educação e cultura elevando o padrão de vida. Crítica da pós-modernidade: uso da ciência para fins bélicos; massificação da cultura utilizada para fins econômicos; educação como formadora de mão-de-obra; destruição dos ecossistemas e recursos naturais da Terra.
c) Supostos valores da modernidade: sistemas filosóficos e ideológicos capazes de explicar e dar um sentido às sociedades humanas e à história; ciência como detentora da verdade em substituição às religiões. Crítica da pós-modernidade: ideologias que escravizaram os povos e os indivíduos impedindo seu livre desenvolvimento; doutrinas pseudo-políticas racistas, classistas, promovendo destruição e morte: Stalin, Hitler, Pol Pot, Mao Dze Dong e outros açougueiros; ciência como forma de interpretar a realidade, sempre sujeita a mudança de paradigmas; acabaram-se as verdades.

Associar a modernidade a valores políticos, culturais, econômicos, religiosos e sociais apresentados como “modernos”, “libertadores”, “progressistas” justifica a crítica ao moderno. O futuro radiante avistado por entusiastas de todos os tipos dos séculos XVIII, XIX e parte do XX, não se concretizou. No final, depois de tantas ideologias, os valores efetivamente importantes que nos sobraram foram a democracia, que nunca será completa, e a liberdade individual do ser humano.
Que seja bem-vinda a era pós-moderna!
Referências:
Um panorama da modernidade: origem, formação e perspectivas. Disponível em: <http://www.unimep.br/phpg/editora/revistaspdf/imp29art06.pdf>. Acesso em 13/12/2013.
Modernidade. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Modernidade> . Acesso em 13/12/2013.
Mahavishnu Orchestra – The lost Trident sessions. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=C7lDW1OHK9k>. Acesso em 13/12/2013.
Periodização da história. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Periodiza%C3%A7%C3%A3o_da_Hist%C3%B3ria>. Acesso em 13/12/2013. 
(Imagens: vegetação de restinga - fotografias de Ricardo E. Rose)

Planejar ou tapar o sol com a peneira?

sábado, 5 de abril de 2014
"Se Maquiavel realmente provou alguma coisa além do fato de o idealismo cristão ter se tornado apenas um sonho no início dos anos 1500, diríamos que foi a extrema complexidade de sua era, repleta de contradições."  -  Carlos Eire  - Um breve história da eternidade

Os meses que antecedem as eleições sempre se caracterizam pela ocorrência de coisas estranhas. De repente, leis que nunca conseguiram quorum para votação – mas cuja aprovação poderia beneficiar a população – são rapidamente aprovadas. Obras paradas há meses ou anos, repentinamente recebem recursos e são retomadas – às vezes até terminadas. Na imprensa, principalmente na TV, diminui o percentual de “notícias ruins” e aumenta o de “notícias boas”; eufemisticamente chamadas de “fatos positivos” acerca dos diferentes governos e partidos.
Talvez seja por isso que pouco se fala da crise da água, em São Paulo, e da crise da energia, em todo o Brasil. Pode ser até que o problema da falta de água na capital paulista e no interior do estado não seja tão grave assim, e que em pouco tempo o caso será solucionado. O mesmo vale para o setor elétrico cujo ministro, Edson Lobão, ainda em final de fevereiro voltou a descartar a possibilidade de o País passar por um racionamento em 2014.
Todavia, a situação não parece ser tão simples assim. Segundo o jornal Folha de São Paulo, a Agência Nacional das Águas (ANA), órgão federal responsável pelo controle dos recursos hídricos, e o estadual Departamento de Águas e Energia Elétrica (DAEE), recomendaram que fosse reduzida a captação de água no sistema Cantareira, que abastece grande parte da cidade. Caso a sugestão fosse acatada pela agência estadual de saneamento (SABESP), São Paulo entraria em uma situação de racionamento de água. O governador Alckmin, segundo o jornal paulista, negou que a SABESP já tenha um plano de racionamento. A avaliação para decidir-se por uma economia forçada de água ou não, deverá ocorrer ao longo do mês de maio. A idéia de sugar o fundo das represas, o chamado “volume morto”, é idéia cada vez mais aceita no governo estadual e talvez encarada como solução para a estiagem.
A mesma falta de chuvas afeta os reservatórios das usinas hidrelétricas, principalmente daquelas das regiões Sudeste e Centro-Oeste. Segundo o jornal Valor, em matéria publicada em fevereiro, existem 18,5% de chances de que o País enfrente um racionamento de eletricidade. Este percentual poderá aumentar mais ainda a depender dos níveis de precipitação pluviométrica entre os meses de março e abril. Segundo o ministro Edson Lobão, o Sistema Elétrico Brasileiro tem uma “reserva” de seis a oito mil megawatts de energia nova, a entrar no sistema ainda durante 2014. Mesmo assim, segundo os técnicos, a situação é preocupante. Se ainda há energia nova a ser incorporada, é fato que o nível dos reservatórios de água está pior do que em 2001 e as termelétricas estão operando em sua capacidade máxima. Segundo o presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), ligada ao Ministério das Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, “existe 95% de probabilidade, com esta capacidade instalada que temos hoje, de ter um excedente de seis mil megawatts médios”.

Especialistas já prevêem outros anos com altas temperaturas e diminuição das chuvas – fato ligado à mudança da temperatura do oceano Pacífico e às mudanças climáticas globais. Estes fenômenos podem ser previstos e suas principais conseqüências, como a falta de água e de energia, são administráveis. Para isso, no entanto, é preciso planejar e investir; não adianta tapar o sol com a peneira a cada nova crise, só pensando nas eleições.
(Imagens: fotografias de Albert Renger-Patzsch)