51 anos do Festival de rock da Ilha de Whight

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

 

(AudioNetwork.com)


Festival da Ilha de Wight de 1970 foi um festival de música realizado entre 26 e 31 de agosto de 1970 em Afton Down, uma área no oeste da ilha de Wight, na Inglaterra. Foi o último de três festivais consecutivos que aconteceram na ilha entre 1968 e 1970. Costuma ser tido como o maior evento musical da sua época, com um público superior ao do festival de Woodstock. Embora as estimativas variem, o Guinness World Records estima que o público foi de 600 000 pessoas, talvez 700 000 pessoas. Foi organizado e promovido pelos irmãos locais Ron e Ray Foulk através de sua companhia Fiery Creations Ltd, e pelo seu irmão Bill Foulk. Ron Smith foi o administrador da área, e Rikki Farr atuou como mestre de cerimônias.

Os festivais anteriores, também promovidos pelos Foulks, já haviam ganho uma boa reputação em 1968 e 1969 ao apresentar atrações como Jefferson AirplaneT. RexThe MoveThe Pretty ThingsJoe CockerThe Moody BluesThe Who e Bob Dylan em seu primeiro concerto após seu acidente de moto em 1966.

O festival de 1970, tomando, como base, o festival de Woodstock no ano anterior, acertou a participação de Jimi Hendrix. Com Hendrix confirmado, artistas como Cactus, ChicagoThe Doors, Lighthouse, The Moody Blues, The Who, Miles DavisJoan BaezJoni MitchellJethro TullSly and the Family StoneTen Years AfterEmerson, Lake & Palmer e Free também foram confirmados. O evento tinha uma locação magnífica porém pouco prática, pois o vento predominante atingia lateralmente o som, e o sistema de som precisava ser aumentado pelo equipamento do The Who. Os organizadores também tiveram de enfrentar problemas logísticos envolvendo o transporte de 600 000 pessoas até uma ilha com população pouco superior a 100 000 pessoas. Os serviços de transporte da ilha já estavam sobrecarregados devido ao influxo anual de turistas na época do festival.

As dificuldades levaram os organizadores a concluir que o festival não daria lucro. Isso fez com que nenhum festival do gênero fosse mais realizado na ilha por trinta e dois anos.

A oposição dos moradores locais à realização do festival foi melhor organizada em 1970 do que nos anos anteriores. A ilha era um destino popular de aposentados ricos britânicos e de iates, e muitos de seus frequentadores tradicionais não gostavam do grande influxo de hippies e estranhos. Isso levou à introdução de seções no "Ato de 1971 do Conselho do Condado da Ilha de Wight" visando a restringir a realização de grandes encontros noturnos de pessoas.

 

Domingo, 30 de agosto (Programação) 

Good News: duo acústico estadunidense com Larry Gold no violoncelo e Michael Bacon no violão.

Enigma Bang: uma banda de Rock que fez um tremendo show na noite. Surgida em 1966, a banda arrepiou o público com músicas do seu quarto album, Epilogue, lançado em junho de 1970.

Kris Kristofferson (segunda apresentação) desta vez, ele foi bem recebido. Ele voltou com uma banda maior e brincou quando entrou no palco: "bem, estou de volta, mas desta vez trouxe alguns guarda-costas". Duas de suas canções nessa apresentação foram incluídas no álbum The First Great Rock Festivals of The Seventies.

Ralph McTell: apesar de uma entusiástica recepção do público, ele não tocou o bis.

Heaven: a resposta inglesa ao Chicago e ao Blood, Sweat & Tears. Seu empresário era Rikki Farr.

Free: tocaram Ride on a Pony, Mr. Big, Woman, The Stealer, Be My Friend, Fire & Water, I'm a Mover, The Hunter, seu sucesso All Right Now, e finalizaram com um cover do clássico de Robert Johnson Crossroads.

Donovan: ele tocou, primeiro, músicas acústicas. Depois, tocou músicas eletrificadas com sua banda Open Road.

Pentangle: banda folk britânica. Uma alemã interrompeu a apresentação para transmitir uma mensagem política ao público.

The Moody Blues: uma popular banda britânica, veterana da edição de 1969 do festival. Sua música Nights in White Satin pode ser vista no documentário Message to Love. Sua apresentação faz parte do álbum Threshold of A Dream Live at the Isle of Wight 1970.

Jethro Tull: sua apresentação está registrada no álbum Nothing Is Easy: Live at the Isle of Wight 1970. Durante a manhã de domingo, o público já havia se entretido com o teste de som da banda.

Jimi Hendrix: tocou nas primeiras horas do dia 31 de agosto com Mitch Mitchell na bateria e Billy Cox no baixo. Durante toda a apresentação, Hendrix foi atormentado por problemas técnicos (durante a música Machine Gun, o rádio dos seguranças pode ser ouvido claramente no amplificador de Hendrix). David Gilmour alega ter ajudado na mixagem do som naquela noite. A apresentação foi lançada em cd e vídeo em várias formas. As músicas Power to Love, Midnight Lightning e Foxy Lady foram destaques no álbum The First Great Rock Festivals of The Seventies.

Joan Baez: sua versão da música Let It Be pode ser vista no documentário Message to Love.

Leonard Cohen: apoiado por sua banda The Army, sua canção Suzanne pode ser vista no documentário Message to Love. Sua música Tonight Will Be Fine foi incluída no álbum The First Great Rock Festivals of The Seventies. Em outubro de 2009, foi lançado o cd/dvd Live at the Isle of Wight 1970, contendo sua apresentação.

Richie Havens: o músico que abrira o festival de Woodstock encerrou o festival na manhã de 31 de agosto. Conforme ele tocava sua versão de Here Comes the Sun, irrompeu um alvorecer enevoado depois de quatro dias sem nuvens no céu, e Richie mudou a letra da canção para here comes the dawn (aí vem o alvorecer). Sua apresentação incluiu as músicas Maggie's Farm, de Bob Dylan, Freedom, Minstrel from Gault e um mantra hare krishna.

(Amazon.fr)

Free foi uma banda de rock britânica formada em 1968 por Paul Kossoff (guitarra), Paul Rodgers (vocais), Simon Kirke (bateria) e Andy Fraser (baixo).

Seu som tem raízes fincadas no mais puro blues/rock britânico típico do final da década de 1960. Apesar de dois bons discos de estreia, Tons of Sobs (1968) e Free, foi com o terceiro álbum, Fire & Water (1970), que conseguiram o sucesso, emplacando várias canções nas paradas britânicas. Nessa mesma época, fizeram uma apresentação marcante no Festival da Ilha de Wight. A superexposição levou o grupo à dissolução em 1971. Após algumas tentativas de seguirem outros projetos, seus integrantes retornaram com a formação original e lançaram o álbum Free at Last, para, logo em seguida, separarem-se definitivamente em 1973. Existem várias compilações com shows e músicas do Free lançadas após sua dissolução. Na época em que a banda acabou, eles já haviam vendido cerca de 20 milhões de álbuns pelo mundo.

Com o fim da banda o vocalista Paul Rodgers formou o Bad Company, tendo uma carreira de muito sucesso. O venerado guitarrista Paul Kossoff morreu de um ataque cardíaco devido ao abuso de drogas, em 1976. Rodger eventualmente formaria outras bandas ("The Firm" e "The Law"), juntando-se em 2004 aos remanescentes do Queen. O baixista Andy Fraser morreria de um ataque cardíaco em 2015, na Californa.

Rolling Stone considerou a banda como "pioneiros do hard rock britânico". A revista classificou Paul Rodgers como nº 55 em sua lista de "100 maiores cantores de todos os tempos", enquanto Paul Kossoff foi classificado como nº51 em sua lista dos "100 maiores guitarristas de todos os tempos".

Veja vídeo original com parte da apresentação da banda em 30 de agosto de 1970 no link baixo:

https://www.youtube.com/watch?v=Azkef2lXW88

(Texto: Wikipedia)

A praga do saco plástico

sábado, 28 de agosto de 2021

 
"Não há nenhum 'padrão de coisas por vir'".   -   H. G. Wells, citado por John Gray em "A busca da imortalidade".    


Uma espécie que se reproduz sem limites coloca outras espécies em perigo e com isso todo o sistema ecológico que habita. Exemplo disso são os coelhos que foram transportados para a Austrália. Como originariamente não existiam coelhos na Austrália, não tinham nenhum tipo de predador no local para o qual foram transplantados. Não possuindo caçadores naturais no novo habitat e dispondo de alimento em grande quantidade, os coelhos tiveram as condições ideais para a vida e a procriação. Assim, transformaram-se em praga e hoje estão em todo lugar. A natureza, por ser equilibrada, não cria tais condições. A concorrência entre as espécies, por alimento e espaço, é constante e não ocorre que uma se sobreponha às outras por muito tempo; cedo ou tarde será desbancada. O desequilíbrio na natureza é causado pela interferência do homem, porque ainda somos a espécie dominante e a que melhor pôde se adaptar aos diversos ambientes.

O homem, para seu uso, vem criando e cruzando diversas espécies de animais e plantas há milhares de anos. Vacas, trigo, aves, uvas, peixes, milho, rãs, couve, abelhas, batata, ratos, morangos, vermes, cerejas e milhares de outras espécies vivas. Tiramos estes seres de seu ambiente natural e os transformamos em espécies bastante diferentes de seus ancestrais. Como exemplo, basta ver a diferença entre uma espiga de milho selvagem, ainda encontrada no México, e qualquer outra espiga de milho já transformada por milhares de cruzamentos, feitos ao longo dos últimos sete mil anos pelo homem. Uma seleção natural que uma espécie, a nossa, vem promovendo com outras. Assim como algumas formigas também fazem há milhões de anos com certo tipo de pulgão, de cuja secreção elas se alimentam. Nada de novo sob sol, já dizia o Cohêlet. 

O homem, dotado de raciocínio mais claro do que o das outras espécies, também por isso tem lá os seus truques que dão errado. Inventamos algumas utensílios não encontrados na natureza, que acabam se tornando também uma praga. Falo do saco plástico, um dos produtos da nossa indústria de embalagens. Criado no fim dos anos 1950, o saco plástico foi inventado com o propósito de proteger as florestas, já que até àquela época os sacos eram de papel. A intenção de seus inventores suecos era reutilizar as embalagens por diversas vezes, prática que todavia não foi mantida pela maioria dos consumidores. Atualmente, cerca de 40% dos sacos plásticos são utilizados apenas uma vez e depois descartados.

Uma das maiores pragas ambientais, este saco plástico. Estatísticas informam que cerca de 160 sacos plásticos são produzidos a cada ano por pessoa. O consumo de sacolas plásticas é de cerca de 700 bilhões de unidades por ano, o que chega a 1,9 bilhões por dia; mais de um milhão de sacos por minuto! Estamos literalmente ensacando o mundo – pelo menos uma parte do lixo. No Brasil, no entanto, apenas 0,6% destas sacolas são recicladas. O resto fica por aí, em lixões ou entupindo bueiros e canalizações, boiando em rios; enfim, “embelezando” as nossas já tão “limpas” cidades, e enfeitando a paisagem. E tem mais: por não serem biodegradáveis, estes sacos ficarão nos fazendo companhia (e aos nossos descendentes) por pelo menos uns quatrocentos anos. No futuro remoto, arqueólogos desenterrarão nossos ossos e outros detritos de nossa civilização, junto com sacos de plástico contendo restos de lixo – tudo petrificado.

Ainda bastante usados em parte dos supermercados brasileiros, os sacos plásticos são empregados para carregar qualquer tipo de coisa, além de serem utilizados como sacos de lixo por muitas donas de casa. Apesar das aparentes utilidades desta embalagem, seu impacto ambiental é muito negativo. Os sacos plásticos representam uma parcela considerável das grandes ilhas de plástico que flutuam nos oceanos do planeta. O saco plástico, no entanto, é apenas um tipo de embalagem que polui o planeta. Outros tipos de embalagens, muitas delas por vezes desnecessárias, também contribuem para cobrir solos e águas com resíduo plástico. 
O Brasil tem uma Política Nacional de Resíduos Sólidos elaborada em 2010, ainda no governo do presidente Lula da Silva, que até agora não foi implantada, a exceção de alguns municípios mais progressistas e organizados. Mesmo nos grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro ou Belo Horizonte, a implantação da política de resíduos se arrasta ao longo de todos estes anos. Assim, ainda veremos por muito tempo as prosaicas cenas de centenas ou milhares de sacos de lixo, de todos os tamanhos e cores, boiando nos rios do País. Sacos de lixo boiando em um rio poluído, junto com outros detritos, numa tarde ensolarada ao pôr do Sol. O Brasil é poético!



(Imagens: pinturas de Hieronymus Bosch)

O que é Reforma Agrária?

sexta-feira, 27 de agosto de 2021


(Imagem: AGROemDIA)


https://www.politize.com.br/o-que-e-reforma-agraria/

Allman Brothers Band - Come and go blues

quarta-feira, 25 de agosto de 2021

 Melhores bandas de rock de todos os tempos


Allman Brothers Band

Album: Brothers and sisters (1973)

Música: Come and go blues




The Allman Brothers Band foi uma banda de southern rock formada nos Estados Unidos, considerada pelo Hall da Fama do Rock and Roll como o principal arquiteto do rock sulista americano. A banda foi formada em 26 de março de 1969 em JacksonvilleFlórida por Duane Allman (eleito pela revista Rolling Stones em 2003, como o nono melhor guitarrista de todos os tempos), Gregg AllmanDickey BettsBerry Oakley, Butch Trucks e Jai Johanny "Jaimoe" Johanson.

Formado originalmente em 1969, foi descrita dois anos depois por George Kimball, jornalista da revista Rolling Stone, como "a melhor banda de rock and roll que este país produziu nos últimos cinco anos". Reconhecidos por sua capacidade de improvisação, cujo melhor exemplo se encontra no álbum At Fillmore East, a banda foi premiada com onze discos de ouro e cinco de prata entre 1971 e 2005. Em 1971, Duanne morreu em um acidente de motocicleta. A revista Rolling Stone colocou a banda como um dos 100 Maiores Artistas de Todos os Tempos, em 2004, e foi a banda mais representada na lista de melhores guitarristas feita pela mesma revista. A banda fez sua última apresentação no dia 28 de outubro de 2014.


(Fonte do texto: Wikipedia)

Leituras diárias

segunda-feira, 23 de agosto de 2021


 

“Os homens fazem a sua própria história; contudo, não a fazem de livre e espontânea vontade, pois não são eles quem escolhem as circunstâncias sob as quais ela é feita, mas estas lhes foram transmitidas assim como se encontram. A tradição de todas as gerações passadas é como um pesadelo que comprime o cérebro dos vivos. E justamente quando parecem estar empenhados em transformar a si mesmos e as coisas, em criar algo nunca antes visto, exatamente nessas épocas de crise revolucionária, eles conjuram temerosamente a ajuda dos espíritos do passado, tomam emprestados os seus nomes, as suas palavras de ordem, o seu figurino, a fim de representar, com essa venerável roupagem tradicional e essa linguagem tomada de empréstimo, as novas cenas da história mundial.” (Marx, pág. 62)

 

Karl Marx, O 18 de Brumário de Luís Bonaparte

Epicteto - Manual

sábado, 21 de agosto de 2021

Leia o "Manual" do filósofo grego Epicteto (50-135 EC), publicado pelo VIVA VOX -  Grupo de Pesquisa em Filosofia Clássica e Contemporânea Departamento de Filosofia - Universidade Federal de Sergipe. Tradução de Aldo Dinucci e Alfredo Julien.



https://drive.google.com/file/d/1YYUJJNLmQLrQtkSw8g9lJKUe4Yzrmw0C/view

Como estamos?

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

 






Faça download do livro "Escuta, Zé Ninguém!"

 


Wilhelm Reich escreveu Escuta, Zé Ninguém em 1946, não com o propósito científico, porém, tornou-se um documento histórico e capaz de explicar o homem alienado, que se baseia no senso comum, em falácias e intrigas, “a miséria da existência humana”.

Zé Ninguém é aquele que tem medo da verdade e por causa disso, não compreende o que fazer com a liberdade, aprisionado em seus próprios temores, precisa que a verdade seja dita por outros (ou instituições). Ou seja, Zé Ninguém é um ser medíocre, que foge da responsabilidade, limitado, que precisa que outros assumam o poder de sua própria vida, “A liberdade de ser escravo de quem quer que seja”. 
(Do blog  "Poesia na Alma")

Veja no link abaixo:

The Who - Baba O' Riley

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

 As melhores bandas de rock de todos os tempos 


The Who

Album: Who's next? (1971)

Música: Baba O' Riley





The Who é uma banda de rock britânica surgida em 1964. A formação original era composta por Pete Townshend (guitarra), Roger Daltrey (vocais), John Entwistle (baixo) e Keith Moon (bateria). O grupo alcançou fama internacional, se tornou conhecido pelo dinamismo de suas apresentações e passou a ser considerado uma das maiores bandas de rock and roll de todos os tempos. Eles também são julgados pioneiros do estilo, popularizando entre outras coisas a ópera rock (principalmente com Tommy).

No princípio de sua carreira a banda ficou famosa por arrebentar completamente seus instrumentos no final dos shows (especialmente Townshend, cuja destruição de guitarras tornar-se-ia um clichê do rock, e o alucinado Keith Moon, mandando seu kit de bateria pelos ares). Seus primeiros álbuns mod, repletos de canções pop curtas e agressivas, os distintos power chords de Townshend e temas recorrentes de rebelião juvenil e confusão sentimental, foram influências primordiais no surgimento do punk rock e do power pop.

The Who surgiu a partir de um grupo anteriormente, The Detours, e estabeleceram-se como parte da pop art e do mod, ficaram conhecidos pela arte autodestrutiva, destruindo guitarras e baterias no palco.

The Who Também é conhecida por ter sido a trilha sonora de abertura da série televisiva CSI, nas edições, CSI N.Y., CSI MIAMI, CSI Las Vegas. Como tema, crimes e investigação criminal fazendo o maior sucesso.


(Fonte: Wikipedia)

Dia do Filósofo

segunda-feira, 16 de agosto de 2021

 



16 de agosto - Dia do Filósofo

Fake news sob investigação

sábado, 14 de agosto de 2021

 


"Os homens vêm-se, pois, colocados ante esta contradição: de um lado, levados a investigar o sistema do mundo, englobando todas as suas condições e relações; de outro, por sua própria natureza e pela natureza mesma do sistema do mundo, não podem jamais resolver por completo este problema."   -   Friedrich Engels   -   Anti-Dühring   


O Brasil passa por um momento importante em sua história recente. Trata-se de colocar luz sobre uma série de fatos que vêm ocorrendo nos últimos anos, e que agora começam a ser investigados de maneira conjunta e sistemática, apesar da pressão em contrário. Junto com as investigações da CPI da Covid, destinada a apurar as ações do governo federal e seus ministérios durante o combate à sindemia, aceleram-se também as apurações sobre as notícias falsas, as fake news, que vinham e ainda vêm infestando as mídias sociais. Esta perquirição já havia sido iniciada pelo Judiciário há alguns meses, caminhava a passos lentos, mas agora tomou impulso, dado o fato de parte das notícias falsas estarem ligadas ao tema da Covid.

Aos poucos, começa-se a desenrolar o emaranhado de conexões entre os diversos grupos que, sistematicamente, produzem e divulgam fatos inverídicos de todo o tipo, com objetivos políticos e ideológicos característicos. Na grande diversidade de invencionices elaboradas e propagadas por estes grupos, destacam-se os ataques a partidos e a políticos de oposição ao governo, as difamações de membros do Judiciário, a longa série de falsas obras atribuídas à atual administração e – o mais grave –, todo tipo de desinformação relacionada à sindemia da Covid. Inverdades sobre vacinas, medicamentos “milagrosos”, recomendados por órgãos do governo e pelo próprio presidente, histórias mirabolantes sobre supostos planos de dominação de outros países através de vacinas, depoimentos de médicos, pastores e curandeiros, etc., etc., etc.

Enfim, uma imensa cornucópia de relatos, reportagens, depoimentos, filmes, frases e imagens, destinadas a ludibriar e desorientar parte da população. As vítimas de tais ações são geralmente pessoas idosas ou de baixa formação, que se informam principalmente através das redes sociais; o WhatsApp e o Facebook. Alguns filmetes produzidos por estas facções chegam até a sugerir que as pessoas deixem de utilizar outras mídias como a TV ou os jornais, com o argumento de que estes veículos estariam disseminando notícias falsas, distorcendo e omitindo fatos. Trata-se de uma maneira de manter parte da população – principalmente aquela que por diversas razões não tem condições de buscar informações em outras fontes – ignorante a respeito do que efetivamente ocorre no país, impingindo-lhe inverdades. Em casos extremos, a informação errada em relação à Covid, no que se refere a precauções e providências, pode até colocar em risco a vida destas pessoas.

O fenômeno das fake news é tão velho quanto a humanidade. Alguns neurocientistas aventam a possibilidade de que a linguagem de nossa espécie formou-se e evoluiu em ambientes sociais, onde a conversação e, principalmente, o mexerico e a maledicência tinham um importante papel nas interações sociais entre pessoas e grupos.  Foi graças aos jogos de linguagem que se construíram em interações sociais deste tipo, que nossa linguagem e nossa inteligência evoluíram, segundo o psicólogo e antropólogo inglês Robin Dunbar, em seu livro Grooming, gossip and the evolution of language (Aliciamento, mexericos e a evolução da linguagem, sem tradução no Brasil).

Interessante fonte de informação sobre as fake news é o Center for Information Technology & Society - CITS (Centro para Informação Tecnologia e Sociedade https://www.cits.ucsb.edu/fake-news/brief-history), instituição americana sediada na Universidade de Santa Bárbara, na Califórnia, que dispõe de um vasto arquivo digital relacionado ao tema. Em um dos artigos publicados pelo instituto em sua página na internet, A brief history of fake news (Uma breve história das notícias falsas), por exemplo, aprendemos que o fenômeno é antigo, mas passou a se caracterizar a partir da invenção da imprensa. Estratégia utilizada principalmente para aumentar as vendas de jornais e periódicos com notícias sensacionalistas, as falsas notícias começaram a se popularizar nos Estados Unidos, no final do século XIX. Relata o artigo que dois grandes editores de jornais concorrentes – Joseph Pulitzer e William Hearst – publicavam, entre outras coisas, várias notícias falsas e boatos de todo tipo, a fim de aumentarem as vendas de seus jornais. Este tipo de jornalismo, que nos Estados Unidos ficou conhecido como yellow journalism (jornalismo amarelo), no Brasil tomou o nome de “imprensa marrom”, expressão atualmente pouco utilizada – o que não quer dizer que não se veiculem mais notícias falsas ou boatos. Atualmente, talvez fosse mais aplicável o termo “mídia marrom”.

No início do século XX houve um avanço da tecnologia, junto com os hábitos de consumo e a sofisticação na maneira de manipular as massas, principalmente na sociedade norte-americana. Com isso, grupos econômicos e políticos perceberam que poderiam utilizar cada vez mais os meios de comunicação para influenciar os cidadãos, para este ou aquele objetivo; seja na escolha de um eletrodoméstico ou de um político. Assim, escritórios de marketing, contando com especialistas de diversas áreas, passaram a ser contratados por grandes grupos empresariais, partidos políticos e candidatos, com a tarefa de montarem campanhas de vendas para seus produtos – a geladeira “top de linha” ou o candidato “comprovadamente honesto e capaz”. Ao fim e ao cabo, tratava-se de convencer o comprador ou o eleitor de que o produto ou postulante ao cargo eram dignos de escolha, por se distinguirem dos demais.

Com o aparecimento de novas tecnologias midiáticas na segunda metade do século XX – os computadores, a internet e os celulares – a comunicação se tornou instantânea, de alcance praticamente ilimitado. Ao longo dos últimos vinte anos esta tecnologia se tornou cada vez mais sofisticada e, principalmente, acessível ao grande público; ao cidadão comum, potencial consumidor da geladeira “top de linha” e eleitor do candidato “honesto e capaz”.

O passo seguinte foi relativamente simples: juntar a moderna tecnologia de comunicação às velhas práticas do yellow journalism americano. O bestseller, Os engenheiros do caos: como as fake news, as teorias da conspiração e os algoritmos estão sendo utilizados para disseminar ódio, medo e influenciar eleições, do jornalista italiano Giuliano da Empoli, faz uma interessante análise do assunto. Relata como grupos de direita e extrema-direita, em todo o mundo, utilizam as redes sociais para, através de notícias falsas e teorias da conspiração, conquistarem mais visibilidade e votos para seus candidatos e ideais político-ideológicos. A receita, segundo o livro, foi utilizada em eleições na Europa e nos Estados Unidos ao longo dos últimos anos.

Como não poderia deixar de ser, a estratégia também vem sendo usada no Brasil, desde antes das eleições de 2018, como demonstram as milhares de fake news que trafegam pelas redes sociais, principalmente nos grupos fechados de WhatsApp. Daí o confusão de opiniões, parte delas baseadas em pressupostos falsos mas dados como verdadeiros, que dão origem a acirradas discussões e desentendimentos entre pessoas e grupos. O que torna a situação ainda mais grave, é que parte da população não dispõe de conhecimentos suficientes para avaliar se uma determinada informação é falsa ou verdadeira. Aí tem grande peso a origem da postagem. Se é está sendo veiculada na bolha do WhatsApp a que pertence o receptor da mensagem, a notícia geralmente é aceita como verídica e repassada a outras pessoas.

Pelo teor prejudicial das mensagens sob diversos aspectos, finalmente o assunto começa a ser investigado com mais atenção pela Polícia Federal, a partir de solicitação do Poder Judiciário. Espera-se identificar os coordenadores de tais grupos de fake news, seus autores, distribuidores e, principalmente, os financiadores e seus objetivos. Trata-se de providência que já deveria ter sido tomada há mais tempo. As fake newdistorcem o debate político, além de prejudicarem a democracia do país.  


(Imagens: fotografias de Gerda Taro) 

Objetivos do milênio 2030 - ONU

sexta-feira, 13 de agosto de 2021

 






Ten Years After - Here they come

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

 As melhores bandas de rock de todos os tempos 


Ten Years After

Album: A space in time (1971)

Música: Here they come 





Ten Years After é uma banda britânica de blues-rock formada em 1967 por Leo LyonsRic LeeChick Churchill e Alvin Lee.

Seu segundo álbum, Undead (primeiro album ao vivo), apresentava um dos maiores sucessos do grupo, "I'm Going Home", que foi seguido pelo segundo album de estúdio Stonedhend e uma aparição explosiva no Festival de Woodstock (1969).

Mais alguns sucessos se seguiram, com destaque para a música de maior sucesso do grupo "I'd Love To Change The World" do album de 1971 A Space In Time, mas a sua popularidade diminuiu algum tempo depois. A banda se dissolveu em 1974, reunindo-se em 1988 para algumas apresentações e um disco, About Time, de 1989.

Em 2003, Alvin Lee foi substituído por Joe Gooch, e a banda continuou a gravar e a se apresentar ao vivo.


(Texto: Wikipedia)

Leituras diárias

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

 

"Eles se reúnem e se reúnem, e depois se reúnem e se reúnem, e se divertem e se divertem, enquanto isso decidindo da vida e da morte dos povos e dos indivíduos. Essa brincadeira constante e sinistra se chama negócios de Estado." (Fernandes, p. 388)


Millôr Fernandes, A Bíblia do caos 

Não é crime, mas também não é ético!

sábado, 7 de agosto de 2021

 

"Se você entender que, ao querer viver para sempre, tenta preservar uma imagem sem vida de você mesmo, talvez não queira ser ressuscitado ou sobreviver em um paraíso post morte. O que poderia ser mais mortal do que ser incapaz de morrer?   -   John Gray   -   A busca pela imortalidade - a obsessão humana em ludibriar a morte     


O país ainda está em plena crise econômica. Mesmo com o crescimento do PIB previsto em 5,3% para o ano de 2021, a situação econômica do país ainda está ruim. Mesmo porque, apesar do aumento na produção de riquezas no pais, o PIB acumula anos de queda e pouco crescimento:

              PIB  (Produto Interno Bruto)      

        

               Ano                   Variação em relação ao ano anterior

               2015                                                -3,55%

               2016                                                -3,31%

               2017                                                 1,06%

               2018                                                 1,12%

               2019                                                 1,14%

               2020                                                -4,10%

 

A sequência de crescimentos baixos e negativos da economia do país, faz com que na prática, mesmo com o crescimento previsto para 2021, ainda estaremos em níveis equivalentes a 2014 ao final deste ano. A fraca atividade contribui para que o número de desempregados no país permaneça acima dos 10% desde 2017, sem tendência de diminuição a curto e médio prazo: 

Desemprego no Brasil

 

                Ano                         Percentual da população

               2015                                           6,8%

               2016                                           9,5%

               2017                                          12,6%

               2018                                          12,2%

               2019                                          12,0%

               2020                                          11,2%

               2021                                          14,2% (até março)

 

Isto sem contar as 33,5 milhões de pessoas – cerca de 39% da população – que atuam na informalidade e a parcela da população que, depois de tentar por algum tempo, desistiu de procurar emprego. Para uma economia que já vinha funcionando num ritmo lento, a sindemia da Covid foi um fator adicional de desaceleração do crescimento e aumento do desemprego.

Apesar disso, o Ministério da Economia anuncia que o país voltou a crescer. Depende do ponto de vista. Para cerca de 80% da população o tal crescimento é praticamente imperceptível, pois essas pessoas continuam desempregadas, com salários baixos, afundadas em dívidas, sem perspectivas quanto ao futuro. E aqui coloca-se a pergunta: a economia existe para a sociedade ou a sociedade para a economia? O que representa o crescimento de uma economia; mais transações econômicas ou melhor padrão de vida para a população? Uma é função da outra? Nem sempre. No capitalismo neoliberal o aumento das transações econômicas não beneficia equanimemente ou necessariamente toda a população. A afirmação “a economia voltou a crescer” não quer dizer, portanto, “o povo vive melhor”.   

Os dados sobre o desemprego indicam que de pouco adiantou a reforma da legislação trabalhista implantada em 2017 – na prática uma redução de direitos conquistados pelos trabalhadores ao longo de décadas. O argumento apresentado pelo então governo Temer, era de que a flexibilização da lei desoneraria os empregadores, permitindo que contratassem mais trabalhadores. No entanto, mesmo no período anterior ao surgimento da sindemia, não houve acentuado aumento de contratações. Em 2021 (até julho), segundo dados do governo, foram contratados cerca de 1,5 milhão de trabalhadores, com um salário médio de R$ 1.855.

Enquanto a maioria dos países está investindo recursos públicos para reativar a economia – caso dos Estados Unidos e os países europeus especialmente – o atual governo brasileiro continua mantendo uma política de enxugamento de despesas, limitando-se à manutenção de programas sociais já existentes e à extensão do auxílio emergencial. Ao passo que as maiores economias do planeta promovem novos investimentos em infraestrutura e em áreas estratégicas, mesmo com o aumento da dívida pública, o Brasil continua seguindo a velha estratégia neoliberal de corte de gastos – política que atualmente está sendo criticada até pelo FMI (Fundo Monetário Internacional), o maior promotor deste tipo de política econômica no passado. Vale a pena visitar o site Auditoria Cidadã da Dívida para entender melhor como e por quê os governos brasileiros ao longo dos últimos trinta anos continuam mantendo a política do corte de gastos públicos. (https://auditoriacidada.org.br/conteudo/para-que-tem-servido-a-divida-publica-no-brasil-por-maria-lucia-fattorelli/)

A pergunta que nos fazemos é por quanto tempo a equipe econômica do atual governo pretende sustentar esta estratégia econômica. Como será possível manter indefinidamente grande parte da população com rendimentos baixos, ao passo que o custo de vida sobe a cada mês, apontando para uma volta da inflação? A situação da população em geral só faz piorar: a renda média do trabalhador é de R$ 995,00 em 2021, 11,3% abaixo do valor de 2020, que era de R$ 1.122,00. Não é por outra razão que 70% das famílias estão endividadas e que 63 milhões de pessoas estavam inadimplentes em abril de 2021. Também o número de pessoas em extrema pobreza aumentou para 12,83% (cerca de 27 milhões de pessoas) da população. Enquanto isso, cresceu o número de bilionários no Brasil durante a pandemia e os lucros dos bancos aumentaram em 35,2% durante o primeiro trimestre de 2021.

Uma das soluções (mas não a principal e única) que a maioria dos países desenvolveu para melhor distribuir as riquezas, foi a taxação de grandes fortunas. Sobre este tema o presidente Bolsonaro declarou recentemente: “Dividir riqueza e renda? Alguém conhece algum empresário socialista? Algum empreendedor comunista? Alguns querem que eu taxe grandes fortunas. É um crime agora ser rico no Brasil? A França há poucas décadas fez isso; o capital foi para a Rússia” (Poder360 2/8/2021). Mesmo temendo, segundo o presidente, uma “fuga de fortunas”, o país terá que encarar o problema da crescente pauperização de grandes parcelas da população, incluindo parte da classe média, que também está perdendo seu poder de consumo.

O risco de se criar um abismo cada vez mais intransponível entra as classes é muito grande. Diversos programas sociais foram reduzidos ou eliminados e mesmo os mecanismos tradicionais de ascensão social, como a educação, ficaram em segundo plano. Nesta área, a ideologia da meritocracia perde cada vez mais seus argumentos, com ensino diferenciado para ricos e outro para pobres. A oferta de postos de trabalho melhor remunerados também diminuiu nos últimos anos, em todo este contexto de crise econômica, desindustrialização e financeirização da economia. Numa sociedade onde apenas alguns têm acesso aos benefícios, enquanto a maioria passa por necessidades de todo o tipo, há um aumento dos conflitos sociais, como já vem ocorrendo no país.   


(Imagens: fotografias de Susan Weiss Rose)