Leituras diárias

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

 


Que em la sociedade de la mobilización total el individuo pueda ser injertado em el aparato productivo y reducido a mero instrumento del mismo, carente de objetivos, de finalidades trascendentes, de todo sentido ulterior – ésta, según Jünger, es la esencia del nihilismo.” (Givone, pág. 25)

 

Sergio Givone, Historia de la nada 


Livros, educação e sociedade

sábado, 27 de novembro de 2021

 
"Todos os erros e incompetências do Criador alcançam seu clímax no homem."    -   H. L. Mencken   -   citado por Evan Esar em Quips & Quotes 


O mercado editorial e livreiro no Brasil foi constantemente sujeito a crises. Nas últimas décadas houve uma redução no número de editoras – algumas adquiridas pelas maiores e outras que faliram. Com o aparecimento das grandes livrarias, as megastores, no começo dos anos 2000, as pequenas livrarias tenderam a desaparecer ou foram compradas pelas grandes redes, como a Saraiva, a Siciliano, Cultura e a FNAC, entre outras. Em 2008 a Siciliano foi adquirida pela Saraiva, que se tornou a maior rede de livrarias no Brasil. A FNAC, de origem francesa, veio ao país para expandir seus negócios globais. Chegou a ter 12 lojas em sete estados, mas em 2018 fechou sua última loja, encerrando suas atividades. Das grandes e tradicionais livrarias de atuação nacional, restam apenas a Cultura e a Saraiva, que reduziram seu número de lojas, demitiram funcionários e estão em processo de recuperação judicial.

A situação hoje, tanto no mercado editorial quanto no livreiro, é difícil. E isto tem várias razões, algumas históricas. No Brasil, o livro nunca chegou a ser realmente valorizado. Apesar de personagens da história cultural brasileira, como Castro Alves, Monteiro Lobato, Millôr Fernandes, Carlos Drummond de Andrade, entre outros, terem valorizado a leitura, o acesso aos livros sempre foi dificultoso. Pode-se elencar uma série de circunstâncias, como sendo as causas deste fato: o acesso ao ensino só foi efetivamente universalizado a partir da Constituição de 1988; escolas não incentivam suficientemente a prática da leitura; o custo do livro ainda continua sendo alto para a maior parte da população; há falta de biblioteca públicas e são poucos os eventos que promovam o livro. Segundo a última pesquisa da Câmara Brasileira do Livro, realizada em 2019, cerca de 44% da população brasileira não lê e 30% nunca adquiriu um livro. A atividade da leitura está em décimo lugar no rol das atividade de lazer dos brasileiros; atrás de assistir TV, ouvir música, navegar na internet e nas mídias sociais, etc. A média da leitura de livros no Brasil ainda continua em torno dos dois exemplares por ano, média muito baixa – nos Estados Unidos, por exemplo, se leem em média 12 livros por habitante/ano e na França 21.

A estes fatores, junte-se ainda os efeitos da crise econômica que afeta o país desde 2016, provocando queda dos salários e desemprego; e a crise da Covid, que entre 2020 e 2021 forçou o fechamento parcial ou total de grande parte do comércio, incluindo as livrarias, o que provocou queda de mais de 8,8% nas vendas de livros em 2020, comparado a 2019. Como em todo o setor do comércio, houve um aumento considerável nas vendas online, tanto de livros quanto de e-books. No entanto, estas vendas não compensaram as perdas médias que o setor vem acumulando há praticamente cinco anos.

Segundo o Sindicato Nacional dos Editores de Livros, o volume de vendas de livros teve uma redução de 0,48% entre 2019 (R$ 1,75 bilhões) e 2020 (R$ 1,74 bilhões). Mesmo assim, segundos os dados do relatório da Associação Internacional dos Editores (International Publisher Association – IPA), o Brasil é classificado como o sétimo maior mercado editorial do planeta, em 2018. Com relação ao número de exemplares, o Brasil publicou em 2020 41,91 milhões de livros, enquanto que a Argentina publicou 8 milhões de exemplares, a Colômbia 43,7 milhões e o México 13,8 milhões. Segundo dados de publicações especializadas, o mercado editorial latino-americano e mundial teve uma queda média de 25% no volume de livros lançados durante o ano de 2021, devido à paralisação da economia causada pela Covid.

O site Global English Editing (https://geediting.com/world-reading-habits-2020/), voltado aos estudos sobre os hábitos de leitura, publicou em seu relatório World Reading Habits 2020 (Hábitos de Leitura do Mundo 2020) dados e informações sobre este setor. Na tabela “Que país lê mais”, por exemplo, são apresentados os seguintes número:

Horas utilizadas para leitura por pessoa por semana

Colocação                             País                                       Horas

1º                                           Índia                                      10:42

2º                                           Tailândia                                09:24

3º                                           China                                    08:00

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12º                                         Polônia                                  06:30

13º                                         Venezuela                             06:24

14º                                         África do Sul                         06:18

                       ----------------------------------------------------------------

20º                                         Canadá                                 05:48

21º                                         Alemanha                              05:42

22º                                         Estados Unidos                     05:42

 

No item “países que mais publicaram novos títulos" aparece:

 

   Países que mais publicam títulos novos anualmente

 

China                                    440.000

Estados Unidos                    304.912

Inglaterra                              184.000

Japão                                   139.078

Rússia                                  101.981

Alemanha                               90.600

Índia                                       90.000

                    ------------------------------------

Brasil:        46.829 (2018 – inserção nossa)

 

Segundo o site Mural dos Livros (https://muraldoslivros.com/dados-sobre-a-leitura-no-brasil/) no artigo “Dados sobre a Leitura no Brasil e no Mundo”, consta que “levando em conta as percentagens referentes a vendas, os livros mais lidos no Brasil são os de não ficção, com 55,17%, seguidos pela ficção, com 24,93% e infanto-juvenil e educacional, que representam 19,89%.” Os livros eletrônicos, que nos Estados Unidos representam 20% do total das vendas, no Brasil perfazem apenas 4% das vendas, segundo dados de 2020 de outro relatório. 

Com relação à publicação de livros e ao tamanho do mercado editorial, o Brasil encontra-se em uma posição acima da média, em comparação com outros países. O tamanho da nossa população, o grau de industrialização e o valor que se deu ao ensino e à cultura nos últimos sessenta anos, contribuiu para que o país pudesse chegar a esse patamar – que todavia ainda não é suficiente em relação ao que podemos e devemos alcançar em termos de desenvolvimento. Considerando que o país detêm o 13º PIB mundial (já teve o 6º maior em 2010) entre 195 países, poderíamos ou deveríamos estar em uma posição melhor; seja quanto ao volume de publicações e, mais importante, quanto ao número de livros lidos ou horas investidas em leitura por habitante.

Estudo publicado no jornal The Guardian em 2018, informa que um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade de Nevada (Estados Unidos) revelou os países que tem o maior número de “ratos de biblioteca” (a expressão usada no texto em inglês é bookworms, vermes de livros). Com a pesquisa, os cientistas também descobriram que possuir em casa mais livros na fase de crescimento, mesmo que não lidos, melhora o rendimento educacional. De fato, adultos com grau universitário, que cresceram em meio a menos livros, têm nível de alfabetização equivalente ao de estudantes que deixaram a escola ao fim do ensino fundamental (Year 9 em inglês), mas que tinham muitos livros em casa, na juventude. O estudo, publicado posteriormente pela revista Social Science Research, comprovou que o número de livros que uma pessoa tinha à sua disposição em casa, em torno dos 16 anos, tinha uma influência direta positiva com o grau de alfabetização, numeramento e habilidades de informática nos anos de vida sequentes, independentemente da quantidade ou duração dos estudos terciários, ou com que frequência se lê quando adulto. O estudo descobriu que o australiano médio tem 148 livros em casa, mas a maior parte dos entrevistados apenas possuía 65. Os estonianos (cidadãos da Estônia), líderes na pesquisa, têm em média 218 livros, mas 35% dos pesquisados possuíam 350 ou mais. Mais detalhes sobre este assunto podem ser pesquisados em (https://www.theguardian.com/books/2018/oct/12/the-more-books-in-a-house-the-brighter-your-childs-future-study-finds).

No Brasil, o cultivo da leitura ocorre principalmente nas escolas e através da frequência de bibliotecas, já que a maior parcela dos brasileiros não dispõem de recursos para adquirir livros. Mas, o incentivo à leitura e à construção de bibliotecas e infotecas só ocorre no bojo de uma política preocupada com a melhoria da educação. Por isso, é necessário que o país volte a se preocupar com o ensino e a cultura de uma maneira séria. Os governos e todos aqueles envolvidos com a questão educacional, não devem se contentar com o nível de qualidade do ensino que existe atualmente na maioria das escolas. Se alguns casos pontuais podem ser considerados de qualidade mediana, é preciso melhorar muito mais. Nosso padrão de comparação para ensino – o benchmarking como falam os empresários – são os países que alcançaram um ótimo nível na educação, onde a escola pública é de tal qualidade, que compete em igualdade com o ensino privado.

O Brasil tem conhecimento e tradição educacional para tal empreitada. Basta lembrar de educadores como Anísio Teixeira (1900-1971), Darcy Ribeiro (1922-1997), Paulo Freire (1921-1997), Maria Nilde Mascellani (1931-1999), Edgard Roquette-Pinto (1884-1954), Newton Sucupira (1920-2007) e muitos outros, que deixaram sua herança na história da educação do país, sem esquecer os profissionais das novas gerações que atuam no presente. Mas, para empreender tal redirecionamento é preciso que haja vontade. Que decidamos que a educação e a cultura são, definitivamente, junto com a saúde, a moradia e o trabalho, as metas prioritárias de uma sequência de governos, em todos os níveis; uma política de Estado. Os recursos para tal programa existem, mas é preciso que políticos definitivamente identificados com as causas populares legislem e governem para a maior parte da população.

Se o pais colocar em marcha este processo, as consequências positivas virão ao longo dos anos. Um país mais educado e culto sabe escolher melhor seus governantes, estabelecer seus objetivos como sociedade, desenvolver seus projetos, visando o bem-estar da sociedade toda, e não apenas de grupos que fazem prevalecer seus interesses. Como escreveu o pedagogo, filósofo e educador Paulo Freire: “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”


(Imagens: pinturas de Hans Baluschek) 

COVID não acabou! (Ômicron vem aí!)

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

 


The James Gang - The bomber

quarta-feira, 24 de novembro de 2021

As melhores bandas de rock de todos os tempos 

 

The James Gang 

Album: James Gang rides again (1970)

Música: The bomber 





James Gang foi uma banda de rock formada em ClevelandOhio, em 1966. O trabalho da banda não chegou a ser um grande sucesso comercial, mas acabou tornando-se mais conhecida pelo grande sucesso de seu guitarrista, Joe Walsh. Os membros originais foram Jim Fox na bateria, Tom Kriss no baixo, Ronnie Silverman na guitarra, Phil Giallombardo no teclado e o guitarrista Glen Schwartz. Eles nunca lançaram nenhum material juntos.

Em 1968, Joe Walsh substituiu Schwartz, quando este saiu para integrar o Pacific Gás & Electric. A banda então lança o seu primeiro álbum, Yer' Album, em 1969. Em 1970, a banda lança o seu segundo álbum, James Gang Rides Again, o qual incluia o sucesso "Funk #49", além do clássico "The Bomber". Nesse meio tempo, Dale Peters substitiu Kriss no baixo. A banda abriu shows do The Who durante uma turné inglesa. Depois de mais dois álbuns, Thirds, com a música "Walk Away", e o ao vivo, James Gang Live In Concert, Walsh deixou a banda para iniciar carreira solo e, mais futuramente, integrar o The Eagles.


(Fonte do texto: Wikipedia)

Leituras diárias

segunda-feira, 22 de novembro de 2021


 

Penso que um dos aspectos mais deprimentes de uma ditadura, de qualquer espécie, é que, ao estuda-la, ao examiná-la, ao abordar o fenômeno, você descobre que ela não seria possível sem muitos cúmplices. Muitos cúmplices, muitos mesmo. Em certos casos – na maioria deles, eu diria – em larga medida com o apoio da sociedade, por razões muito diferentes, mas num certo momento é como se uma enorme parcela da sociedade decidisse renunciar ao direito de ser livre, de participar na vida social e política, e transferisse esses direitos para um homem forte. E sem essa renúncia, não creio que alguém como Trujillo ou todos os grandes ditadores da história tivessem sido possíveis.” (Llosa apud Koval, pág. 64)

 

Roman Koval, Conversas com escritores – Mario Vargas Llosa


(Fotografia de Susan Weiss Rose)


Necropolítica

sábado, 20 de novembro de 2021

Leia o texto "Necropolítica" de Achille Mbembe, publicado  na revista Arte & Ensaios | revista do ppgav/eba/ufrj | n. 32 | dezembro 2016 (link do Instituto Procomum): 


(Vereador Tarcísio Motta)


https://www.procomum.org/wp-content/uploads/2019/04/necropolitica.pdf

18 de novembro de 2021 - DIA MUNDIAL DA FILSOFIA

quinta-feira, 18 de novembro de 2021

 



Triumvirat - Schooldays

quarta-feira, 17 de novembro de 2021

 As melhores bandas de rock de todos os tempos


Triumvirat

Album: Illusions on a double dimple (1974)

Música: Schooldays



https://www.youtube.com/watch?v=mbjFy_kB7GY


Triumvirat foi uma banda alemã de rock progressivo formada em 1969. O seu nome deriva do facto de serem apenas três os seus executantes. Seus fundadores foram Jürgen FritzHans Bathelt e Helmut Köllen. Liderada por Jürgen Fritz, tiveram algum êxito nos anos 70, com uma sonoridade que alguns consideram semelhante a do trio Emerson, Lake & Palmer.


(Fonte do texto: Wikipedia) 

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terça-feira, 16 de novembro de 2021

 

(Piet Mondrian)


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Considerações oportunas 

Excertos, citações, passagens, fragmentos, aforismos, máximas, ditados, provérbios, opiniões, pensamentos, declarações, frases, comentários, etc, que recuperamos de nossas leituras ao longo dos dias e dos anos. O que consideramos digno de ser citado; interessante, pertinente, significativo, instigante, didático, questionador, provocador e crítico:

Leituras diárias

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

 


“O que constitui o capitalismo não é tanto o lucro máximo, quanto a acumulação indefinida. Os comerciantes sempre quiseram auferir o maior lucro possível, em qualquer negócio; o que caracteriza o capitalismo não é o fato de ele não limitar seu apetite de ganhos, mas de estar animado pelo desejo de acumular sempre, cada vez mais, de sorte que também a vontade de produzir se torna indefinida” (Aron, pág 774)


Raymond Aron, As etapas do pensamento sociológico



(Imagem: pintura de Susan Weiss Rose e Ricardo E. Rose) 

Esperar a COP 26. E depois?

sábado, 13 de novembro de 2021

"Uma das funções da literatura é transformar truísmos em verdades."   G. K. Chesterton   -   citado por Evan Esar em Quips & Quotes   


Depois de abordar temas de impacto, como a ocorrência de grandes incêndios, ataques de tubarões, destruições provocadas por imensos maremotos e furacões, além dos espetaculares ataques alienígenas, o cinema-catástrofe americano encontrou mais um tema sobre o qual criar suas tramas: as mudanças climáticas. Também chamada de crise climática por aqueles que querem dar mais relevância e seriedade ao assunto, as consequências do fenômeno – o aquecimento da atmosfera terrestre devido às emissões de gases – foram tratadas em filmes como O dia depois de amanhã (2014) e Tempestade: planeta em fúria (2014). Além disso, existe uma série de documentários melhor fundamentados, que tratam da crise climática de forma científica. Dentre estes, destacamos Uma verdade inconveniente (2007); A última hora (2007); Faça as contas (2013); Cowspiracy (2014) e Nosso Planeta (2019), entre outros.

A crise climática volta às manchetes das mídias regularmente a cada final de ano, quando se realizam as reuniões anuais da Conferência das Partes (COP). Em 2020, por causa da sindemia da Covid, a reunião não foi realizada, tendo sido transferida para este ano. A COP 26 ocorreu em Glasgow, na Escócia, entre os dias 31 de outubro e 12 de novembro. No momento em que escrevemos este texto (1/11) ainda são poucas as informações sobre o evento, já que os trabalhos tiveram início há pouco. No entanto, já antes do início da conferências, diversos empresários e políticos de projeção mundial declaravam que os gastos para reduzir as emissões de gases seriam muito altos e exigiriam bastante esforço de todos. Jeff Bezos, fundador do Amazon e segundo indivíduo mais rico do planeta, afirmou em março de 2020 que doaria 10 bilhões de dólares (cerca de 57 bilhões de reais) até o ano de 2030. Mesmo assim, afirma o bilionário, será necessário muito mais para diminuir o aquecimento global. “Serão necessários trilhões de dólares, para fazer a mínima coisa com relação à mudança do clima”, declarou Bezos (https://abcnews.go.com/International/live-updates/cop26/?id=80799651#80907837).

As expectativas em relação aos resultados da COP 26 não são muito diferentes das edições anteriores. As atenções voltam-se, como sempre, às ações programadas pelos grandes poluidores; a China, os Estados Unidos e a Europa, que juntos contribuem com o maior parte do volume de gases de efeito estufa. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia anunciado metas de redução para seu país em abril de 2020, e não trouxe novidades para a Conferência. O governante da China Xi Jinping não compareceu ao evento, alegando outros compromissos internos. Segundo informações preliminares de pesquisadores, a Argentina, o Canadá, a União Europeia, África do Sul, Reino Unido e os Estados Unidos foram os únicos países que apresentaram compromissos de reduções de emissões. Coreia do Sul, Japão e China limitaram-se a anunciar cortes, mas não chegaram a apresentar planos concretos. México e o Brasil foram os únicos países do G20 que elevaram suas previsões de emissões, em relação ao que já anteriormente haviam prometido reduzir até 2030 (nesse interim, parece que o Ministério do Meio Ambiente voltou atrás e reviu suas previsões para baixo, repetindo números anteriores - “pedalada climática” dizem os especialistas).   

Espera-se que nesta reuniões possam avançar as negociações em relação à criação de um mercado mundial de créditos de carbono, prática que chegou a tomar fôlego no início da década passada, na Europa e nos Estados Unidos. O Brasil, foi um dos países que chegaram a implantar dezenas de projetos de crédito de carbono e, caso as negociações voltem a avançar, poderá ser um dos grandes beneficiados na implantação de novos empreendimentos. Projetos de crédito de carbono são atividades que reduzem ou eliminam emissões de gases de efeito estufa (metano, dióxido de carbono, ozônio, óxido nitroso, entre outros). Por exemplo, ao invés de instalar um gerador movido a óleo diesel, um empresário pode optar por gerar energia a partir de células fotovoltaicas, queima de biomassa em uma caldeira ou instalar um gerador eólico. A diferença entre as emissões que este empresário geraria com um gerador a diesel (100 t/ano, por exemplo) e um gerador eólico (zero t/ano), torna-se crédito. Ou seja, determinado número de toneladas de dióxido de carbono (CO²) – neste caso hipotético 100 t/ano – deixarão de ser emitidas. Como a tonelada de CO² não gerada tem uma remuneração (atualmente cerca de 50 Euros – 330 reais), o projeto deste empresário poderá gerar um crédito (330 reais X 100 = 33.000 reais/ano). Este crédito pode ser comprado por outras empresas que, por emitirem acima de um limite, precisam abater esta diferença emitida a mais, através da compra de créditos.  

Há vários encontros da COP espera-se que os países ricos disponibilizem recursos para que os países em desenvolvimento possam adquirir know-how e tecnologia a fim de reduzirem suas emissões e tornarem suas economias menos carbono-dependentes. Modernização de equipamentos, substituição de combustíveis e matérias primas, retrofitting de unidades de produção e de operação; são medidas de eficiência que podem reduzir significativamente as emissões de gases em diversos setores da economia. Os recursos existentes são escassos e sem a ajuda das nações industrializadas será difícil que os países pobres e em desenvolvimento possam atingir os objetivos globais de redução de emissões em 2030 e 2050.

Os países que mais serão atingidos pelos efeitos das mudanças climáticas são principalmente os países do hemisfério Sul, em sua maioria nações pobres na América Latina, África e Ásia. Países-ilha do Pacífico Sul, como Kiribati e Tuvalu estão começando a desaparecer do mapa, devido ao aumento do nível do mar. As Filipinas vêm sendo constantemente afetadas por fortes tufões e o arquipélago de Figi vê o número de ciclones aumentar gradativamente – só para citar alguns exemplos. Isto sem considerar o forte impacto que as mudanças do clima terão na agricultura de países como a Indonésia, a Índia, o Brasil e os países africanos, cujas economias dependem em grande parte dessa atividade.

Os maiores emissores de gases de efeito estufa da economia mundial são os setores de transporte, geração de eletricidade e a indústria. Não por coincidência, a maior parte das atividades relacionadas a estes setores situam-se no hemisfério Norte. Quanto mais alto o padrão econômico de uma sociedade, maior o número de deslocamentos (automóveis, caminhões, trens, aviões, navios, etc.), mais alto o consumo de energia (combustível, aquecimento, eletricidade, etc.) e mais diversificada a atividade industrial (bens de consumo, bens semiduráveis e duráveis, etc.)

A desigualdade na economia mundial e a exploração dos países pobres pelos ricos espelha-se, assim, nas consequências das mudanças climáticas. Apesar dos discursos filantrópicos e benevolentes dos organismos multilaterais – ONU, OMC, FMI, Banco Mundial, etc., e dos países ricos -, os maiores prejudicados com os efeitos de uma ordem econômica mundial iníqua, da qual os pobres pouco aproveitaram, serão as próprias nações pobres.   


(Imagens: pinturas de José Vital B. Malhoa) 

DESMATAMENTO ZERO

sexta-feira, 12 de novembro de 2021

 

(Greenpeace)

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quinta-feira, 11 de novembro de 2021

(Fonte da imagem: Revista Bula)
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Filósofos na praia
Filosofar também é possível à beira mar 

O Terço - Jogo das pedras

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

 As melhores bandas de rock de todos os tempos


O Terço

Álbum: Criaturas da noite (1975)

Música: Jogo das pedras 





O Terço é uma banda brasileira formada no Rio de Janeiro em 1968 por Jorge Amiden (guitarra), Sérgio Hinds (baixo) e Vinícius Cantuária (bateria). A banda começou tocando rock clássico, mas logo tendeu ao rock progressivo e ao rock rural e pop caracterizando o som e a diversidade musical da banda.

Segundo o guitarrista Sérgio Hinds (único membro presente em todas as formações da banda), a palavra "terço" foi escolhida como nome da banda porque é uma medida fracionária que corresponde a três ou a "terça parte de alguma coisa", como num Rosário. "O Terço" caiu como uma luva devido a primeira formação da banda, que era a de trio (guitarra elétricabaixo elétricobateria). Inicialmente, o nome escolhido tinha sido "Santíssima Trindade", mas para evitar atritos com a Igreja Católica, foi adotado "O Terço" (...)


(Fonte do texto: Wikipedia)

FEIRA DO LIVRO

terça-feira, 9 de novembro de 2021

 


https://festadolivro.edusp.com.br/

Leituras diárias

segunda-feira, 8 de novembro de 2021

 


“A evolução equipou nosso cérebro com uma consciência subjetiva dos riscos e improbabilidades apropriados a criaturas com uma duração de vida inferior a um século. Nossos ancestrais sempre tiveram de tomar decisões envolvendo riscos e probabilidades; por isso, a seleção natural equipou nosso cérebro para avaliar probabilidades no contexto de um tempo de vida breve que, seja como for, podemos esperar. Se em algum planeta houver seres com duração de vida de 1 milhão de séculos, seu facho de luz abrangendo os riscos compreensíveis se estenderá muito mais na direção do extremo direito do contínuo. Eles esperarão receber uma mão perfeita de bridge de quando em quando, e nem sairão por aí contando para todo mundo quando isso acontecer. Mas até eles cairão sentados se uma estátua de mármore lhes acenar, pois seria preciso viver zilhões de anos a mais do que eles para ver um milagre dessa magnitude.”  (Dawkins, pág. 242)

 

Richard Dawkins, O relojoeiro cego – A teoria da evolução contra o desígnio divino 


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domingo, 7 de novembro de 2021

 

(Fonte da imagem: Blog Pedra do índio Botucatu)

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Antes de Cabral: sambaquis, Peabiru & outras histórias

Temas pré-históricos e históricos brasileiros

Como ler livros

sábado, 6 de novembro de 2021

 

Buecher-lagern

Veja no site da É Realizações - Editora, espaço cultural e livraria o "Como ler livros - O guia clássico para a leitura inteligente". Veja no link abaixo: 

https://www.erealizacoes.com.br/blog/como-ler-livros-o-guia-classico-para-a-leitura-inteligente/

DESMATAMENTO

sexta-feira, 5 de novembro de 2021

 

(Greenpeace)

MC5 - Gotta keep movin'

quarta-feira, 3 de novembro de 2021

 As melhores bandas de rock de todos os tempos 


MC5 

Album: High Time (1971)

Música: Gotta keep movin'



https://www.youtube.com/watch?v=2WBjuKH1ZqI


MC5 (Motor City Five) é uma banda de rock formada em 1964 na cidade de DetroitMichigan por Wayne Kramer (guitarra), Pat Burrows (baixo), Rob Tyner (vocais), Bob Gaspar (bateria) e Fred "Sonic" Smith (guitarra). A banda foi precursora do garage rock e uma das primeiras a fundir a agressividade musical com ideias políticas.

Com o tempo, Smith e Kramer decidem experimentar novos sons, passando a usar o feedback e a distorção nas guitarras. Este novo som, mais agressivo, leva a que Burrows e Gaspar saiam da banda, em 1965. Para o seu lugar entram Michael Davis (baixo) e Dennis Thompson (bateria), em 1966. Com esta formação, os MC5 fazem vários concertos, destacando-se os efectuados no Grande Ballroom, de Detroit. O sucesso destes concertos chamam a atenção de John Sinclair (fundador do movimento White Panter).

Com letras recheadas de idéias revolucionárias e muitos palavrões, o MC5 teve sérios problemas com a censura. Tornava-se comum ter suas apresentações fossem interrompidas pela polícia. Como é o caso da faixa título do disco dizia: “Kick Out The Jams, Mother Fuckers!” (Vamos detonar, filhos da p***!). Horrorizada a gravadora fez com que a frase fosse modificada para “Kick Out The Jams, Brothers and Sisters” (Vamos detonar, irmãos e irmãs!).

Em 1970, assinaram contrato com a Atlantic (onde tiveram que se comportar), enquanto o empresário Sinclair, foi preso, por oferecer maconha a um policial de folga. Lançaram dois álbuns: Back In The USA, em 1970, que apresentava os clássicos Shaking Street e The American Ruse. Quando em 1971, lançaram o bombástico High Time, o grupo já minguava por não ter se acertado comercialmente. Pouco tempo depois, a banda se desfez. O seu último espetáculo foi no Grande Ballroom, na passagem de ano de 1972

Os MC5 ficam na história como um das bandas que mais influenciou a música punk, grungehard rock e o power pop.


(Fonte do texto: Wikipedia) 

COP 26

terça-feira, 2 de novembro de 2021

Conheça a história das Conferências Climáticas da ONU. 

A COP (Conferências da Partes) 26 começou em 31/10/2021 e vai até 12/11/2021. 

Está ocorrendo em Glasgow, na Escócia. Veja a história destes encontros e o que já decidiram:


https://www.politize.com.br/historia-das-conferencia-das-nacoes-unidas-sobre-mudancas-climaticas/

Leituras diárias

segunda-feira, 1 de novembro de 2021


 

“E também não penso que existe um minúsculo eu ou você dentro dos respectivos cérebros, passando pela experiência. Não há homúnculo, nem homúnculo dentro de homúnculo, nem a regressão infinita da lenda filosófica. O fato inegável, porém, é que tudo isso acontece como se existisse ou um teatro ou uma enorme tela de cinema, e como se existisse um eu ou um você na plateia. É perfeitamente aceitável chamar isso de ilusão, desde que reconheçamos que existem firmes processos biológicos por trás disso e que podemos usá-los para esboçar uma explicação para o fenômeno.” (Damásio, pág. 169)

 

Antonio Damásio, A estranha ordem das coisas – As origens biológicas dos sentimentos e da cultura