Outras leituras

quinta-feira, 4 de setembro de 2025


 

“Nada tem uma essência independente e imutável. Tudo existe por causa de relacionamentos, causas e percepções. Considere uma onda no oceano. Ela sobe, se move e eventualmente desaparece. Em que ponto ela é uma onda? A água que a forma está sempre mudando. A onda não existe separadamente do oceano — ela só aparece como uma coisa distinta por causa do movimento e da perspectiva. É assim que todas as coisas existem: elas parecem separadas, mas são inseparáveis ​​das condições que as criam. A verdade suprema expõe a ilusão da independência. Uma árvore depende da luz solar, do solo e da água. Uma pessoa depende dos pais, da cultura e da biologia. Até mesmo pensamentos e emoções surgem de inúmeros fatores, de experiências passadas a circunstâncias presentes. Nada existe por si só, imutável e isolado.

O que as pessoas chamam de ‘realidade’ é uma rede de causas e efeitos mutáveis. Isso não significa que as coisas não tenham sentido ou sejam imaginárias. Significa que tudo é vazio de uma essência fixa. Um rio não é uma coisa só — é um processo. Um eu não é uma identidade única — é uma série de pensamentos e sensações mutáveis. Quando as pessoas se apegam às coisas como se fossem sólidas e permanentes, elas sofrem. A verdade suprema revela que não há nada a que se agarrar da maneira como as pessoas imaginam.” (Phan, pág. 56).

 

Khiem Phan, Grandes Filosofias do Budismo: o vazio Madhyamaka e a totalidade Tiantai

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