O que dizem os jornalistas

sexta-feira, 7 de novembro de 2025

 

Karl Kraus (1874-1936) foi um dramaturgojornalistaensaístaaforista e poeta  austríaco. Indicado três vezes ao Nobel de Literatura, é considerado como um dos maiores escritores satíricos em língua alemã do século XX.

Foi também — e sobretudo — satirista e panfletário. Denunciava com grande virulência nas páginas do Die Fackel ("A Tocha") — revista que fundou e da qual foi praticamente o único redator durante quase quarenta anos — os compromissos, as injustiças e a corrupção, notadamente a corrupção da língua, na qual via a fonte dos maiores males de sua época, responsabilizando principalmente a imprensa. Crítico da moral burguesa de sua época, Kraus defendeu as prostitutas, os homossexuais e condenou o feminismo. Exerceu influência fundamental em seus conterrâneos Ludwig WittgensteinArnold Schönberg Adolf Loos.

(Fonte do texto: Wikipedia)


Algumas observações de Karl Kraus:


Com que soberania um imbecil trata o tempo. Ele simplesmente o mata. E o tempo tolera isso. Pois nunca ouvimos falar que o tempo tenha matado um imbecil.”

A força mais enérgica não chega perto da energia com que alguns defendem suas fraquezas.

O mundo é uma prisão em que é preferível a solitária.”

O que a sífilis poupou será devastado pela imprensa. Nos amolecimentos cerebrais do futuro não se poderá mais constatar a causa com segurança.”

A democracia divide os homens em trabalhadores e preguiçosos. Ela não está preparada para aqueles que não têm tempo para trabalhar.”

O segredo do agitador consiste em parecer tão idiota quanto seus ouvintes, de modo que eles acreditem ser tão inteligentes quanto ele.

A relação dos jornais com a vida é mais ou menos a mesma dos cartomantes com a metafísica.

O barbeiro conta novidades quando deveria apenas cortar o cabelo. O jornalista é espirituoso quando deveria apenas contar novidades. Dois sujeitos que querem subir na vida.

Numa cabeça oca cabe muito conhecimento.”

Antes os cenários eram de papelão e os atores eram de verdade. Agora, os cenários são completamente convincentes, e os atores, de papelão.”

De onde tiro tanto tempo para não ler tanta coisa?”

Quando corrigimos um erro depois de muito tempo, os superficiais criticam o erro e os profundos nos chamam de inconsequentes.”

Muitas vezes, a filosofia não é mais do que a coragem de entrar num labirinto. E quem se esquecer da porta de entrada, pode facilmente adquirir a reputação de pensador independente.”

O Diabo é um otimista se acredita que pode tornar os seres humanos piores.

 

(Do livro de Karl Kraus “Aforismos”)

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