“A
realidade podemos mudar; a ficção precisamos imaginar novamente.”
“Aqueles
que nadam contra a corrente não podem esperar que esta mude de direção.”
“Todo
regime finalmente se transforma em ‘ancien régime’”.
“Quem
está sentado no topo tem uma desculpa: não há como avançar.”
“Perante
a realidade é possível fechar os olhos, mas não ante as lembranças.”
“Todas
as nossas diversas ficções formam juntas a realidade comum.”
“Na
realidade, tudo se parece muito diferente do que na realidade é.”
“Ele
carregava sua bandeira bem alto – para não precisar vê-la.”
“A
medida da injustiça sempre se encontra nas justas mãos.”
“Mesmo
os supérfluos são constantemente úteis.”
“Do
artista a arte não exige talento, mas obras.”
“Um
cavalo sem cavaleiro é sempre um cavalo. Um cavaleiro sem cavalo é só um ser
humano.”
“Uns
querem entender aquilo em que acreditam e os outros querem acreditar no que entendem."
“Pensem
nisso: quando o diabo quer pisar em alguém, ele não o faz com sua pata fendida,
mas com seu pé humano.”
“Cuide-se.
Você é propriedade do Estado.”
“Distinguem-se
dois tipos de diabos: anjos caídos e seres humanos promovidos.”
“Ah,
se Deus dissesse: ‘Creia-me!’ e não ‘Creia em mim!’”.
“Quando
rumores envelhecem, transformam-se em mitos.”
“Todos
os deuses eram imortais.”
“Mesmo
a eternidade antigamente tinha uma
duração mais longa.”
“A
liberdade dos escravos mede-se no comprimento de suas correntes.”
“Uma minoria de criminosos encontra-se nas cadeias, entre os presos.”
Stanislaw Jerzy Lec (1909-1966), aforista e poeta polonês, conhecido por sua ironia e crítica política em Das grosse Buch der unfrisierten Gedanken (O grande livros dos pensamentos desarrumados). Tradução de Ricardo E. Rose


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