"Neste sentido, aliás, a cidade dos mortos é a precursora, quase o núcleo, de todas as cidades vivas. (...) Em tudo isso, há fortes matizes de ironia. A primeira coisa que saudava o viajante que se aproximava de uma cidade grega ou romana era a fila de sepulturas e lápides que ladeavam as estradas." - Lewis Mumford - A cidade na história
Mais uma previsão preocupante acaba de ser divulgada pelos cientistas nas últimas semanas. Segundo especialistas do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), o êxodo do campo para as cidades deverá aumentar em todo o mundo durante a próxima década. A tendência é que o aumento da mecanização reduza cada vez mais a oferta de trabalho na agricultura, forçando a população a procurar melhores oportunidades nas cidades. Esta movimentação de pessoas fará com que cresça a demanda por serviços como educação, saúde, transporte e saneamento, além de acelerar a procura por moradias. O fato deverá gerar uma grande pressão sobre as estruturas urbanas, forçando as administrações municipais a aumentarem seus investimentos nestas áreas.
Não é a primeira vez que este fenômeno acontece. Vários países em desenvolvimento viram ocorrer grandes deslocamentos da cidade para o campo durante as décadas de 1950 a 1980, quando se formaram grandes metrópoles em todo o mundo. Nos últimos 20 anos o fato se repetiu na China, onde cerca de 20% da população (260 milhões) se mudou dos campos para os centros urbanos. Na África, 45% dos habitantes do continente (360 milhões) deverão estar morando em cidades até 2015. No Brasil, cuja população se tornou majoritariamente urbana em menos de meio século, o êxodo rural também deverá continuar. A mecanização cada vez maior de diversas culturas agrícolas diminui cada vez mais o número de postos de trabalho, como já vem acontecendo gradualmente na cultura da cana-de-açúcar. Baseado em dados atuais, a União da Agroindústria do Açúcar (Única) estima que ocorra uma redução de 114 mil empregos até a safra 2020/2021. Ainda segundo a OIT, este deslocamento populacional para as cidades criará a necessidade de 440 milhões de novos empregos em todo o mundo, durante os próximos anos.
Os grandes centros, alvos principais destas migrações, precisarão necessariamente ampliar sua infraestrutura, capacitando-se a atender esta nova população, para evitar que se repita o mesmo erro do passado. Premidos pela falta de espaço e moradias, milhões de pessoas passaram a habitar áreas de várzea, fundos de vale ou as bordas das metrópoles, destruindo as últimas reservas de área verde e invadindo áreas de proteção aos mananciais. As ocupações de partes da reserva da Serra da Mantiqueira e da região da represa Guarapiranga, em São Paulo, são exemplos deste fato. Segundo dados da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo (SMH/SP), a cidade precisaria investir cerca de 56 bilhões de reais para resolver seus problemas de habitação, promovendo reurbanização de favelas, urbanização e regularização de loteamentos, recuperação de cortiços e implantação de infraestrutura e serviços públicos nas áreas de mananciais.
Não é a primeira vez que este fenômeno acontece. Vários países em desenvolvimento viram ocorrer grandes deslocamentos da cidade para o campo durante as décadas de 1950 a 1980, quando se formaram grandes metrópoles em todo o mundo. Nos últimos 20 anos o fato se repetiu na China, onde cerca de 20% da população (260 milhões) se mudou dos campos para os centros urbanos. Na África, 45% dos habitantes do continente (360 milhões) deverão estar morando em cidades até 2015. No Brasil, cuja população se tornou majoritariamente urbana em menos de meio século, o êxodo rural também deverá continuar. A mecanização cada vez maior de diversas culturas agrícolas diminui cada vez mais o número de postos de trabalho, como já vem acontecendo gradualmente na cultura da cana-de-açúcar. Baseado em dados atuais, a União da Agroindústria do Açúcar (Única) estima que ocorra uma redução de 114 mil empregos até a safra 2020/2021. Ainda segundo a OIT, este deslocamento populacional para as cidades criará a necessidade de 440 milhões de novos empregos em todo o mundo, durante os próximos anos.
Os grandes centros, alvos principais destas migrações, precisarão necessariamente ampliar sua infraestrutura, capacitando-se a atender esta nova população, para evitar que se repita o mesmo erro do passado. Premidos pela falta de espaço e moradias, milhões de pessoas passaram a habitar áreas de várzea, fundos de vale ou as bordas das metrópoles, destruindo as últimas reservas de área verde e invadindo áreas de proteção aos mananciais. As ocupações de partes da reserva da Serra da Mantiqueira e da região da represa Guarapiranga, em São Paulo, são exemplos deste fato. Segundo dados da Secretaria Municipal de Habitação de São Paulo (SMH/SP), a cidade precisaria investir cerca de 56 bilhões de reais para resolver seus problemas de habitação, promovendo reurbanização de favelas, urbanização e regularização de loteamentos, recuperação de cortiços e implantação de infraestrutura e serviços públicos nas áreas de mananciais.
No planejamento das grandes cidades é cada vez mais importante a possibilidade de se prever a ocorrência de fenômenos sociais, econômicos ou ambientais que influirão no desenvolvimento urbano. A velocidade cada vez maior das mudanças e a interrelação dos acontecimentos exigirá crescentes esforços das administrações, procurando se antecipar às conseqüências.
(imagens: Albrecht Dürer)
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