Em estudo intitulado "Praguicidas
agrícolas como fator de risco" a Universidade Estadual Paulista (UNESP) analisou,
entre outros, o potencial tóxico do diuron, um herbicida bastante utilizado nas
culturas de soja e cana-de-açúcar. Em testes, o produto, segundo matéria
publicada na revista online FAPESP de 22/4/2013, provocou câncer na bexiga de
ratos de laboratório. Segundo o coordenador do estudo, o médico e professor
titular de Patologia da Faculdade de Medicina de Botucatu, João Lauro Viana de
Camargo, "mostramos que, quando eliminados pela urina, o diuron ou seus
metabolitos provocam necrose em múltiplos focos do urotélio, o revestimento da
bexiga. Em resposta, esse revestimento prolifera para substituir as áreas
lesadas. A proliferação celular contínua, se mantida durante muito tempo, acaba
levando a erros nas sucessivas cópias do DNA, alguns deles predispondo ao
desenvolvimento de tumores". O produto não provoca lesões diretamente no
DNA, mas tem efeitos quando existe uma exposição constante. O alerta sobre a
substância foi dado pela agência de proteção ambiental do governo americano
(EPA). Dados sobre o diuron na internet informam que o produto não causa câncer
em ratos com baixa exposição e que não há evidência de que cause a moléstia em
humanos. (http://pmep.cce.cornell.edu/profiles/extoxnet/dienochlor-glyphosate/diuron-ext.html).

O diuron é apenas um exemplo das inúmeras
substâncias a que estamos expostos como consumidores, sem que uma análise
detalhada de seus efeitos sobre a saúde tenha sido feita. Isto não se aplica
somente aos agrotóxicos; incluem também produtos de limpeza, remédios e até
alimentos. Por outro lado, é preciso considerar que grande parte das
substâncias químicas utilizadas na agricultura, indústria e no consumo é
testada quanto aos seus efeitos, por diversos órgão de controle - no caso do
Brasil esta tarefa geralmente cabe à Agência Nacional de Vigilância Sanitária
(ANVISA). Assim, atualmente quase já não é mais possível lançar um produto sem
que seus componentes tenham sido testados e aprovados por agências especializadas.
No entanto, permanece ainda em discussão o detalhamento e a duração destes testes.

(Imagens: fotografias de Andre Kertesz)
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