(publicado originalmente na página da Academia Peruibense de Letras no Facebook)
Darcy Ribeiro (1922-1997) foi sociólogo, antropólogo, educador e político. Exilou-se do país em 1964. Retornando, torna-se vice-governador do Rio de Janeiro (administração Brizola) e em paralelo cria diversos projetos culturais (CIEPs, Sambódromo, Memorial da América Latina).
Em 1991 é eleito senador e em 1992 entra para a Academia Brasileira de Letras. Autor de obras de antropologia, etnologia, educação, e romances, Darcy foi um dos grandes intelectuais brasileiros do século XX.
De sua obra "O povo brasileiro", destacamos:
"Aquela uniformidade cultural e esta unidade nacional - que são, sem dúvida, a grande resultante do processo de formação do povo brasileiro - não devem cegar-nos, entretanto, para disparidades, contradições e antagonismos que subsistem debaixo delas como fatores dinâmicos da maior importância. A unidade nacional, viabilizada pela integração econômica sucessiva dos diversos implantes coloniais, foi consolidada, de fato, depois da independência, como um objetivo expresso, alcançado através de lutas cruentas e da sabedoria política de muitas gerações. Esse é, sem dúvida, o único mérito indiscutível das velhas classes dirigentes brasileiras. Comparando o bloco unitário resultante da América portuguesa com o mosaico de quadros nacionais diversos a que deu lugar a América hispânica, pode se avaliar a extraordinária importância desse feito." (Ribeiro, 2014, p. 20)
"Os outros povos latino-americanos são, como nós mesmos, povos novos, em fazimento. Tarefa infinitamente mais complexa, porque uma coisa é reproduzir no além-mar o mundo insosso europeu, outra é o drama de refundir altas civilizações, um terceiro desafio, muito diferente, é o nosso, de reinventar o humano, criando um novo gênero de gentes, diferentes de quantas haja." (Ribeiro, 2014, p. 409).
(Imagem: fotografia de Darcy Ribeiro)
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