Energia eólica no Brasil

sábado, 27 de abril de 2019
"A História não é o palco da felicidade; nela, os períodos de felicidade são páginas em branco."   -   Georg Friedrich Hegel  citado por Eduardo Gianetti em O Livro das Citações 


Ocupando a oitava posição no ranking mundial, o Brasil é um dos países que mais explora seu potencial eólico. Mesmo assim, ainda há muito por fazer nesse setor. Com a taxa de crescimento atual, 45% ao ano, serão necessários cerca de 40 anos para esgotarmos todo o nosso potencial energético nessa área. Este é o teor principal de um relatório preparado recentemente pelo banco BTG Pactual e divulgado pelo jornal Valor.

São diversos os fatores que fazem com que as energias renováveis sejam cada vez mais usadas. Baseadas em recursos renováveis (vento, luz solar, água, biomassa), são menos poluentes que os derivados de petróleo dos motores à combustão e os resíduos de urânio dos reatores nucleares. Representam atualmente a solução mais barata para a geração de energia, comparadas a outros desenvolvimentos recentes, como a célula de combustível. Além disso, serão provavelmente a fonte energética que nos próximos 30 a 50 anos fará a transição para a energia à base de fusão nuclear – esta sim, não poluente, renovável e sem resíduos.

A energia eólica surgiu como fonte energética a partir das experiências de engenheiros e cientistas no final do século XIX. Durante toda a primeira metade do século XX novos aprimoramentos foram incorporados à tecnologia, permitindo que em 1975 o Departamento de Energia dos Estados Unidos construísse o primeiro parque eólico junto com a NASA. Nesse ínterim as turbinas eólicas tiveram sua eficiência e capacidade aumentadas, permitindo com que a partir dos anos 1990 este tipo de geração pudesse ser explorado comercialmente.   

No Brasil a introdução da energia eólica é relativamente recente. O primeiro parque eólico, contando com poucos geradores, foi instalado no estado do Ceará no final dos anos 1990. Em 2002 o governo federal criou o Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), passando a incentivar projetos de energia renovável, incluso a eólica.

Em 2005 a geração eólica brasileira alcançava a diminuta marca de 25 MW (megawatts). A partir de 2010 o governo instituiu a compra de energia através de leilões. Os contratos, que previam o fornecimento de determinado volume de energia durante certo período de anos, tinha como contratante o governo federal e como contratado uma empresa privada, que com seus próprios recursos construía e operava o parque eólico gerador da eletricidade.

Através desta solução criou-se rapidamente um florescente mercado de geração e venda de energia eólica. Assim, saltamos de menos de 400 MW gerados no país em 2008, para 13.677 MW gerados em 2018. Fabricantes de equipamentos, prestadores de diversos tipos de serviços de engenharia e manutenção técnica se estabeleceram no Brasil, gerando milhares de empregos. A participação da energia eólica na matriz energética brasileira passou de 0,3%, em 2005, para 9%, no final de 2018.

As perspectivas de crescimento deste mercado continuam em alta. Especialistas na área afirmam que a demanda por energia, cedo ou tarde, aumentará. Além disso, serão cada vez maiores os impedimentos para uso da geração convencional, baseada na queima de combustíveis fósseis, como nas termelétricas a carvão ou gás natural.

Todo este crescimento prevê apenas os projetos em terra firme. Por ora o país ainda não começou a explorar seu potencial eólico “offshore”, com instalação de projetos eólicos a poucos quilômetros da costa.

(Imagens: pinturas de Pierre Bonnard) 

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