"A História não é o palco da felicidade; nela, os períodos de felicidade são páginas em branco." - Georg Friedrich Hegel citado por Eduardo Gianetti em O Livro das Citações
Ocupando
a oitava posição no ranking mundial, o Brasil é um dos países que mais explora
seu potencial eólico. Mesmo assim, ainda há muito por fazer nesse setor. Com a
taxa de crescimento atual, 45% ao ano, serão necessários cerca de 40 anos para
esgotarmos todo o nosso potencial energético nessa área. Este é o teor
principal de um relatório preparado recentemente pelo banco BTG Pactual e
divulgado pelo jornal Valor.
São
diversos os fatores que fazem com que as energias renováveis sejam cada vez
mais usadas. Baseadas em recursos renováveis (vento, luz solar, água,
biomassa), são menos poluentes que os derivados de petróleo dos motores à
combustão e os resíduos de urânio dos reatores nucleares. Representam
atualmente a solução mais barata para a geração de energia, comparadas a outros
desenvolvimentos recentes, como a célula de combustível. Além disso, serão
provavelmente a fonte energética que nos próximos 30 a 50 anos fará a transição
para a energia à base de fusão nuclear – esta sim, não poluente, renovável e
sem resíduos.
A
energia eólica surgiu como fonte energética a partir das experiências de
engenheiros e cientistas no final do século XIX. Durante toda a primeira metade
do século XX novos aprimoramentos foram incorporados à tecnologia, permitindo
que em 1975 o Departamento de Energia dos Estados Unidos construísse o primeiro
parque eólico junto com a NASA. Nesse ínterim as turbinas eólicas tiveram sua
eficiência e capacidade aumentadas, permitindo com que a partir dos anos 1990
este tipo de geração pudesse ser explorado comercialmente.
No
Brasil a introdução da energia eólica é relativamente recente. O primeiro
parque eólico, contando com poucos geradores, foi instalado no estado do Ceará
no final dos anos 1990. Em 2002 o governo federal criou o Programa de Incentivo
às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), passando a incentivar
projetos de energia renovável, incluso a eólica.
Em
2005 a geração eólica brasileira alcançava a diminuta marca de 25 MW
(megawatts). A partir de 2010 o governo instituiu a compra de energia através
de leilões. Os contratos, que previam o fornecimento de determinado volume de
energia durante certo período de anos, tinha como contratante o governo federal
e como contratado uma empresa privada, que com seus próprios recursos construía
e operava o parque eólico gerador da eletricidade.
Através
desta solução criou-se rapidamente um florescente mercado de geração e venda de
energia eólica. Assim, saltamos de menos de 400 MW gerados no país em 2008,
para 13.677 MW gerados em 2018. Fabricantes de equipamentos, prestadores de
diversos tipos de serviços de engenharia e manutenção técnica se estabeleceram
no Brasil, gerando milhares de empregos. A participação da energia eólica na
matriz energética brasileira passou de 0,3%, em 2005, para 9%, no final de
2018.
As
perspectivas de crescimento deste mercado continuam em alta. Especialistas na
área afirmam que a demanda por energia, cedo ou tarde, aumentará. Além disso,
serão cada vez maiores os impedimentos para uso da geração convencional,
baseada na queima de combustíveis fósseis, como nas termelétricas a carvão ou
gás natural.
Todo
este crescimento prevê apenas os projetos em terra firme. Por ora o país ainda não
começou a explorar seu potencial eólico “offshore”, com instalação de projetos
eólicos a poucos quilômetros da costa.
(Imagens: pinturas de Pierre Bonnard)
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