Outras leituras

segunda-feira, 30 de junho de 2025


 

“A teoria marxista-leninista do conhecimento, caracterizada como é pela prática social científica, não pode deixar de se opor resolutamente a essas ideologias erradas. Os marxistas reconhecem que no processo absoluto e geral de desenvolvimento do universo, o desenvolvimento de cada processo particular é relativo e que, portanto, no fluxo infinito da verdade absoluta, o conhecimento do homem sobre um processo particular em qualquer estágio de desenvolvimento é apenas verdade relativa. A soma total de inúmeras verdades relativas constitui a verdade absoluta. O desenvolvimento de um processo objetivo é cheio de contradições e lutas, assim como o desenvolvimento do movimento do conhecimento humano. Todos os movimentos dialéticos do mundo objetivo podem, mais cedo ou mais tarde, ser refletidos no conhecimento humano. Na prática social, o processo de vir-a-ser, desenvolver e desaparecer é infinito, assim como o processo de  vir-a-ser, desenvolver e desaparecer no conhecimento humano. À medida que a prática do homem, que muda a realidade objetiva de acordo com ideias, teorias, planos ou programas dados avança cada vez mais, seu conhecimento da realidade objetiva também se torna cada vez mais profundo. O movimento de mudança no mundo da realidade objetiva é interminável, assim como a cognição da verdade pelo homem.”

 

Mao Zedong, (Mao Tsé Tung, 1893-1976), teórico político, líder da Revolução Chinesa, estadista e fundador da República Popular da China em Five Essays on Philosophy (Cinco ensaios de filosofia).

Leituras diárias

domingo, 29 de junho de 2025


 

“A bem da verdade, quando se leva em conta a desilusão dos missionários que por aqui aportaram – as lamurientas cartas dos padres da Companhia de Jesus, salientando o pouco que a pregação missionária entrava nos corações e nas cabeças dos nativos, são exemplares nesse sentido –, pode-se mesmo dizer que Caminha errou redondamente no que tange aos nativos, mas somente no que tange aos nativos, pois, como numa espécie de vaticínio, acertou, ao menos em parte, no tocante aos colonos dos trópicos, uma criatura que desde cedo mostrou grande pendor para crer barulhenta e festivamente em qualquer coisa. Os jesuítas, de novo eles, talvez tenham sido os primeiros a perceber, não sem alguma revolta, tal inclinação do colono e, consequentemente, o caráter ardente mas degenerado que a religião católica vinha tomando nestas terras quentes – religião que, de cristã, segundo os bons padres, conservava somente um detalhe aqui e outro acolá. Todavia, a desaprovação da Companhia, ou das muitas outras ordens que se instalaram no Brasil – ordens que cedo deixaram de lado a enfadonha e inglória missão de converter os gentios e passaram a se dedicar aos fiéis que estavam mais à mão (brancos, negros e mestiços) –, de pouco serviu para deter o avanço e a consolidação desse cristianismo devoto, porém de contornos próprios. Ao contrário, pelo que tudo indica, tanto o clero secular como o regular trataram rapidamente de, com mais ou menos reclamações, ajustar as suas crenças, princípios e exigências aos gostos locais. 

Desenvolvemos, então, com a benção dos representantes tortos de Roma – lembremos que a Igreja no Brasil era mantida e regida pela coroa lusitana (padroado) – e com a devoção de que somos capazes, um cristianismo de cor local, cristianismo sensualista, eclético, antipático à introspecção e moralmente pouco exigente, como observou, não sem uma ligeira tristeza, o historiador Sérgio Buarque de Holanda. Um cristianismo singular, que cedo, muito cedo, causou espanto aos cristãos de além-mar que o conheceram.” (França, pág. 49 e 50).

 

“Portugueses e brasileiros têm uma lastimável inclinação a crer cegamente no fado, na fortuna, e a depositar pouquíssimas esperanças na planificação. O fatalista de lá, no entanto, carrega consigo a incômoda percepção de que a fortuna vai quase sempre colocá-lo em situações difíceis, diante das quais nada há a fazer a não ser se conformar. O daqui, ao contrário, tem a firme convicção de que a boa fortuna se enamorou dele, de que Deus é brasileiro, e de que, com a sorte que temos e que sempre tivemos, tudo se arranjará para melhor, sem necessidade de muito previdência ou de muito esforço. Desde cedo, aprendemos a cultivar esse doce e consolador princípio, que rapidamente se tornou um dos traços mais marcantes do caráter nacional, marcante e saliente, com um amplo leque de sentenças para expressá-lo: essa é uma terra abençoada por Deus, sem catástrofes naturais e extremamente pródiga, o brasileiro é um povo especial, etc. Nem mesmo a história do país escapou à sua envolvência, ao contrário, para boa parte dos brasileiros, a trajetória do Brasil e do seu povo, malgrado uns pequenos percalços aqui e ali – culpa de estrangeiros mal-intencionados ou de nacionais ricos, mesquinhos e estrangeirados –, parece insistentemente corroborá-lo." (França, pág. 54). 

 

Jean Marcel Carvalho França (1966-), historiador, professor universitário e escritor brasileiro em Ilustres ordinários do Brasil

Enquanto isso, no "Fazendão Brasil"...

sábado, 28 de junho de 2025


 (Fonte: Instagram)

Sonia Ebling (1918-2006)

Conheça mais sobre a vida e obra da artista no site AM Galeria abaixo:

Cartão de crédito e os juros altos

sexta-feira, 27 de junho de 2025

(Fonte: Nani Humor)

O que eles pensam


(Educação no Brasil continua ruim)

 

“No Brasil 66% dos nossos jovens não atingem as habilidades básicas para o mundo do trabalho. Isto significa que 2/3 dos nossos jovens não têm habilidades mínimas necessárias para terem alguma chance de sucesso na vida, especialmente num mundo em que novas tecnologias de informação e inteligência artificial irão substituir os humanos em várias tarefas.”

 

Dr. Naercio Menezes Filho, professor da FEA-USP e membro da Academia Brasileira de Ciências, em artigo publicado no jornal Valor em 23/5/2025

Frases de Meio Ambiente

quinta-feira, 26 de junho de 2025


“Outro dia, entrei no mato para piar um inhambu e o que saiu de trás da moita foi um Volkswagen."

Tom Jobim (1927-1994), cantor, compositor, violonista e arranjador brasileiro citado por Revista Educação Ambiental em Ação

Bendito - Quinteto Armorial

quarta-feira, 25 de junho de 2025

 Música brasileira


Quinteto Armorial

Álbum: Do Romance ao galope nordestino (1974)

Música: Bendito




https://www.youtube.com/watch?v=OKGRA9-VXyA&list=PLItd1GiqTiJRu_8F2BkfVvjsssSqknQ3B&index=9


Quinteto Armorial foi um importante grupo de música instrumental brasileiro formado no Recife em 1970, gravaram quatro LPs até o final do grupo, em 1980. A proposta do Quinteto Armorial era criar uma música de câmara erudita com raízes populares, o grupo conseguiu realizar um trabalho de síntese entre a música erudita e as tradições populares do nordeste, além das medievais galaico-portuguesas.

É considerado o mais importante grupo a criar uma música de câmara erudita brasileira de raízes populares.

 

(Fonte do texto: Wikipedia)

Byung-Chul Han

terça-feira, 24 de junho de 2025


 

“Terra, Deus e Verdade pertencem ao mundo do camponês. Hoje não somos mais camponeses, mas sim caçadores. Em busca das presas, os caçadores de informação rondam pela rede como por um campo de caça digital. Diferentemente do camponês, ele são móveis. Nenhum campo de cultivo os obriga a se assentar. Eles não habitam. O ser humano na era das máquinas ainda não está completamente liberto do habitus [‘hábito’] do camponês na medida em que ele ainda está ligado à máquina como seu novo senhor. Ela o obriga a funcionar passivamente. O trabalhador retorna à máquina como o servo retorna ao senhor. A máquina fornece o centro de seu mundo. A mídia digital produz uma nova tipologia do trabalho. O trabalho digital ocupa o centro. Dito mais exatamente, não há mais aqui nenhum centro. O usuário e seu aparato digital formam, muito antes, uma unidade. Os novos caçadores não funcionam passivamente como parte de uma máquina, mas sim operam ativamente com seus aparatos móveis digitais, que se chamavam, no paleolítico, de lanças, arcos e flechas. Eles não se encontram, ao fazê-lo, em perigo, pois caçam por informação com o mouse. Nisso eles se distinguem dos caçadores do paleolítico.”

 

Byung-Chul Han (1959-) filósofo sul-coreano em No Enxame – Perspectivas do Digital

Gramática na escola cívico-militar

 (Fonte: Jota Camelo Charges/ Facebook)

Outras leituras

segunda-feira, 23 de junho de 2025


 

“O processo econômico, como qualquer outro processo da vida, é irreversível (e irrevogavelmente assim); portanto, não pode ser explicado apenas em termos mecânicos. É a termodinâmica, por meio da Lei da Entropia, que reconhece a distinção qualitativa que os economistas deveriam ter feito desde o início entre as entradas de recursos valiosos (baixa entropia) e as saídas finais de resíduos sem valor (alta entropia). O paradoxo sugerido por esse pensamento, a saber, que tudo o que o processo econômico faz é transformar matéria e energia valiosas em resíduos, é fácil e instrutivamente resolvido. Ele nos obriga a reconhecer que a saída real do processo econômico (ou de qualquer processo da vida, nesse caso) não é o fluxo material de resíduos, mas o fluxo imaterial ainda misterioso do desfrute da vida. Sem reconhecer esse fato, não podemos estar no domínio dos fenômenos da vida.”

“As leis atuais da física e da química não explicam a vida completamente. Mas o pensamento de que a vida pode violar alguma lei natural não tem lugar na ciência. No entanto, como tem sido observado há muito tempo — e mais recentemente em uma admirável exposição de Erwin Schrödinger [71, 69-72] — a vida parece escapar da degradação entrópica à qual a matéria inerte está sujeita. A verdade é que qualquer organismo vivo simplesmente se esforça o tempo todo para compensar sua própria degradação entrópica contínua sugando baixa entropia (neguentropia) e expelindo alta entropia. Claramente, esse fenômeno não é impedido pela Lei da Entropia, que requer apenas que a entropia de todo o sistema (o ambiente e o organismo) aumente. Tudo está em ordem desde que a entropia do ambiente aumente mais do que a entropia compensada do organismo.”


Nicholas Georgescu-Roegen (1906-1994), matemático, estatístico e economista romeno em Energia e mitos econômicos (Enegy and economic myths), publicado no Southern Economic Journal Vol. 41 No. 3 (Jan 1975) pags. 347-381

A última do Trump


 (Fonte: Khamenei.ir)



(Fonte: Politicalcartoon/Rick McKee)


Leituras diárias

domingo, 22 de junho de 2025


 

“A emergência de uma estética nacional foi um dos motes da Semana —‘nascerá uma arte genuinamente brasileira, filha do céu e da terra, do homem e do mistério’, bradou Menotti del Picchia no segundo festival. Mas ainda havia pouco disso em 1922. As obras de arte e as músicas apresentadas basicamente imitavam as vanguardas europeias. Villa-Lobos ainda não tinha feito O trenzinho caipira (1934). O modernismo foi mais um dentre outros movimentos artísticos que tentaram, às vezes através de estereótipos e simplificações, traduzir o Brasil de seu tempo. Mas foi único em afirmar nossa singularidade em tempos de crescente globalização.” (Cordeiro pág. 56). 

“Os jovens vanguardistas tomaram o cuidado de não aborrecer demais sua plateia burguesa, proclamando guerra aos estilos artísticos passadistas e não contra os patrões que se perpetuavam ao longo do tempo. ‘Na impossibilidade de enfrentarem mais diretamente os problemas políticos e sociais do país, os revolucionários [da Semana de Arte Moderna] teriam se contentado em investir contra a colocação pronominal’. O evento, que pretendeu ser um marco na história brasileira, foi promovido por artistas que ainda tinham muito o que aprender sobre seu próprio país. A nova arte que eles proclamavam era muito baseada nas vanguardas europeias, programas estéticos que sequer dominavam adequadamente. O fato não passou despercebido pela crítica especializada: ‘E depois venham dizer que o futurismo é coisa séria, coisa, aliás, que nem os seus próprios apologistas acreditam’. Nos últimos cem anos, e sobretudo mais recentemente, atribui-se  (injustamente) à Semana o defeito de não ter dado espaço às mulheres. Não é verdade. Naturalmente, não se levantou a bandeira da igualdade dos sexos nem de qualquer um dos feminismos. Mas as mulheres estiveram lá, e com notável protagonismo.

A Semana, inegavelmente marcada por contradições, limitações e hipocrisias, foi realizada por pessoas, sobretudo poetas e pintores jovens, que compreenderam melhor as correntes modernistas e desenvolveram sua consciência social ao longo das décadas seguintes. Mário de Andrade, talvez quem melhor exerceu a autocrítica após os excessos de 1922, comentou: ‘Deveríamos ter inundado a caducidade utilitária do nosso discurso, de maior angústia do tempo, de maior revolta contra a vida como está. Em vez: fomos quebrar vidros de janelas, discursar modas de passeio, ou cutucar os valores eternos, ou saciar nossa curiosidade na cultura (...) E apesar da nossa atualidade, da nossa nacionalidade, da nossa universalidade, uma coisa não ajudamos verdadeiramente, duma coisa não participamos: o amilhoramento [sic] político-social do homem.’ Mário buscou viver de acordo com seus aprendizados: ao invés de socializar com os modernistas brasileiros em Paris — que foram em massa para a capital francesa em 1923 — ,viajou por todos os cantos de nosso país, investigando as peculiaridades da cultura popular e os tesouros do passado colonial. Já Tarsila do Amaral, com sua típica lucidez e tolerância, comentou em 1942: ‘Não vejo razão para que Mário de Andrade se tormente tanto por um passado que poderia ter sido mais belo, mais voltado às questões sociais. Tudo quanto artistas e literatos produziram naquele tempo poderia ter sido melhor, mas a verdade é que não estavam preparados para encarar a vida com o espírito de hoje.’”  (Cordeiro, págs. 84 e 85). 

“Enquanto os artistas europeus discutiam os males e as maravilhas da vida moderna, o Brasil era uma nação jovem, de condições absolutamente distintas. Em 1922, a República e o fim da escravidão eram realidades muito recentes, de forma que o país ainda era extremamente autoritário, desigual, rural, repleto de pobres e analfabetos. O desejo por uma modernização nas artes aos moldes europeus só poderia vir de uma classe socialmente privilegiada, enriquecida (no caso de São Paulo, pelo café e pela industrialização) e alinhada com o cenário internacional. Eis a fórmula para uma Semana de Arte Moderna.” (Cordeiro, pág. 172). 

“Diversas vanguardas artísticas, como o cubismo e o fauvismo, desejaram voltar ao primitivo, ou seja, redescobrir a pureza estética de povos considerados menos desenvolvidos. Já outros movimentos, como o futurismo, decidiram-se pelo caminho contrário, de exaltação da modernidade e suas invenções. Na dúvida ou por mera falta de coesão, a vanguarda paulista abraçou as duas coisas: queria o desenvolvimento industrial, a energia elétrica e o avião, mas também a valorização da cultura popular e 'primitiva' do Brasil. Muito antes de 1922, a figura do índigena já havia sido utilizada por diversos artistas como símbolo da identidade nacional. Autores românticos, como Gonçalves Dias e José de Alencar, povoaram nossa literatura com 'bons selvagens', ingênuos e sensuais. Esses índios tão europeizados, já consagrados em pinturas e óperas, pareciam aos modernistas tolices de uma falsa brasilidade.” (Cordeiro, pág. 214).


André Cordeiro, Para entender a Semana de 22: 100 anos em 100 tópicos: Os dias mais agitados do modernismo no Brasil, de Abaporu a Zina Aita

O direito de não desperdiçar a vida

sábado, 21 de junho de 2025


Leitura para reflexão:

Estamos desperdiçando nossas vidas? Como? Leia no link do site Dowbor.org abaixo:

https://dowbor.org/2025/05/o-direito-a-nao-desperdicar-a-vida.html

O planejamento da construção da cidade de Brasília


 (Fonte: Poder360)

Veja filme de 1964 explicando a lógica sobre a qual se baseou o planejamento urbano da cidade de Brasília. A capital foi inaugurada em 1960. O vídeo está disponível no canal Memória Audiovisual Brasileira abaixo:

Enquanto isso, no clube dos amigos do Brasil...

sexta-feira, 20 de junho de 2025


 (Fonte: Blog Disparada)

"Americanas reduz R$ 500 milhões em débitos em acordo com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional. Dívida total é de R$ 865 milhões"

Fonte: CNN Money (online) em 13/6/2025

Essa não poderia faltar

 

The Beatles

While my guitar gently weeps (1968)

https://www.youtube.com/watch?v=YFDg-pgE0Hk


Judith Cortesão (1914-2007)

quinta-feira, 19 de junho de 2025


Veja apresentação da geneticista, ecóloga, ambientalista e professora universitária portuguesa Maria Judith Zuzarte Cortesão, falando sobre o período das Grandes Navegações e sobre a ecologia brasileira. O vídeo está no canal Nuestro Sur Brasil abaixo:

Juros a 15%!

Mesmo com um novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, indicado por Lula, juros continuam aumentando. Quando isso vai parar?


 (Fonte: CUT)

Veja o que Lula disse em 2024:

"Não tem nenhuma explicação os juros da taxa Selic estarem a 11,25 %. Não existe nenhuma explicação econômica, nenhuma explicação inflacionária, não existe nada a não ser a teimosia do presidente do Banco Central (Roberto Campos Neto, então presidente da instituição) em manter essa taxa de juros"

"Porque esse cidadão, quando ele deixar o Banco Central, ele vai ter que medir o que ele fez para esse país. Porque, na verdade, o que ele está fazendo nesse instante é contribuir para o atraso do crescimento econômico desse país"

Declarações do presidente Lula em 11/03/2024 (CNN Online)

O que eles pensam

quarta-feira, 18 de junho de 2025

 

Pobre empresário brasileiro

“O bilionário Ricardo Faria, conhecido como ‘rei do ovo’, chocou o país ao culpar o Bolsa Família por sua dificuldade em contratar mão de obra disposta a ganhar salário mínimo limpando cocô de galinha em tempo integral. Dono da Global Eggs, que produz 13 bilhões de ovos por ano, Faria acredita que o brasileiro médio está mimado por coisas supérfluas como comida, abrigo e dignidade mínima.”

Publicado no jornal online O Globo Sensacionalista de 17/06/2025

História dos bairros de São Paulo

(Fonte: Cidades em Fotos)

Conheça a história de vários bairros da cidade de São Paulo. Vale a pena fazer o download do pdf dos livros! Visite a página da Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa e acesse as monografias no link abaixo:

https://capital.sp.gov.br/web/cultura/w/arquivo_historico/publicacoes/8313

Concentração fundiária no Brasil

terça-feira, 17 de junho de 2025


 (Fonte: Articulação Nacional de Agroecologia)

Relatório da Oxfam: "Menos de 1% das propriedades agrícolas é dona de quase metade da área rural brasileira".

A pobreza, as migrações e a limitada produção de alimentos também são causados pela concentração de terras nas mãos de poucos. 

Veja detalhes do relatório da Oxfam no link abaixo:

Eugene Thacker

segunda-feira, 16 de junho de 2025

 

“O mundo é humano e não humano, antropocêntrico e não antropomórfico, às vezes até misantrópico. Indiscutivelmente, um dos maiores desafios que a filosofia enfrenta hoje, reside em compreender o mundo em que vivemos como um mundo humano e não humano – e em compreendê-lo politicamente. Por um lado, estamos cada vez mais e mais conscientes do mundo em que vivemos como um mundo não humano, um mundo exterior, um mundo que se manifesta nos efeitos das mudanças climáticas globais, dos desastres naturais, da crise energética e da extinção progressiva de espécies em todo o mundo. Por outro lado, todos esses efeitos estão ligados, direta e indiretamente ao nosso viver como parte deste mundo não humano. Portanto, a contradição está embutida neste desafio – não podemos deixar de pensar no mundo como um mundo humano, em virtude do fato de que somos nós, seres humanos, que o pensamos.

Embora possa haver alguma verdade nisso, o mais importante é como todas essas lentes interpretativas – mitológicas, teológicas, existenciais – têm como pressuposto mais básico uma visão do mundo como um mundo centrado no ser humano, como um mundo ‘para nós’ como seres humanos, vivendo em culturas humanas, governado por valores humanos. Embora a Grécia clássica reconheça, é claro, que o mundo não está totalmente sob controle humano, ela tende a personificar o mundo não humano em seu panteão de criaturas humanoides e seus deuses excessivamente humanos, eles próprios governados por inveja, ganância e luxúria.

O mesmo pode ser dito da estrutura cristã, que, embora também personifique o sobrenatural (anjos e demônios; um Deus paternal, ora amoroso ora abusivo), reformula a ordem do mundo dentro de uma estrutura moral-econômica de pecado, dívida e redenção em uma vida após a morte. E a estrutura existencial moderna, com seu imperativo ético de escolha, liberdade e vontade, diante dos determinismos científicos e religiosos, acaba restringindo o mundo inteiro a um vórtice solipsista e angustiado do sujeito humano individual.”

 

“Ao longo de sua vida, Schopenhauer permaneceu igualmente insatisfeito com a meticulosa construção sistemática de Kant, assim como com o romantismo naturalista de Fichte, Schelling e Hegel. Se quisermos realmente pensar sobre o mundo como ele existe em si mesmo, diz Schopenhauer, precisamos desafiar as premissas mais básicas da filosofia. Estas incluem o princípio da razão suficiente (tudo o que existe tem uma razão para existir), bem como a desgastada dicotomia entre o eu e o mundo, tão central para a ciência empírica moderna. Temos que considerar a possibilidade de que não haja razão para algo existir; ou que a divisão entre sujeito e objeto seja apenas o nosso nome para algo igualmente acidental que chamamos de conhecimento; ou, um pensamento ainda mais difícil, que, embora possa haver alguma ordem para o eu e o cosmos, para o microcosmo e o macrocosmo, é uma ordem absolutamente indiferente à nossa existência e da qual podemos ter apenas uma consciência negativa. O máximo que podemos fazer, observa Schopenhauer, é pensar essa persistência do negativo. Ele usa o termo Vorstellung (representação; ideia; concepção) para descrever essa consciência negativa, uma consciência do mundo como o concebemos (seja por meio da experiência subjetiva ou por meio da representação estética), ou do mundo como nos é apresentado (seja por meio do conhecimento prático ou da observação científica). Seja como for, o mundo continua sendo o mundo-para-nós, o mundo como Vorstellung. Existe algo fora disso?

Logicamente, deve haver, visto que todo positivo precisa de um negativo. Schopenhauer chama esse ‘quase-inexistente e estranho’ de Wille (vontade; impulso; força), um termo que designa menos a volição ou ação de uma pessoa individual e mais um princípio abstrato que permeia todas as coisas, desde as entranhas da Terra até o conjunto de constelações – mas que em si não é nada.”

 

Eugene Thacker, filósofo, escritor e professor estadunidense contemporâneo em In the Dust of this Planet (2011) -  (Na poeira deste planeta, sem tradução para o português)

E a reforma agrária?

 (MST/Facebook)

Leituras diárias

domingo, 15 de junho de 2025


 

Portanto, é preciso observar que, ao tomar um Estado, o usurpador deve examinar atentamente todos os danos que é necessário infligir e fazê-los de uma só vez, para não ter que repeti-los diariamente; e assim, não perturbando os homens, ele poderá tranquilizá-los e conquistá-los para si por meio de benefícios. Aquele que faz o contrário, por timidez ou mal conselho, é sempre compelido a manter a faca na mão; nem ele pode confiar em seus súditos, nem estes podem se apegar a ele, devido a erros contínuos e repetidos. Pois o mal deve ser feito todo ao mesmo tempos, para que, sendo menos sentido, fica menos; os benefícios devem ser dados aos poucos, para que seu sabor dure mais.

E acima de tudo, um príncipe deve viver entre seu povo de tal maneira que nenhuma circunstância inesperada, seja boa, seja má, o faça mudar; porque se tal necessidade surgir em tempos difíceis, será tarde demais para medidas duras; e as suaves não ajudarão, pois serão consideradas impostas, e ninguém se sentirá obrigado a nada com elas.” (Maquiavel, págs. 77 e 78).

 

Nicolau Maquiavel (1469-1527) diplomata, filósofo, historiador e escritor italiano em O Príncipe.

Aldous Huxley (1894-1963)

sábado, 14 de junho de 2025


Veja entrevista (legendada) do filósofo e escritor inglês Aldous Huxley, autor de vários livros que se tornaram clássicos, como Filosofia Perene, As portas da percepção, Sem olhos em Gaza, A Ilha, entre outros.

A entrevista tem como tema principal sua obra Admirável mundo novo, que trata da liberdade e de fatores que a colocam em risco nos Estados Unidos e no mundo. 

O vídeo está disponível no canal abaixo: 

https://www.youtube.com/watch?v=xiLodTTxkRk

A frase do dia

sexta-feira, 13 de junho de 2025


 

“Se observarmos os timoneiros, os médicos e os filósofos na vida, consideraremos o homem como a mais sábia das criaturas vivas. Mas quando se vê intérpretes de sonhos e adivinhos junto com aqueles que acreditam neles, ou pessoas que estão cheias de vaidade e riqueza, deve-se pensar que não há nada mais tolo do que o homem.”

 

Diógenes de Sinope, o Cínico (403-321 aec), filósofo cínico grego, citado por Diógenes Laércio (180-240 ec) historiador e biógrafo romano em Vida e Doutrina dos Filósofos Ilustres

Ler!

quinta-feira, 12 de junho de 2025

(Dalai Lama)

 Não perca tempo na vida! Leia!

Vicente do Rego Monteiro (1899-1970)


Conheça mais sobre a vida e obra do artista no site Google Arts & Culture abaixo:

https://artsandculture.google.com/entity/m0d_r65?hl=pt

Outras leituras

quarta-feira, 11 de junho de 2025

 

“A propaganda aproveitava a brecha e atacava, nos jornais. ‘Contra a influenza espanhola o melhor remédio é o Quinado Constantino’; ‘Mentholatum — poderoso preservativo contra a espanhola’; ‘Comunicam do Rio de Janeiro que muitas pessoas se têm libertado da influenza graças ao uso do preparado Odorana’; ‘A gripe espanhola já nos visitou e agora o melhor meio de prevenir-se contra a infecção consiste em higiene rigorosa e contínuas desinfecções com Creolisol’; ‘Srs. Médicos, na convalescença da gripe, o melhor tônico é o Vanadiol. Age com rapidez no levantamento de forças’; ‘Influenza espanhola — este novo flagelo que infelizmente começa a assolar o Brasil só poderá ser combatido com as eficazes e conhecidas Pílulas Sudoríficas de Luiz Carlos’. Correu o boato de que cachaça prevenia a doença. Daí que: ‘Todos os médicos aconselham como o melhor preservativo a caninha do Ó com limão, mais conhecida com o nome de batida. A melhor e mais pura caninha do Ó é a da marca Caipira, da qual são únicos depositários Fratelli Guidi, telefone 1837 Central, a quem devem ser feitos os pedidos imediatamente, a fim de evitar de ser atacados dessa terrível influenza’. Mais exótica ainda era a ideia de que o automóvel Torpedo seria capaz de velocidade tão grande que não daria oportunidade ao vírus de atacar os passageiros. Outro pouso seguro seria ‘Poços de Caldas — a Suíça brasileira — altitude 1200 metros — A esta estância a gripe espanhola não atinge’. Se a incidência da doença era alta, a letalidade, até o fim de outubro, era baixa. O Serviço Sanitário insistia nesse ponto, para tranquilizar a população, e os jornais o secundavam. ‘Basta, como resistência à moléstia, tomar, com rigor, as poucas e fáceis precauções aconselhadas pelos médicos da cidade’, advertiu O Estado de S . Paulo.”

 

Roberto Pompeu de Toledo (1944-) jornalista e escritor brasileiro em Dias de medo e morte: a Gripe Espanhola em São Paulo

Privatização das escolas públicas

terça-feira, 10 de junho de 2025


(Fonte: APEOESP)
 

Essa não poderia faltar


The Youngbloods

Get Together (1967)


https://www.youtube.com/watch?v=DqpVnOrG2a0

Voto no mesmo

segunda-feira, 9 de junho de 2025


(Fonte: Jota Camelo Humor)

Vale a pena

domingo, 8 de junho de 2025

Vale a pena assistir a esta live neste domingo. Dois grandes analistas e pensadores da realidade brasileira:

Vladimir Safatle, filósofo, professor, músico e psicanalista;

José Kobori, economista, professor, investidor e empresário.

O link do canal Kritikê Podcast está logo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=8i3QYoyYGKU

Leituras diárias

sábado, 7 de junho de 2025


 

“Tanto na poesia de Gonçalves Dias quanto na prosa de José de Alencar, nossa grandeza nacional se deve à beleza de nossa terra. Ao produzirem essa indistinção entre natureza e história, esses dois autores neutralizaram o campo da política, neutralizaram o processo histórico, deixando difícil a percepção da violência, da exploração, do extermínio como projetos de dominação. O campo político — para a gente entender o que isso significa — se torna natural, é naturalizado. E, com isso, não podemos ser cidadãos de um país, mas habitantes de uma terra. Daí a ideia de exílio, daí a ideia de não pertencimento, porque não somos parte da construção política do país; não temos interferência como agentes do nosso processo histórico. As heranças são inúmeras, tanto na nossa tropicalidade cultural quanto numa reprodução perversa de um certo conformismo político. Se a gente prestar atenção no nosso hino nacional, que tem também uma forte herança romântica e a herança desses escritores, fica muito evidente o quanto a noção que a gente tem da grandeza do nosso país conflui com a grandeza da nossa natureza. Se tudo aquilo que a gente constrói já nos foi dado, se tudo aquilo que a gente tem no país já nos foi dado, então para que interferir? É dessa maneira que as formas conformistas vão se configurando entre nós: não porque tivemos isso como uma escolha, mas porque essa formação ideal vai se introjetando de geração em geração.”

 

Thais Toshimitsu, Pensando com a literatura: quatro clássicos brasileiros

O Medo - Banda Concreto

 Música brasileira


Concreto 

Álbum: Aquele que tem (2001)

Música: O Medo




https://www.youtube.com/watch?v=-xgqPml48vA


A banda Concreto foi fundada em Belo Horizonte no ano de 1994. A banda é formada por Marcelo Loss (voz e baixo), Túlio de Paula (voz e guitarra), Adriano Fidélis (guitarra) e Teddy Almeida (bateria). No início de 2020 a banda Concreto anunciou pelas suas redes sociais o término das atividades da banda, pondo fim a uma história iniciada em 1994 e que gerou 3 EPs, 2 DVDs, 4 álbuns, além de diversas participações em coletâneas e shows por todo o país e mundo afora.

 

(Fonte: Site Whiplash.Net - Rock e Heavy Metal e Site da banda Concreto)

Miguel Nicolelis (1961-)

sexta-feira, 6 de junho de 2025


Veja entrevista do médico e cientista brasileiro Miguel Nicolelis. Pesquisador premiado, atuou também como professor em universidades estadunidenses e é fundador do Instituto Internacional de Neurociência de Natal (RN). A entrevista foi para o canal Cortes de Inteligência e encontra-se no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=WaQ0iftGXeQ 

Dia Mundial do Meio Ambiente

quinta-feira, 5 de junho de 2025

"Agora, com o 'PL da Devastação', temos mais um motivo pra festejar!" 



 (Fonte: O Liberal / J Bosco)

A frase do dia


“O sol nasce para todos. A sombra, para quem é mais esperto.”

 

Stanislaw Ponte Preta (pseudônimo do jornalista, escritor e compositor Sérgio Marcus Rangel Porto – 1923-1968), citado pelo site Incrível.

Frases de Meio Ambiente

quarta-feira, 4 de junho de 2025


 

“É o mundo capitalista, regido pela lógica do dinheiro. E o que ocorre é que o mundo estabelecido pela lógica do lucro — que inclui de devastações ecológicas até a guerra — está totalmente alienado, separado dos desejos das pessoas, que prefeririam talvez coisas mais simples... Assim, as áreas verdes são entregues à especulação imobiliária, os índios perdem suas terras porque gado é melhor para a economia que índio, as terras vão-se transformando em desertos de cana, enquanto que rios e mares viram caldos venenosos, e os peixes bóiam, mortos...”

 

Rubem Alves (1933-2014), teólogo, psicanalista, escritor e educador brasileiro, citado no site Pensador

Só para o 1%

terça-feira, 3 de junho de 2025


 (Fonte: Diário Liberdade)

Essa não poderia faltar

segunda-feira, 2 de junho de 2025


 Rolling Stones

Gimme Shelter (1969)


https://www.youtube.com/watch?v=QeglgSWKSIY&list=RDMM&index=16