“Por isso o movimento que anima agora os elementos dos corpos é o mesmo que tiveram em idades remotas e o mesmo que terão no futuro, segundo leis idênticas; o que teve por hábito nascer nascerá nas mesmas condições; e tudo existirá e crescerá e será forte de sua própria força, segundo o que foi dado a cada uma pelas leis da natureza. Nem força alguma pode modificar o conjunto das coisas; não há realmente lugar algum para onde possa fugir, de todo, qualquer elemento da matéria, ou donde possa vir, para irromper no todo, qualquer força nova que mude a natureza das coisas e modifique os movimentos.”
“E
tudo o que saiu da terra à terra volta, tudo o que foi enviado das regiões do
céu outra vez o recebem os espaços do céu. A morte não destrói os corpos a
ponto de aniquilar os elementos da matéria: só lhes quebra a união. Depois
combina-os de outro modo e faz que todas as coisas modifiquem as formas e mudem
de cor e adquiram sensibilidade, manifestando-a logo; isto te fará ver que a
importância são para os mesmos elementos as combinações e as posições que
possam ter e os movimentos que entre si transmitam e recebam; não tomes, pois,
como podendo residir nos elementos primordiais e eternos o que vemos flutuar à
superfície das coisas e nascer por instantes e subitamente perecer.”
Lucrecio (94-50 AEC), filósofo e poeta romano em Da Natureza


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