"Nosso mundo é insano e corrupto, não importa o ângulo de visão, e não pode ser analisado ou compreendido, só experimentado, fragmentariamente, no varejo de nossas sensações e emoções. Os modelos sociológicos, o babalaô individual, etc. não alteram a certeza nervosa, central, de que vivemos um apocalipse." - Paulo Francis - Cabeça de papel
Durante os últimos 35 anos, pressionados pelos preços crescentes do petróleo e pela necessidade de reduzir emissões, os fabricantes de carros desenvolveram novas alternativas de propulsão para seus veículos. As soluções técnicas mais conhecidas são os motores movidos a combustíveis renováveis, principalmente o etanol e o biodiesel; os motores a célula de combustível, funcionando com hidrogênio; e os motores elétricos e híbridos (combustível e eletricidade). Por uma questão de custo, apesar das pesquisas com tecnologias inovadoras, dominam ainda os motores a explosão, movidos a gasolina, diesel e álcool. No entanto, observando tendências da indústria mundial de automóveis, parece que o velho motor a ignição está com seus dias contados.
2) a poluição causada pelos motores, mesmo aqueles movidos a combustíveis renováveis; e 3) a baixa eficiência dos motores convencionais; sendo de 25% a 30% para motores a gasolina e etanol e de 30% a 40% para motores a diesel. Estes fatores, associados ao fato de que aumenta a demanda por veículos dotados de novos sistemas de acionamento; menos poluentes, mais limpos e modernos, farão com que o preço dos veículos híbridos ou com motores elétricos acabe gradualmente caindo.
Na Alemanha, os maiores fabricantes de automóveis apresentaram suas versões de veículos elétricos e híbridos já durante o Salão Internacional do Automóvel (IAA) em 2009. Em 2010, foram colocadas as primeiras unidades no mercado, em sistema de leasing. A partir deste ano, segundo revistas alemãs especializadas no setor, as montadoras oferecerão diversos carros com motores elétricos e modelos híbridos. Por outro lado, afirmam os especialistas que o avanço dos veículos elétricos será inevitável, mesmo que o motor a explosão ainda prevaleça durante os próximos vinte anos. No entanto, se prevê que já em 2020 cada terceiro carro será elétrico – um desenvolvimento bastante rápido do setor.
A discussão ainda deverá continuar. O que não pode acontecer é perdermos esta oportunidade, nos transformando no maior mercado mundial de automóveis ultrapassados, onde as grandes montadoras ainda faturarão montanhas de dinheiro, usando tecnologias antiquadas, poluentes e comparativamente caras.
(Imagens: fotos de Sune Jonsson)
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