"Por outras palavras, a ateísmo não constitui realmente um desafio externo ao teísmo; foi, em contrapartida, uma revolução no seio da própria teologia que deu origem ao ateísmo. O que significa defender que as origens do ateísmo moderno são, em última análise, teológicas." - Michael Martin - Um mundo sem Deus: ensaios sobre o ateísmo
O conceito de desenvolvimento sustentável foi definido pela primeira vez pelo Relatório Brundtland, elaborado pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, em 1987. Definia-se da seguinte maneira: “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais.”
A definição do que é desenvolvimento sustentável foi sendo
aprimorada, recebendo detalhamentos (quanto à melhor maneira do uso dos
recursos) em diversas comissões posteriores, como Conferência das Nações Unidas
sobre o Ambiente e o Desenvolvimento, a RIO 92. Segundo consenso comum, o
desenvolvimento sustentável é composto por três componentes: a) A
sustentabilidade ambiental, ou seja, permitir que os ecossistemas sejam
conservados, permitindo que continuem prestando os serviços ambientais para o
homem e as outras espécies; b) A sustentabilidade econômica, ou seja, permitir
a manutenção do crescimento econômico com a incorporação de práticas de gestão
mais eficientes dos recursos; e c) A sustentabilidade social, que implica a
incorporação das preocupações sociais ao crescimento, propiciando melhor padrão
de vida a toda a população.
De uma maneira simplificada existem três visões distintas do
desenvolvimento sustentável. Primeiramente, o grupo que pensa que o crescimento
deverá ser abolido, que a economia deve entrar em uma condição estacionária, na
qual bens, serviços, produtos, etc., serão apenas substituídos, sem que haja
qualquer aumento da produção. Dessa forma seria diminuída a dissipação de
energia e perdas de insumos ao longo de todo o processo econômico. Este grupo
de pensadores defende o que se convencionou chamar de economia em estado
estacionário.

Por fim, temos o grupo dos otimistas, que pensam que a
tecnologia com o tempo resolverá todos os nossos problemas de energia,
alimentação e ambientais, e que poderemos manter o nosso tipo de economia.
O mais provável é que tenhamos deixado de ser sustentáveis
quando, há oito mil anos, começamos a regulamente a praticar a agricultura –
por motivos climáticos. O alimento disponível, a caça, deslocou-se para outras regiões
ou simplesmente desapareceu com a mudança do clima no final da última
glaciação. A agricultura deu início ao desenvolvimento da tecnologia e com esta
ao aumento da população. Um planeta que pode no máximo sustentar – de acordo
com os padrões dos países desenvolvidos – dois bilhões de habitantes, está
acomodando mais de sete bilhões. Desta forma, mesmo que haja um forte
decrescimento da população nos próximos séculos, será pouco provável que
venhamos a ser sustentáveis – a 2ª lei da termodinâmica nos impede
definitivamente de sê-lo.
(Imagens: fotografias de Dora Kallmus)
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