“Em
outras palavras, temos a experiência do livre-arbítrio, mas ele seria uma
ilusão, uma vez que os processos neurais são causalmente suficientes para
determinar os estados subsequentes do cérebro (nós pressupomos, na realidade,
que não existem estímulos externos ou efeitos ligados ao restante do corpo).
Esse resultado é todavia muito insatisfatório intelectualmente, porque resulta
em uma forma de epifenomenismo que significa que nossa experiência da liberdade
não desempenha, em relação ao nosso comportamento, nenhum papel causal ou
explicativo. Trata-se de uma completa ilusão, porque nosso comportamento é
inteiramente fixado pela neurobiologia que determina as contrações musculares.
Desse ponto de vista, a evolução nos pregou uma bela peça. Ela nos deu a ilusão
da liberdade, e nada além dessa ilusão.”
John
R. Searle, Liberdade e neurobiologia
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