Leituras diárias

segunda-feira, 24 de maio de 2021

 


“Em outras palavras, temos a experiência do livre-arbítrio, mas ele seria uma ilusão, uma vez que os processos neurais são causalmente suficientes para determinar os estados subsequentes do cérebro (nós pressupomos, na realidade, que não existem estímulos externos ou efeitos ligados ao restante do corpo). Esse resultado é todavia muito insatisfatório intelectualmente, porque resulta em uma forma de epifenomenismo que significa que nossa experiência da liberdade não desempenha, em relação ao nosso comportamento, nenhum papel causal ou explicativo. Trata-se de uma completa ilusão, porque nosso comportamento é inteiramente fixado pela neurobiologia que determina as contrações musculares. Desse ponto de vista, a evolução nos pregou uma bela peça. Ela nos deu a ilusão da liberdade, e nada além dessa ilusão.”  

 

John R. Searle, Liberdade e neurobiologia


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