“O
que ele viu no espelho? Cézanne descobriu que as formas visuais – as maçãs em
uma natureza-morta ou as montanhas em uma paisagem – são invenções mentais que
inconscientemente impomos às nossas sensações. “Tentei copiar a natureza, mas
não consegui. Procurei, virei, olhei por todos os lados, mas em vão”, confessou
Cézanne. Por mais que tentasse, Cézanne não conseguia fugir das interpretações
astutas de seu cérebro. Nas pinturas abstratas, ele queria revelar este
processo psicológico, para nos tornar cientes da forma específica como o cérebro
cria a realidade. Sua arte nos mostra o que não podemos enxergar, que é a forma
como vemos.” (Lehrer, pág. 158).
John Lehrer, Proust foi um neurocientista – Como a arte antecipa a ciencia
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