O que haverá depois do Protocolo de Kyoto?

terça-feira, 18 de outubro de 2011
"O começo deste Universo cíclico admite duas possibilidades: poderia ter surgido de uma singularidade inicial e, a partir dela, ocorreria uma sequência de fases expansionistas e colapsantes; ou poderia nunca ter tido um começo, e essas fases serem infinitamente enumeráveis para o passado."  -  Mario Novello  - Do Big Bang ao Universo eterno

Os gases geradores do efeito estufa – o lento e gradual aquecimento da atmosfera – são emitidos por diversas fontes. A geração de energia com a queima de carvão mineral ou óleo; o transporte movido a combustíveis fósseis; as atividades agrícolas e pecuárias – muitas vezes envolvendo a derrubada de florestas – são alguns dos principais causadores dos gases de efeito estufa. O fenômeno foi descoberto pela ciência na década de 1980, provocou muitas discussões, mas gradativamente foi aceito como fato pela maior parte da comunidade científica, empresarial e política do mundo.
O acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, principalmente o CO² (dióxido de carbono), está provocando o aquecimento da atmosfera e dos oceanos, dando início a um processo de conseqüências ambientais ainda em grande parte imprevisíveis. Toda a flora e fauna serão afetadas, junto com o meio ambiente humano; as regiões de agricultura e as cidades. Espera-se a mudança de culturas agrícolas em certas regiões por falta ou excesso de chuva e grande variação de temperaturas. Cidades serão sujeitas a tempestades (que podem se transformar em furacões e tornados), a enchentes e todo tipo de fenômeno relacionado.
Para tentar diminuir as consequências do aquecimento global provocado pelo efeito estufa, os cientistas estabeleceram objetivos de redução de emissões, que deveriam ser seguidos pelos países. Estas metas foram transformadas em acordos internacionais, dos quais o principal é o Protocolo de Kyoto, criado em 1997 e em vigor desde 2004. Resumidamente, este instrumento fixa limites de emissões que os países industrializados – historicamente os que vêm emitindo há mais tempo – devem alcançar. Chegar a estas metas até dezembro de 2012 (data-limite fixada pelo Protocolo de Kyoto) implica reduzir as emissões drasticamente e investir em projetos de energia, reflorestamento e eficiência energética em países em desenvolvimento. 
De um modo geral, a maioria dos países compromissados com reduções não atingirá os níveis estabelecidos. Alguns poucos como a Alemanha e a Inglaterra, deverão alcançar suas metas. Os Estados Unidos não chegaram nem a assinar o acordo, alegando opor-se a uma ingerência internacional em assuntos internos do país – como se a grande quantidade de gases emitidos em território norte-americano não fosse prejudicar a atmosfera de todo planeta.
Nos últimos anos a China, que apesar de não ter metas de redução de emissões a cumprir, aparece como forte candidato a maior poluidor da atmosfera. Segundo pesquisa realizada pela Agência Holandesa de Avaliação Ambiental e pelo Centro Comum de Investigação da União Européia, as emissões per capita do gigante asiático atualmente já são maiores do que as de países como a França e a Espanha, devendo ultrapassar os Estados Unidos até 2017, a continuar neste ritmo. Os maciços investimentos em energia eólica, hidrelétricas, energia solar e outras fontes renováveis, ainda não estão compensando as emissões de centenas de usinas termelétricas movidas a carvão, que geram grande parte da eletricidade na China. O primeiro período de metas estabelecido pelo Protocolo de Kyoto termina em 2012. Os progressos foram poucos, apesar das metas estabelecidas estarem muito aquém daquilo que os cientistas consideram mínimo para reverter a situação climática. Mesmo assim, dado o ambiente de crise econômica mundial, ainda não se sabe o que seguirá o acordo de Kyoto.
(imagens: Karl Schmidt-Rottluff)

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