"Tal como existem hoje, os jornais serão completados e mais adiante substituídos por outros editados na Net, passíveis de impressão em casa, compostos segundo as preferências, gostos e interesses de cada leitor, jornais Lego, sob medida, imitando para quem deseja o papel e a tipografia das antigas revistas." - Jacques Attali - Dicionário do século XXI
O custo da eletricidade no Brasil é um dos mais altos do mundo. Pagamos mais pelo preço da energia elétrica do que um americano, alemão ou francês, cujos salários, no entanto, são em média 200% mais altos do que o do brasileiro. Outro aspecto é a baixa qualidade do serviço de distribuição da eletricidade no país, sujeito a constantes apagões. Os habitantes dos grandes centros urbanos, como São Paulo e Rio de Janeiro, são vítimas freqüentes destas interrupções de energia.
O que pouca gente sabe, é que este quadro pode ser mudado. Estudo publicado pelo DEPECON (departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos) da FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) informa que está passando o período de amortização dos investimentos realizados pelo setor elétrico. Com isso, passados os 35 anos em que as contas de luz teriam uma tarifa mais alta para pagar os recursos alocados para custear a construção das usinas hidrelétricas, as tarifas de luz deverão ser reduzidas, ou seja, voltar ao seu preço real e justo. A partir de 2015 terminam os contratos de 82% das linhas de transmissão, de 40% das linhas de distribuição e de 112 usinas hidrelétricas; o que representa 28% da geração de energia elétrica do país.
O que, no entanto, ocorre é que as empresas detentoras dos contratos rejeitam a realização de novos leilões até 2015, apoiando a renovação automática dos contratos. O interessante é que um dos grandes argumentos para a privatização do setor elétrico brasileiro, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, era que a participação do setor privado fomentaria a concorrência e assim baixaria o preço das tarifas elétricas. Onde estão agora estes defensores da livre concorrência, considerada a mola mestra do capitalismo?
(imagens: August Macke)
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