"Os fracassos, diferentemente dos sucessos, não podem ser postos de lado e raramente são desconhecidos. Mas são poucas vezes vistos como como sintomas de oportunidade." - Peter F. Drucker - Inovação e espírito empreendedor
Espécies invasoras são aquelas que de alguma
maneira passam a habitar um ambiente onde antes não existiam. Como exemplos
típicos, temos o caso dos pardais, pássaros muito comuns em nossas cidades e
que foram trazidos ao Brasil há séculos pelos colonizadores portugueses. Outro
caso é o do eucalipto, espécie originária da Austrália, que se adaptou muito
bem ao nosso clima e solo, tendo sido introduzido no país no final do século
XIX, pelas companhias ferroviárias.
O problema principal gerado pelas espécies
invasoras é a sua rápida adaptação ao novo ambiente e com isso a eliminação de
espécies nativas, com as quais disputam alimento e território no mesmo nicho
ecológico. Exemplos famosos são os coelhos e os sapos introduzidos na Austrália,
que tanto se multiplicaram, que acabaram se tornando uma forma de contaminação
biológica, competindo com outras espécies e dizimando-as. Caso mais grave é o
da Nova Zelândia, ilha onde foram introduzidas mais de 20 mil espécies vegetais
exógenas (estrangeiras), que lutam por recursos naturais com as mais de duas
mil espécies nativas. Segundo especialistas no tema, já existem extinções
documentadas na Austrália, provocadas por espécies invasoras. Problema semelhante
acontece no Havaí, um conjunto de 132 ilhas, que sempre estiveram isoladas do
resto do mundo desde seu surgimento através de atividade vulcânica, há dezenas
de milhões de anos. Há dois ou três mil anos chegaram os primeiros polinésios,
vindos do Pacífico Sul, que consigo trouxeram porcos, galinhas e ratos, além de
outros pássaros e insetos (afora os microrganismos). Estes se adaptaram bem nas
ilhas e com isso foram tomando o lugar de parte da flora e da fauna local. No
século XVIII o navegador inglês James Cook aportou no Havaí, introduzindo outras
espécies vegetais e animais na ilha, o que sobrecarregou ainda mais o ecossistema
do arquipélago.
Além de eliminar espécies nativas –
calcula-se que 40% de todas as extinções de animais são conseqüência da ação de
espécies invasoras – há a possibilidade dos invasores causarem impactos na
economia dos países. Basta imaginar o que uma espécie exógena de roedor, que se
alimentasse da vagem de soja ainda no pé, poderia provocar nas plantações da
região Centro-Oeste da Brasil. Esta é a principal razão pela qual as
autoridades alfandegárias procuram controlar a entrada de espécies invasoras na
forma de plantas, sementes ou animais, já que atualmente as grandes invasões
são causadas pelos deslocamentos humanos.
A destruição da biodiversidade de uma região pode provocar grandes impactos econômicos e sociais. Segundo declarou Ahmed Djonghlaf, secretário-executivo do Convênio sobre a Biodiversidade Biológica, “90% da população da África depende diretamente de recursos naturais como a biodiversidade da costa marinha e mais de 1,6 bilhões de pessoas de todo o mundo dependem diretamente das florestas para sua sobrevivência”.
A destruição da biodiversidade de uma região pode provocar grandes impactos econômicos e sociais. Segundo declarou Ahmed Djonghlaf, secretário-executivo do Convênio sobre a Biodiversidade Biológica, “90% da população da África depende diretamente de recursos naturais como a biodiversidade da costa marinha e mais de 1,6 bilhões de pessoas de todo o mundo dependem diretamente das florestas para sua sobrevivência”.
A destruição provocada por espécies invasoras
pode ser lenta e imperceptível, fazendo com que o impacto só seja percebido no
longo prazo, quando já será tarde para salvarmos espécies que nunca chegamos a
conhecer e a estudar.
(Imagens: fotografias de Orlando Azevedo)
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