"Foram as leis físico-químicas que determinaram a evolução da matéria ou antes foi a evolução que, ao caminhar, foi estabelecendo estas leis? Como poderiam ser previstas forças de interação complexas entre moléculas quando só existiam o hidrogênio e o hélio? Parece-nos mais lógico, parafraseando o poeta, que os caminhos foram feitos ao caminhar. Na medida em que os átomos foram sendo criados e os elementos constituídos, foram sendo ensaiadas forças que, por eficiência, tornaram-se invariantes." - Luiz Carlos Bruschi - A origem da vida e o destino da matéria
O Brasil continua sendo o quarto maior
mercado de carros novos do mundo, com uma produção de 10 mil veículos por dia.
Apesar disso, "automóveis fabricados no Brasil são mortais", conforme
afirma o título de uma reportagem publicada pela imprensa internacional. De
acordo com estatísticas oficiais, o numero vítimas mortais em acidentes de
carros no Brasil é quatro vezes maior do que nos Estados Unidos. Preocupado com
a situação, o governo federal construirá um centro independente para testes de
colisão de veículos.
Os veículos brasileiros avaliados pelo
Latin NCAP seguem normas de segurança estabelecidas por órgãos de controle
nacionais, que adotam padrões muito abaixo dos americanos e europeus. Segundo o
artigo da Associated Press, os carros nacionais apresentam problemas como: falta
de reforços laterais na estrutura; aço de baixa qualidade na construção das
carrocerias; pontos de solda fracos ou insuficientes para manter a estrutura do
veículo; e plataformas ultrapassadas, desenvolvidas antes da introdução de
novas normas de segurança.
A homologação dos carros no Brasil é feita
por órgãos como o DENATRAN (Departamento Nacional de Trânsito) e o INMETRO
(Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia) e baseada em
informações fornecidas pelo próprio fabricante. No entanto, não há
acompanhamento constante – atribuição do órgão controlador – para assegurar que
as normas usadas nos veículos testados continuam sendo aplicadas ao longo da vida
útil do modelo.
O governo federal com o apoio do Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e da ANFAVEA (Associação
Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) planeja construir um
laboratório para testes de colisão, que será instalado nas dependências do
INMETRO de Duque da Caxias (RJ) e deverá entrar em funcionamento até 2017. O
custo do laboratório, orçado em 100 milhões de reais, será bancado pelo governo,
mas não é descartada a participação do setor privado.
Estabelecendo padrões de segurança mais
altos para os veículos, o governo contribuirá com a redução dos acidentes e a
diminuição de mortes. Paralelamente, esperamos a melhoria das estradas e que as
leis de trânsito sejam mais rigorosas, punindo efetivamente os infratores. O
governo deve agir no interesse do cidadão, assegurando a melhoria da qualidade
de vida, já que é esta uma de suas funções e tem os instrumentos para isso.
(Imagens: fotografias de Timothy O´Sullivan)
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