Devido a sua extensão territorial o Brasil é um dos países
mais indicados para a prática do turismo ecológico. Basta citar a variedade de
biomas que ocupam as diversas regiões do País, para se ter uma idéia do grande
potencial: a floresta Amazônica com seus rios e vastas extensões florestais; a
variedade de relevos e tipos de vegetação do Cerrado; a Caatinga com sua antiquíssima
ocupação humana; a Mata Atlântica e seu grande número de espécies vegetais; e
os extensos horizontes dos campos sulinos, só para citar os principais. Para
proteger esta variedade de ambientes, o País dispõe de 69 parques nacionais,
definidos por lei como áreas de conservação de paisagens naturais, proteção da
flora e da fauna, pesquisa científica, visitação e educação ambiental. Um
patrimônio tão invejável, que de acordo com o Fórum Econômico Mundial, que fez
uma pesquisa sobre o potencial turístico de 140 países, o Brasil é um dos
líderes no que se refere ao turismo ecológico. Uma atração adicional para os
milhões de turistas que visitarão o Brasil durante a Copa Mundial de futebol,
em 2014, e as Olimpíadas que ocorrerão em 2016.
No entanto, também nesta área a falta de planejamento acabou
tolhendo a possibilidade de o País mostrar as suas riquezas naturais a um
grande número de visitantes estrangeiros, e com isso angariar recursos para a
manutenção destes parques. A realidade é que destes 69 parques existentes
somente 26 estão abertos à visitação e destes apenas 18 dispõem de
infraestrutura relativamente satisfatória para receber turistas. Outro aspecto
negativo é que segundo o relatório do Fórum Econômico Mundial, o País ocupa as
piores posições entre outras 140 nações, no que se refere ao transporte, preços
de produtos e serviços, taxas, burocracias e impostos, o que acaba afastando os
turistas.
Em 2010 o plano do governo em relação aos parques era
investir R$ 200 milhões na reforma de 26 destas unidades nacionais, estaduais e
municipais, a fim de receber grande número de turistas que estarão aqui durante
a Copa. No entanto, a usual falta de recursos fará com que apenas cerca de R$
40 milhões sejam investidos em 16 áreas de proteção, que funcionarão como
vitrine de nossa rica biodiversidade em locais próximos às cidades onde serão
realizados os jogos.
O Brasil tem um imenso potencial de turismo ecológico ainda
não aproveitado. Problemas burocráticos, fundiários e de infraestrutura ainda
atrapalham a exploração turística de parte destas áreas. Incrementar a
visitação aos parques aumenta a conscientização ambiental dos visitantes e
contribui para melhorar as condições econômicas e sociais das áreas do entorno,
além de preservar os ecossistemas.
(Imagens: fotografias de Léonard Misonne)
0 comments:
Postar um comentário