"The Carvaka holding belief in a realistic and rationalistic empiricism and admitting the existence of nothing beyond nature, naturally comes to hold, like all materialists, that the question of 'why' to the universe is irrelevant. We cannot and do not find any 'purpose' in the universe." - Bhupender Heera - Uniqueness of Carvaka philosophy in traditional Indian thought
Os parques são um componente importante no planejamento das
cidades. Local de descanso e lazer, a freqüência de um parque proporciona uma
quebra na monotonia da paisagem urbana, trazendo o citadino para mais perto da
natureza e tirando-o das atividades rotineiras.
Os parques municipais, assim como os conhecemos atualmente,
surgiram no início do século XIX na França, Alemanha e Estados Unidos, que iniciavam seu processo de industrialização. Os capitalistas
estabeleciam suas fábricas em cidades onde por alguma razão – seja a existência
de um porto, de um entroncamento ferroviário, de uma praça de comércio – teriam
facilidades em produzir, distribuir e vender seus produtos. O aparecimento das
fábricas fez com que grandes levas de populações do campo se dirigissem às
cidades.
Londres, Manchester, Boston, Nova York, Paris, Berlim, entre
outras metrópoles, viram sua população crescer em poucas décadas, aumentada
pela afluência de trabalhadores. A falta de estrutura, no entanto, fez com que
esta população migrante passasse a morar em condições muito ruins; piores e
mais insalubres do que as habitações que tinham no campo – que já eram bastante
insatisfatórias.
É preciso lembrar que todo este processo social era novo para
a época. Nunca antes, nem durante os séculos XV e XVI quando os servos abandonaram
os feudos para se dirigir às cidades, houve um tão grande afluxo de pessoas às
cidades à procura de trabalho e moradia.
As condições de vida das populações assalariadas não podem
ser comparadas às atuais. Jornadas de até 14 horas, trabalho infantil e de
gestantes. A coleta dos resíduos urbanos ainda era incipiente e não havia
coleta ou tratamento de esgoto, pelo menos até meados do século XIX na maior
parte das grandes cidades. Durante vários verões da década de 1860 o parlamento
inglês teve suspender suas sessões, devido ao forte cheiro de esgoto que
exalava do rio Tamisa. O filósofo alemão Friedrich Engels, amigo e colaborador
de Karl Marx, vivendo por esta época na Inglaterra, descreve as péssimas condições
de vida da classe trabalhadora, enquanto a classe rica vivia em chácaras fora
do perímetro urbano.
Movimentos sociais e a formação de sindicatos e associações,
muitos deles proibidos e perseguidos pelas autoridades, contribuíram para pressionar
industriais e autoridades para que melhorassem as condições de vida e de
trabalho das classes baixas. Ao longo do século XIX Londres, Berlim e Paris dão
início a grandes obras de reurbanização, construindo grandes praças e parques
para lazer e descanso dos trabalhadores. Este é o contexto no qual surgiu o
moderno parque municipal.
A implantação dos primeiros parques no Brasil é
relativamente recente, datando da segunda metade do século XIX. Em São Paulo o
Parque da Luz, o primeiro da cidade, foi aberto ao publico no final do século
XIX. No Rio de Janeiro, o primeiro parque municipal foi a Quinta da Boa Vista,
inaugurado em 1905. Atualmente a cidade de São Paulo dispõe de 96 parques; de
diversos tamanhos e estados de conservação.
Além de propiciar lazer e descanso à população, a área verde
dos parques torna o ar do entorno mais úmido e frio, amenizando o micro clima. Neste
espaço diversas espécies de pássaros e outros animais de pequeno porte
encontram ambiente para sua sobrevivência, ao lado de espécies remanescentes da
flora original da região.
(Imagens: fotografias de Ricardo E. Rose)
0 comments:
Postar um comentário