"No futuro esta será uma das razões para sermos considerados povos de uma era menor: a facilidade com a qual fazemos julgamentos positivos sobre nós mesmos. Deixamos de desconfiar da vaidade e com isso o mundo se escureceu." - Luiz Felipe Pondé - A era do ressentimento
A ciência que estuda o
surgimento e a evolução do universo, a cosmologia, avançou muito nos últimos 30
anos. Se antes já haviam fortes indícios de que o universo tenha surgido
através de uma imensa explosão - apelidada de "big bang" -, novas
teorias dos anos 1980 consolidaram cada vez mais esta visão científica. A
elaboração destas teorias é trabalho multidisciplinar, no qual conhecimentos
das diversas áreas - física, química, astronomia - contribuem para formar uma
visão coerente da evolução do universo em seus primeiros milhões de anos.
Importante lembrar que tais especulações não são respostas definitivas sobre um
tema tão complicado e que a cada ano surgem novas descobertas, que podem
colocar em cheque todas as teses anteriormente aceitas.
Resumidamente, em relação ao
universo, os cientistas em sua maioria aceitam que este surgiu há cerca de 13,7
bilhões de anos. A partir de um ponto minúsculo que concentrava toda a energia
e matéria atualmente existentes, o universo explodiu e se expandiu rapidamente.
Durante o processo de expansão a matéria foi esfriando, permitindo o
aparecimento dos primeiros átomos e elementos químicos. O hidrogênio e o hélio
- elementos mais abundantes no universo - se agregaram em grandes quantidades a
altíssimas pressões e formaram as primeiras estrelas e galáxias.
Posteriormente, com a explosão das estrelas, surgiram outros elementos, que
contribuíram para o aparecimento dos planetas, satélites e outros corpos
celestes sólidos. Em um planeta específico - pelo menos de acordo com o estado
atual dos nossos conhecimentos - surgiu a vida como a conhecemos.
A teoria da evolução do
universo também prevê que este terá um fim. De acordo com a hipótese mais
recente, que leva em consideração a descoberta da energia e da matéria escura (sobre
as quais não falaremos aqui), tudo indica que o universo se expandirá
indefinidamente, até perder a energia e dissolver toda matéria. Os cientistas
não estabelecem tempo para que isso ocorra; dezenas, centenas de bilhões de
anos ou trilhões de anos, como conjecturam alguns. Um tempo inimaginável em
padrões humanos, mas finito. O universo, segundo a ciência, terá um fim.
Talvez, sob esta perspectiva
mais ampla, a humanidade se dê conta da gravidade de nossas ações em relação ao
meio ambiente e da importância em protegermos e mantermos os recursos naturais
sob todas as formas: espécies vivas, ecossistemas, biomas e ambiente físico;
incluindo mares, rios, montanhas, desertos, planícies e tudo mais.
A Terra e o universo não
foram feitos para o homem, ao contrário. Este surgiu na história da vida, como
filho da Terra e do universo, junto com milhões de outras espécies. Temos o
privilégio de olhar e interpretar o universo. Como já escreveu outro autor:
"O homem é o universo olhando para si mesmo".
(Imagens: fotografias de Colin O'Brien)
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