Em todo o planeta é possível
ver os primeiros efeitos do fenômeno das Mudanças Climáticas. Dentre estes, os
que mais chamam a atenção por seu impacto e efeito prolongado, são as secas.
Estas estão afetando várias regiões do mundo, de uma forma mais acentuada do
que vinha ocorrendo no passado. Exemplo disso é a estiagem que ocorre na região
Sudeste do Brasil. Apesar de cíclica, ocorrendo aproximadamente a cada 20 a 30
anos, na atual temporada está mais prolongada e severa. A deficiência na gestão
da crise hídrica por parte de governos, contribui para tornar o problema ainda
maior.
A médio e longo prazos as Mudanças
Climáticas deverão ocasionar várias outras dificuldades ao planeta, como resultado
dos fenômenos climáticos intensos. As economias de países situados em zona
intertropical, como o Brasil, terão maiores chances de serem afetadas. Produção
agrícola, geração de eletricidade, transportes, abastecimento de água,
atividade industrial, serão alguns dos setores afetados.
Para tentar minorar a força
destes eventos climáticos, nações já planejam ações para reduzir as emissões de
dióxido de carbono e outros gases causadores do efeito estufa, apontados pela
ciência como a origem das mudanças do clima. Em recente reunião, o grupo dos
G-7 (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) decidiu
descarbonizar as economias de seus países ao longo deste século, para manter o
aquecimento da atmosfera abaixo do 2 ºC. Para isso, o G-7 decidiu acabar
gradualmente com a dependência dos combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás
natural).
No mundo industrializado 80%
da energia é gerada através dos combustíveis fósseis. O plano que aos pouco se
delineia, prevê a substituições dessas matrizes poluentes por tecnologias mais
eficientes e outras não poluentes. Reduzir as necessidade de aquecimento,
ventilação e refrigeração; produção de eletricidade a partir do sol, da água,
do vento, do hidrogênio e da biomassa; melhorar a qualidade dos combustíveis,
são algumas das estratégias previstas. O processo de descarbonização, já sabe o
G-7, será longo e complexo, exigindo reformulações periódicas acompanhando o
desenvolvimento tecnológico. O manifesto do grupo convida "todos os países
a aliarem-se a nós neste esforço".
O Brasil pertence ao grupo dos
15 países (África do Sul, Alemanha, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coréia do
Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Japão, México, Reino Unido e
Rússia) responsáveis por cerca de 70% das emissões de gases no planeta. Todos
certamente serão pressionados, de forma a darem sua contribuição na
descarbonização da atmosfera.
Para cumprir com sua parte,
o Brasil precisará reduzir, até eliminar, o desmatamento na Amazônia. A
agricultura e pecuária também terão que dar sua contribuição, como na cultura
do arroz e no manejo de resíduos. Outras providência devem incluir: forte apoio
às energias renováveis e à volta das termelétricas para geração de reserva; a
implantação de medidas de eficiência energética na indústria e na construção; implantação
da política de resíduos urbanos; a recuperação da produção do etanol
veicular e a melhora do rendimento dos automóveis a gasolina, entre outras. O
país tem um potencial de redução de emissões muito grande. Para aproveitá-lo, é
preciso planejamento, coordenação e cobrança de resultados; aptidões atualmente
escassas no governo.
(Imagens: fotografias de Humphrey Spender)
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