"O homem usa propriedades mecânicas, físicas, químicas de certas coisas para fazê-las agir como forças sobre outras coisas, conforme seu objetivo... Converte dessa forma coisas externas em órgãos de sua própria atividade, órgãos que acrescenta aos seus para alongar, a despeito da Bíblia, sua estrutura natural." - Karl Marx - O Capital
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biodiesel, produzindo cerca de quatro bilhões de litros anuais. O produto é produzido a partir de óleos vegetais, derivados da soja, do milho, do babaçu, do amendoim da mamona e do pinhão manso. Este último é uma planta originária na Índia, cultivada especialmente para extração de óleo vegetal combustível não comestível. Outra fonte para extração de óleos e graxas destinados à fabricação de biodiesel são as gorduras de animais de abate e as vísceras de peixes. Também existem experiências de produção de biodiesel a partir de outras fontes orgânicas, como algas e bactérias, mas a custos ainda bastante elevados.
O Brasil é o segundo maior produtor mundial de biodiesel, produzindo cerca de quatro bilhões de litros anuais. O produto é produzido a partir de óleos vegetais, derivados da soja, do milho, do babaçu, do amendoim da mamona e do pinhão manso. Este último é uma planta originária na Índia, cultivada especialmente para extração de óleo vegetal combustível não comestível. Outra fonte para extração de óleos e graxas destinados à fabricação de biodiesel são as gorduras de animais de abate e as vísceras de peixes. Também existem experiências de produção de biodiesel a partir de outras fontes orgânicas, como algas e bactérias, mas a custos ainda bastante elevados.
A maior parte do biodiesel
fabricado no Brasil tem origem no óleo de soja. Trata-se de um processo
bastante simples: ao óleo vegetal é adicionado um álcool (etanol, por exemplo)
e um catalisador (como a soda cáustica). O resultado é a produção de biodiesel
e glicerina, feita por cerca de 70 usinas espalhadas pelas regiões Sul, Sudeste
e Centro Oeste. O biodiesel, biocombustível renovável e ecologicamente correto,
é vendido às refinarias de combustível através de leilões organizados pelo
governo. As refinarias, por sua vez, adicionam o biodiesel ao diesel de
petróleo, na proporção de 7%; mistura denominada B7. O governo autorizou o
aumento desta mistura até 20%, em casos específicos e de forma voluntária.
Estimam os especialistas do setor de que nos próximos dois anos a mistura
deverá aumentar de B7 para B10, o que deverá trazer maior economia de divisas,
já que 10% do óleo diesel consumido no país é ainda importado. Somente com a
implantação do B7 o Brasil já economiza cerca de 800 milhões de dólares por
ano.
O consumo do óleo diesel vem
caindo ao longo de 2015 em função da crise econômica. A redução do consumo fez
cair a movimentação de matérias primas e produtos, feita principalmente através
do transporte rodoviário. No entanto, apesar da recessão, a União Brasileira do
Biodiesel e da Bioquerosene (Ubrabio) estima que o setor esteja gerando 1,3
milhão de empregos em toda a cadeia produtiva, do campo aos postos de combustível,
além de incorporar milhares de pequenos agricultores ao sistema produtivo.
Outro aspecto importante do
uso do biodiesel junto com o óleo mineral é a redução das emissões de gases de
efeito estufa (GEE), causadores do aquecimento da atmosfera. O biodiesel é
produto derivado de plantas, que em seu crescimento incorporaram CO² (dióxido
de carbono), um dos GEE. Deste modo, sua queima não injeta novos volumes de GEE
na atmosfera, como ocorre quando se queima óleos derivados do petróleo.
A redução das emissões dos
GEE será tema cada vez mais importante em todos os fóruns mundiais; sejam eles
voltados aos temas ambientais ou econômicos. Já é bastante conhecido e
divulgado o impacto que as mudanças climáticas causarão nas economias dos
países, por isso está em andamento um grande esforço em minorá-las.
Neste contexto é cada vez
mais importante o uso de biocombustíveis, como o biodiesel e o etanol, aliados
à geração de energia de fontes renováveis, como o vento, o sol, a água e a
biomassa. Assim, o petróleo torna-se cada vez mais um dos grandes vilões do
clima, forçando o país a reavaliar o volume de investimentos para o programa do
Pré-Sal e aqueles que deveriam ser feitos na expansão do uso do biodiesel e do
etanol.
(Imagens: desenhos de Frank Lloyd Wright)
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