"Uma das coisas mais belas do budismo é que ele não venera Buda como um deus ou uma divindade, mas o celebra como um exemplo de pessoa comum, como você e eu, que aplicou boa dose de disciplina e bondade à técnica de meditação e que, como consequência, abriu amplamente sua mente e seu coração." - Lodro Rinzler - Budismo na mesa do bar
De 30 de novembro a 11 de
dezembro de 2015, ocorrerá em Paris um dos mais importantes fóruns mundiais sobre
o futuro do planeta. A COP21 (21ª Conferência das Partes), ou Conferência sobre
o Clima de Paris, organizada pela ONU, reunirá praticamente todos os países do
mundo, para discutir e firmar um acordo sobre o clima, de modo a manter o
aumento da temperatura média do planeta abaixo dos 2ºC, até o final deste
século. A conferência deverá trazer a Paris mais de 50 mil participantes, entre
os quais delegações oficiais dos países participantes, representantes do setor
empresarial, líderes políticos, cientistas, ONGs e o público em geral,
envolvido e interessado no tema.
Como a grande maioria de nós
não terá oportunidade de participar deste evento, é importante que acompanhemos
os resultados das discussões e dos acordos através da mídia. A primeira COP
ocorreu há exatamente 20 anos, em Berlim. Durante estas duas décadas o mundo
tem passado por grandes mudanças climáticas - de maneira cada vez mais
acentuada -, sem que as nações conseguissem chegar a um acordo global sobre a
redução das emissões de gases que causam o efeito estufa e as mudanças do
clima. Esta poderá ser a última oportunidade que a humanidade terá em evitar o
aumento excessivo da temperatura média da atmosfera terrestre, com todas as
suas consequências.
Felizmente, em 2015, as
condições para um acordo são muito mais favoráveis, já que pesquisas foram
aprofundadas e o grau de conscientização aumentou. Basta lembrar que quando o
tema das mudanças climáticas começou a aparecer na mídia, a maior parte da
opinião pública reagiu com ceticismo. Cientistas, financiados por empresas de
petróleo, prepararam estudos negando a influência da ação do homem sobre o
clima. Os Estados Unidos, a maior economia do planeta, sempre foram contra a
proposta de redução de emissões, alegando que a providência geraria custos
adicionais para as suas empresas. Hoje, no entanto, é consenso de que a
humanidade, através de sua atividade econômica, está emitindo uma razoável
quantidade de gases, que provocam o aquecimento da atmosfera. Estados Unidos e
China, as duas economias mais poluidoras, participarão da COP21 com propostas
concretas.
O principal resultado a ser
esperado da COP21 é que todos os países - principalmente os grande emissores
como a China, os Estados Unidos, o Brasil, a Indonésia, a Rússia, a Alemanha, a
Índia e o Japão, entre outros - assumam compromissos efetivos de redução de
suas emissões. Outro aspecto esperado é que sejam criados mecanismos políticos,
financeiros e tecnológicos para que gradualmente, o mundo possa reduzir a
descarga de gases na atmosfera.
No Brasil, temos experiência
com promessas vazias. Assim, caberá à população cobrar ações do governo e do
Congresso, atualizando, detalhando e implantando o que está esboçado na
Política Nacional de Mudanças Climáticas (Veja: http://www.mma.gov.br/clima/politica-nacional-sobre-mudanca-do-clima).
(Imagens: cenas do filme Nosferatu de 1922)
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