"A causalidade da natureza e a causalidade da vontade não têm o mesmo caráter." - Tobias Barreto citado por Hermes Lima em O pensamento vivo de Tobias Barreto
Apesar
das campanhas de ONGs locais e internacionais e das ações do governo federal,
continua o desmatamento da floresta amazônica. Segundo dados monitorados e
divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), nos últimos
sete anos foram derrubados cerca de 41 mil km² de floresta; uma área
equivalente ao território da Suíça.
Questões
fundiárias, avanço da cultura da soja e da criação de gado, garimpagem ilegal e
a exploração da madeira, são as atividades econômicas que mais contribuem para
o corte da vegetação original. No caso da posse da terra e de seu uso, o
Cadastro Ambiental Rural (CAR), mesmo com ritmo de implantação lento, deverá
indicar aos ministérios e outras agência a destinação que está sendo dada à
terra da região. Por outro lado, os diversos acordos firmados entre produtores
de soja e de carne e as grandes cadeias de supermercados, também vem
contribuindo para reduzir o desmatamento na região. A extração de madeira e o
garimpo de ouro, quando executados de forma ilegal, são atividades cujo
controle ainda é relativamente difícil, já que a cadeia de comercialização
destes produtos ainda é relativamente difícil de rastrear.
A
Amazônia Legal é a principal fornecedora de madeira tropical do mundo. Da
madeira extraída na região, segundo dados do Sindicato da Habitação (SECOVI), entre
43% e 80% são obtidos de forma ilegal. Ainda segundo a mesma associação, 14% da
madeira cortada são destinados à exportação e 86% são direcionados ao mercado
interno. Destes, 20% são vendidos no estado de São Paulo. Os usos da madeira de
origem florestal são os mais variados. Segundo Hamilton Leite, vice-presidente
de sustentabilidade do SECOVI, 42% das madeiras usadas nos telhados das
construções – vigas, pontaletes, caibros e ripas – têm origem na Amazônia.
Andaimes, formas e escoramento para estruturas de concreto consomem 28%; pisos
e esquadrias 11%; móveis de madeira, 15%.
Para
tentar controlar a origem desta madeira, o Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente (Ibama), ligado ao Ministério do Meio Ambiente, emite licença
obrigatória para o transporte de produtos e subprodutos florestais, o Documento
de Origem Floresta (DOF). No entanto, mesmo dispondo de um DOF, não é possível
garantir que a madeira atenda a todos os requisitos legais e aos padrões de
sustentabilidade. Compreende-se assim, o quanto é difícil determinar se a
madeira oferecida no mercado tem ou não origem legal.
No entanto, a madeira pode dispor de uma certificação de entidade independente, como o Forest Stewardship Council (FSC), o Conselho de Manejo Florestal, ou do Programa Brasileiro de Certificação Florestal (Cerflor). Tais entidades garantem que o processamento da madeira em todas as etapas – da extração ao produto final – foi realizado de modo sustentável, conciliando critérios ecológicos e sociais e tendo origem em manejo florestal adequado.
O
consumidor pode desempenhar um grande papel na preservação da floresta
amazônica, optando por comprar produtos feitos a partir de madeira certificada.
Somente através da pressão econômica, a exemplo do que ocorreu na cadeia de comercialização
da soja e da carne, será possível dificultar a exploração ilegal desta madeira;
atividade que contribui para o desmatamento da Amazônia. Diferentemente do que
se pensa, o grande consumidor da madeira ilegal é o mercado interno.
(Imagens: desenhos de Leonardo da Vinci)
1 comments:
Olá senhores e senhoras,
Eu concedo empréstimos a qualquer pessoa que queira ajuda financeira. Este é um empréstimo entre indivíduos com condições muito simples, precisas e rápidas.
Obrigado por me responder se necessário. Este é o meu email: rafaeladimitriadis15@gmail.com
Postar um comentário