"A crença na existência de tijolos elementares distinguíveis e eternos é o fundamento último de todo o método cartesiano, ou seja, de todo o método analítico." - Marc Halévy - A era do conhecimento
No verão de 2016 a região
metropolitana de São Paulo (RMSP) foi afetada por fortes chuvas, que provocaram
perdas materiais e de vidas humanas. O fenômeno não é novo, mas toma proporções
cada vez maiores, devido ao crescimento da urbanização em toda a região.
Impermeabilização do solo, ocupação das áreas de várzea, redução das áreas
verdes, insuficientes redes de drenagem, acúmulo de resíduos; são os principais
fatores causadores das enchentes. Outro aspecto é que a maior parte da chuva
que cai sobre a RMSP corre para os córregos e rios que deságuam no Tietê, aumentando
seu volume em várias vezes.
A calha do Tietê se formou
há cerca de cinco milhões de anos e é habitada e navegada há mais de seis mil
anos. O rio deve ter provocado centenas de enchentes ao longo de sua história,
inundando as margens e avançando sobre as várzeas. Terminadas as chuvas, as
águas voltavam ao seu leito normal. O "piratininga" do nome da
cidade, São Paulo de Piratininga, quer dizer "peixe seco", numa
alusão aos peixes que secavam no solo, depois que as águas do rio baixavam.
Fundada a cidade, as
enchentes do rio Tietê passaram a afetar a população a partir do final do
século XIX, quando a região situada entre o centro velho e o rio Tietê - os
atuais bairros da Luz, Bom Retiro, Barra Funda, Brás, Pari e Canindé - começa a
ser ocupada. Assim, a maior enchente do Tietê ocorreu no verão de 1929, na qual
as águas do rio ocuparam grande parte daqueles bairros da cidade por vários
dias. A construção de avenidas e o aterramento de áreas de várzea para a
abertura de loteamentos entre as décadas de 1940 e 1970, aumentaram o impacto
das enchentes sobre a vida da cidade.

Críticos do projeto afirmam
que será difícil aprofundar ainda mais a calha do Tietê e que não existem áreas
suficientes para construir tão grande número de piscinões. Uma alternativas
seria fazer a retenção (armazenagem) da água nas próprias residências, prédios
e galpões, promovendo o uso da água pluvial nas privadas, na limpeza do chão,
na regação de jardins, etc,.
(Imagens: pinturas de Lucas Cranach, o Velho)
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