(Publicado originalmente na página da Academia Peruibense de Letras no Facebook)
Georg Büchner (1813-1837),
foi escritor, dramaturgo e poeta alemão. Alguns o consideram o "pai do
teatro moderno", pelo conteúdo e estilo inovador de suas peças,
descrevendo e criticando as condições sociais abjetas em que viviam camponeses
e trabalhadores urbanos de sua época. A escolha dos temas sociais fizeram com
que Büchner fosse considerado precursor do naturalismo e do expressionismo.
Desde o início da juventude
Büchner se envolveu em atividades revolucionárias, fundando o grupo "Sociedade dos Direitos
Humanos". Acusado de ser autor de um panfleto político ilegal, refugiou-se
na França e depois na Suíça, onde veio a falecer de tifo com apenas 23 anos. As
obras mais conhecidas e significativas do escritor são as tragédias históricas "Woyzeck"
e "A morte de Danton".
"A morte de
Danton" é provavelmente a melhor obra de Büchner. Trata dos últimos dias
de Danton, um dos líderes de Revolução Francesa. Envolvido na atividade
revolucionária, Danton se dá conta da falta de sentido da luta na qual estava
envolvido. Exatamente o revolucionário que fora um dos idealizadores da
revolução, que libertaria os homens, percebe que o movimento e toda a sua
violência não fazia mais sentido; não levaria a progresso algum. A peça, apesar
de tratar da Revolução Francesa, levanta a discussão sobre o papel do indivíduo
na história. Assim o autor faz seu personagem dizer a certa altura da peça:
"Somos títeres cujos fios são
puxados por poderes desconhecidos; não somos nada, nada nós mesmos."
Uma das discussões que a
peça de Büchner levanta é sobre qual seria o papel do indivíduo no processo
histórico. Na história somos atores coadjuvantes ou simples figurantes de um
imenso teatro, aparentemente sem diretor e enredo?
Um outro tema discutido na peça "A morte de Danton" é a questão do Mal. No terceiro
ato da peça, Büchner faz o deputado Payne dizer:
"Pode-se negar o Mal, mas não a dor. Somente a razão pode provar a
existência de Deus, o sentimento se rebela contra isso. Lembra-te Anaxágoras:
por que eu sofro? Este é o fundamento do ateísmo. A menor contração da dor, que
seja somente em um átomo, provoca uma fissura na Criação de cima a baixo."
(Imagem: gravura representando Georg Büchner)
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