"Uma economia sustentável, assim, deve ser construída ao redor de produtos sustentáveis e não apenas de processos industriais mais limpos. O foco deve ser direcionado do gerenciamento de processos para o gerenciamento de produtos." - Luis Fernando Krieger Merico - Economia e Sustentabilidade
Todos
os ecossistema são formados basicamente por três categorias de espécies:
1)
Os organismos produtores: aqueles que produzem seu próprio alimento, a partir
da energia solar ou energia química e térmica, a exemplo dos organismos
extremófilos que vivem em ambientes com altos índices de acidez ou a grandes
profundidades no oceano. Nesta categoria estão as plantas, que produzem sua
energia a partir da fotossíntese.
2)
Os organismos macroconsumidores: os que se alimentam de matéria orgânica, isto
é, de outros seres vivos que se situam abaixo deles na escala da alimentação.
Nesta categoria situam-se os herbívoros, os carnívoros e os onívoros.
3)
Os organismos microconsumidores: aqueles (uni ou pluricelulares) que se
alimentam (obtêm sua energia) através da decomposição de matéria orgânica morta
ou através do parasitismo, como as bactérias em intestinos de mamíferos, que ajudam no
processo digestivo dos alimentos, fungos.
O
papel dos decompositores é decompor, desfazer, desestruturar as substâncias
orgânicas; tenham elas passado por algum nível trófico, ou não. Por exemplo, as
folhas que caem no chão da floresta e que se não são consumidas pelos insetos,
tornam-se alimento para bactérias e os fungos.
Diferente,
quando o gado se alimenta de relva; o homem se alimenta da carne de vaca; e o
corpo humano, quando morto e decomposto, destina-se à alimentação dos microorganismos.
Neste processo de decomposição os organismos decompositores extraem seu
alimento (energia) para sua sobrevivência e reprodução, devolvendo à natureza
substâncias cada vez mais simples, formadas por moléculas gradualmente mais
simples.
Da
matéria orgânica as bactérias extraem sua energia e liberam metano (CH4) para a
atmosfera. Este, por sua vez, depois de queimado, libera CO2, gás que as
plantas “respiram” durante o processo de fotossíntese.
Caso
os decompositores sejam inexistentes, o acúmulo de substâncias orgânicas é cada
vez maior. Na ausência de decompositores não há o que chamamos de processo de
putrefação. Aconteceria, então, o que sucede com certos corpos colocados ou
mortos em locais muito secos ou muito frios, onde quase inexistem os insetos e
microorganismos decompositores: um processo de mumificação. Os corpos iriam,
aos poucos, perdendo os líquidos e as gorduras, ficando apenas as peles e os
ossos (ou os exoesqueletos).
A degradação desta matéria orgânica, sem a
presença de organismos decompositores, se daria basicamente por processos
físicoquímicos. Depois de muitos anos, a matéria orgânica se esfacelaria e
iria, gradualmente, se transformando em pó. Na ausência de oxigênio (se, por exemplo,
soterrado por uma avalanche ou areia trazida por um tsunami) este corpo ou esta
matéria orgânica poderia se petrificar (uma possibilidade é que o carbonato de
cálcio penetre nos espaços ocupados pelos ossos e outras partes do corpo,
formando o fóssil) ou transformar-se em carvão mineral (no caso de plantas) ou
petróleo (no caso de microrganismos).
As
relações energéticas do ecossistema com os organismos decompositores:
Luz solar fornece energia a Produtores, geralmente plantas que absorvem e transformam energia solar e a fornecem a Macroconsumidores, que se alimentam de plantas e entre si, absorvendo energia que disponibilizam aos Microconsumidores, se alimentam de produtores e macroconsumidores (e de seus resíduos), absorvendo energia e reduzindo as substâncias orgânicas aos seus elementos constituintes principais, através de processos bioquímicos, rápidos e eficientes. Nesse processo liberam os
Elementos e substâncias
químicas (C, H, O2,
N, P, S, CO2, CH4, etc). Estes elementos, por sua vez, passam a constituir novos
organismos produtores e assim são reincorporados à cadeia da vida.
As
relações energéticas do ecossistema sem os decompositores:
Luz solar, fornece a energia aos
Produtores, que absorvem e transformam energia, que é incorporada pelos
Macroconsumidores, que se alimentam das plantas e entre si,
absorvendo energia
(A
partir deste ponto não há mais transferência de energia ao ecossistema. Aos
poucos, entram em ação processos naturais, abióticos).
Processos
físico-químicos (soterramento, clima extremamente seco ou frio),
lentos e ineficientes a curto prazo, para chegar novamente aos
Elementos e substâncias
químicas (C, H, O2, N, P, S, CO2, CH4, etc)
Neste
caso parte da energia se dissipa no meio ambiente, sem ser utilizada. Aumenta
assim o processo de dissipação (perda) de energia de um ecossistema (aumento da
entropia), principalmente pelo fato de que os resíduos não são “desmontados”
pelos decompositores.
(Fonte: Carta Capital)
Existem várias regiões nos oceanos que passam por
esse processo. Por um excesso de substâncias orgânicas e químicas (esgotos
domésticos, fertilizantes, etc.) aumenta exponencialmente o volume de bactérias
nesta região do oceano, exaurindo todo o oxigênio e liberando dióxido de
carbono. Nestas áreas do mar os organismos vivos - mesmo os mais primitivos -
são inexistentes. O fato está se tornando um grande problema em regiões do
oceano Atlântico, na Costa Leste dos Estados Unidos e no Mar da China.
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