"Assim como a culpa ilumina com as lágrimas os olhos de quem se sabe culpado, a esperança no coração de quem sabe que não há nenhuma esperança pode ser a maior de todas as virtudes." - Luiz Felipe Pondé - Espiritualidade para corajosos
A
energia nuclear é uma das mais eficientes maneiras de geração de energia. Sem
ocupar muito espaço (como as hidrelétricas), sem causar poluição atmosférica
(como as termelétricas), a geração nuclear tem uma série de vantagens. Por
outro lado, porém, tem talvez a pior forma de poluição de uma fonte energética:
a radiação nuclear. Esta radiação é provocada pela destruição dos átomos de
urânio e gera um tipo de radiação (onda eletromagnética), prejudicial à saúde:
os raios gama. O efeito destes raios é a destruição do tecido celular e a
danificação dos genes, provocando crescimento descontrolado de células (câncer)
e desestruturação em parte do código genético (mutações genéticas).
A
usina nuclear tem como insumo principal o urânio processado, que funciona como combustível,
aquecendo água em ciclo fechado e gerando vapor. Este vapor, por sua vez,
aciona uma turbina, que pela energia cinética gera energia elétrica (como o
dínamo). Depois de usado por certo tempo, o urânio 314 vai perdendo sua energia
(sua capacidade de gerar calor) e precisa ser substituído por novas quantidades
de combustível. O problema começa com o local da destinação deste combustível
que não tem mais uso, já que este continua radiativo e pode matar pessoas e
provocar danos na fauna e na flora. Até hoje não foram encontrados lugares
ideais para armazenagem do urânio. Fundos de minas, locais lacrados, etc., têm
sido usados como depósitos destes resíduos. Ainda não foi desenvolvida tecnologia para tornar inertes estes resíduos.
Outro
problema é a ocorrência de um acidente com um reator nuclear, como sucedeu em
1986 em Chernobyl, na Ucrânia, matando 31 pessoas e forçando a evacuação de
mais de 160 mil pessoas. O acidente contaminou uma imensa região (provocando
efeitos em toda a Europa), contaminando campos, produtos alimentícios e a
criação de animais. O acidente destruiu a economia de uma região e ainda hoje
mata indiretamente centenas de pessoas, através de diversos tipos de câncer. O
solo continua contaminado na região e assim deverá permanecer por dezenas de
milhares de anos, já que ainda não existe tecnologia para eliminar esta
radiação.
Apesar
de ser defendida por muitos como alternativa limpa em tempos de mudanças
climáticas, a energia nuclear, no caso de um acidente, representa um imenso
perigo para as comunidades do entorno – vide o caso mais recente de Fukushima, no Japão, ocorrido
em 2011.
(Imagens: gravuras de Ernst Barlach)
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