“Descobriram-se
várias ‘renascenças’ durante a chamada ‘Idade Média’, das quais a ‘grande’
Renascença dos séculos XV e XVI é apenas a continuação: a renascença carolíngia
escolástica ou francesa do século XIII, e ainda outra francesa, a dos
nominalistas do século XIV; de modo que existe continuidade quase ininterrupta.
Por outro lado, a queda do Império romano não teve as consequências definitivas
que se lhe atribuíam antigamente. Foi possível demonstrar que as instituições
romanas sobreviveram em grande parte à catástrofe, e que a vida administrativa,
econômica, social e intelectual dos primeiros séculos ‘medievais’, até, mais ou
menos, a época carolíngia, não diferia essencialmente da vida nos últimos
séculos da Antiguidade. Com essas duas verificações, o conceito ‘Idade Média’
perde o sentido, a separação dos três membros do trinômio histórico é substituída
pela continuidade.” (Carpeaux, pág. 154)
Otto Maria Carpeaux, História da literatura ocidental, Vol. 1
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