“O
socialismo é entendido como uma etapa superior à do capitalismo desenvolvido.
Ele pressupõe, na concepção leninista, a assimilação do saber, da ciência, da
cultura burguesa, ao lado de um desenvolvimento das forças produtivas superior
à dos países capitalistas avançados.
A
revolução cultural pregada por Lenin significava um amplo esforço educacional,
técnico e científico, a fim de difundir, entre a massa da população, o que
existia de mais avançado na cultura burguesa. A revolução cultural nada tem a
ver com a ideia de uma “cultura proletária”, frequentemente ironizada por ele
como uma criação de “burgueses intelectuais” que tentam apresentar “suas ideias
mais absurdas, incongruentes e sobrenaturais como uma arte puramente proletária”.
Em outras passagens, ele voltaria a criticar os que “se perdem no empíreo da
cultura proletária”... “quando muita coisa ainda nos falta para atingir um
verdadeiro padrão cultural”. E, finalmente, em seu último artigo, Lenin tornaria
a lembrar “os jovens comunistas e literatos”, que “nós estaríamos muito
satisfeitos com uma verdadeira cultura burguesa” em lugar da “cultura
burocrática ou feudal” que existiria na Rússia.” (Rodrigues & De Fiore,
págs. 49-50)
Leôncio Martins Rodrigues e Ottaviano De Fiore, Lenin, capitalismo de Estado e burocracia
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