"Podemos nós pensar, sem estremecer, numa eternidade encerrada completamente na nossa ínfima consciência atual?"
Maurice Maeterlink - A morte
Por ser o resultado de um processo evolutivo que começou há 3,8 bilhões de anos e ainda continua, a vida conseguiu adaptar-se a todos os nichos. Nas profundezas dos mares, a 9 ou 10 mil metros de profundidade; debaixo de milhares de metros de gelo na Antártida; no fundo do solo, a 4 mil metros abaixo da superfície; em todos os lugares encontram-se seres vivos. A maioria destas espécies é formada por microorganismos, espalhados por todos os ambientes. Recentemente, cientistas descobriram novos tipos de bactérias, sobrevivendo em águas com altíssimos teores de acidez, localizadas perto de fontes termais. A capacidade que bactérias e fungos têm em adaptarem-se aos ambientes mais adversos, é utilizada em benefício do homem e da proteção do meio ambiente. Pesquisadores desenvolveram técnicas nas quais utilizam fungos para descontaminção de áreas poluídas por gasolina, óleos lubrificantes, corantes e solventes. Da mesma forma, águas contendo metais pesados (cromo, mercúrio, chumbo, etc), extremamente danosos à saúde, podem ser recuperadas através da cultura de microorganismos ou por acumulação em plantas, que posteriormente são removidas do local contaminado. Outra técnica desenvolvida, é a utilização de certas espécies vegetais e animais como “marcadores”, através dos quais os cientistas têm condições de determinar o tipo e a quantidade de poluição que está afetando determinada área ou bioma.
A importância de preservarmos espécies ou ecossistemas não está baseada simplesmente no fato de que temos a obrigação ética de preservar a biodiversidade do planeta. Os ecossistemas nos oferecem vários serviços – alimentos, recursos genéticos, controle do clima, preservação da água e do solo, para citar apenas alguns – que não poderemos obter de nenhuma outra maneira.
(imagens: Henri Cartier-Bresson)
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