Em 1950 a população do mundo era de 2,5 bilhões,
passando a seis bilhões de habitantes em 2000. Os países que tem o maior
crescimento populacional são os africanos, liderados pela Libéria (4,50% ao
ano), Burundi (3,90%) e Saara Ocidental (3,72%). Na maior parte do mundo,
todavia, o crescimento populacional está diminuindo ao longo dos últimos 20
anos. É sintomático que duas nações, as quais concentram 2,6 bilhões de
habitantes (37% da população terrestre), têm atualmente índice vegetativo
baixo: a Índia com 1,46%, e a China com 0,58%. O Brasil também reduziu sua taxa
vegetativa drasticamente nas últimas duas décadas – atualmente em 1,24% ao ano.
A redução do crescimento da população mundial ainda não se
fez notar com tanta clareza, já que grande parte das pessoas nascidas nos
últimos 50 a 70 anos ainda continua viva. O que se espera é que a
redução do crescimento vegetativo médio seja perceptível a partir da metade
deste século quando, segundo previsões, a população humana deverá alcançar os
nove bilhões e lentamente decair, segundo algumas fontes. A ONU (Organização
das Nações Unidas), todavia, prevê que a população continuará a aumentar,
chegando a aproximadamente 11 bilhões no final do século. O maior crescimento
ocorrerá no continente africano, cuja população deverá chegar aos 4,2 bilhões
de habitantes até 2100.
O problema do aumento da população não é apenas o da falta
de alimentos, como se temia no passado. Estes são e poderão ser produzidos em
quantidades suficientes para abastecer o mundo. A tragédia da fome é
relacionada com a especulação financeira sobre safras futuras, a falta de
recursos, a corrupção e os conflitos, que privam populações do acesso aos meios
de produção e compra dos alimentos básicos.
O impacto do crescimento populacional é mais amplo.
Refere-se aos recursos naturais necessários para alimentar, dessedentar,
vestir, transportar, aquecer, refrigerar, iluminar e divertir centenas de
milhões de seres humanos, que também almejam uma vida melhor. Segundo um estudo
do instituto americano Wolfensohn Center for Development, em 2030
aproximadamente cinco bilhões de pessoas – cerca de 2/3 da população global –
poderão pertencer à classe média mundial, dispondo de 10 a 100
dólares por pessoa por dia (dependendo do país) para gastar.
O efeito que esta demanda por produtos provocará no meio
ambiente é imenso: mineração, agricultura, criação de gado, pesca, indústrias
de todos os tipos, construção civil, transportes e fornecimento de energia e
água. Além disso, há que se considerar a geração de resíduos de todas estas
atividades e o impacto no solo, nas águas e na atmosfera, aumentando as
emissões de gases de efeito estufa e acelerando as mudanças climáticas. A
expansão das atividades econômicas aumentará a pressão sobre os ecossistemas
remanescentes, apressando a destruição de espécies, muitas delas extintas antes
de terem sido estudadas.
Cientistas recomendam que para evitar o aumento descontrolado
da população, principalmente em países pobres, seja incentivada a educação das
mulheres, proporcionando-lhes mais liberdade individual, acesso à informação e
a métodos contraceptivos. Esta política deveria ser acompanhada de planejamento
familiar esclarecido, livre da tutela do Estado, da religião, de grupos de
pressão ou membros da família.
(Imagens: arte aborígine australiana)
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