IDH do Brasil cresce mas ainda é baixo

sábado, 23 de agosto de 2014
"O cérebro, assim como o resto do corpo, leva tempo para crescer, e, portanto, não estou defendendo que a moralidade esteja presente desde o nascimento. O que estou propondo, entretanto, é que certos fundamentos morais não são adquiridos pela aprendizagem. Eles não surgem no colo da mãe, nem na escola ou igreja; ao contrário, são produtos da evolução biológica."  -  Paul Bloom  -  O que nos faz bons ou maus

O índice de desenvolvimento humano (IDH) é uma medida desenvolvida no início dos anos 1990 pelos economistas Amartya Sem e Mahbub ul Haq, para poder classificar os países em relação ao seu grau de desenvolvimento humano. O IDH é usado principalmente pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) órgão da Organização das Nações Unidas (ONU) que tem como missão promover o desenvolvimento dos países e eliminar a pobreza. Desde 2010 o IDH passou a adotar os seguintes parâmetros para avaliar o nível de desenvolvimento humano dos países: a) expectativa de vida ao nascer; b) anos médios de estudo e expectativa de escolaridade; e c) paridade do poder de compra per capita.
O primeiro parâmetro, expectativa de vida ao nascer, significa o quanto em média a população nascida naquele ano viverá. No Brasil, quem nasce em 2014 tem uma esperança de vida de 73,9 anos. Este índice já foi bem mais baixo no passado e vem crescendo ao longo das últimas cinco décadas. Os brasileiros nascidos no início dos anos 1960 tinham, dadas as condições de saúde e salubridade do país àquela época, uma expectativa de vida de 48 anos. Comparativamente, ainda existem países que atualmente ainda oferecem uma esperança de vida muito baixa aos seus cidadãos: Serra Leoa (47 anos); Moçambique e Nigéria (53 anos); Bolívia e Paquistão (67 anos).
O segundo índice de classificação refere-se aos anos médios de estudo. Este parâmetro é calculado levando em conta a taxa de alfabetização e a taxa de pessoas matriculadas em qualquer curso, do primeiro grau aos cursos superiores. Assim quanto mais baixa a taxa de analfabetismo e pessoas freqüentando um curso, seja de que nível for, tanto mais alto o IDH do país. No Brasil, a expectativa de anos de estudo (quanto às pessoas nascidas em 2014 deverão estudar) é de 15,2 anos. A média de anos efetivos de estudo (quanto estudou a média da população) é de 7,2 anos. Segundo o governo, neste quesito a avaliação do PNUD foi feita sobre dados antigos, que atualizados mostrariam uma expectativa de anos de estudo de 16,3 anos. O terceiro índice de classificação do IDH de um país baseia-se na renda média, calculada em dólares americanos. Neste aspecto o Brasil cresceu de uma renda per capita de US$ 14.081 para US$ 14.275 (aumento de 1,4%) entre 2012 e 2013.

O governo criticou a classificação do Brasil (79º lugar) no relatório do PNUD. Segundo a ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Teresa Campello, se fossem levados em conta outros índices mais atualizados, o país poderia ascender à posição 67. Na América Latina o país tem IDH mais baixo que o Chile (41º lugar), Cuba (44º), Argentina (49º), Venezuela (67º) e Costa Rica (68º). No entanto, no contexto mundial, o Brasil é classificado como tendo um desenvolvimento humano alto.

Apesar de ter sido elogiado em partes do relatório do PNUD por suas políticas sociais avançadas (Bolsa Família, redução do desemprego e programas como o Pró-Uni), o país ainda precisa avançar muito na área social. É inaceitável que uma nação com a sétima maior economia do mundo ainda remunere tão mal seus trabalhadores, tenha uma concentração de renda tão alta e baixíssima qualidade de serviços públicos; como educação, saúde e segurança. É importante que o eleitor escolha candidatos empenhados em melhorar o IDH, e não somente o PIB (Produto Interno Bruto).       
(Imagens: fotografias de Leslie Jones)

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