Apesar de terem se
desenvolvido de maneiras diferentes, as cidades do Rio de Janeiro e São Paulo
têm problemas semelhantes na área do saneamento. A poluição de seus principais
recursos hídricos - a baía da Guanabara e o rio Tietê - contribui para que as
cidades percam em atratividade turística e qualidade de vida para seus
moradores.
O Rio de Janeiro sempre foi
alvo de visitantes, desde os tempos do Descobrimento. Foram os portugueses que estabeleceram
a primeira feitoria na baía da Guanabara em 1504, a fim de explorar o
pau-brasil. A fundação da cidade ocorreu em 1565 por Estácio de Sá,
principalmente como reação aos franceses, que também já havia se estabelecido
na região. As águas calmas e relativamente abrigadas da baía, rapidamente
transformaram a cidade em uma das principais metrópoles da colônia portuguesa, junto
com Recife e Salvador. Transformada em capital da colônia em 1763 e capital do
império português em 1808, com a mudança da casa real portuguesa para o Brasil
devido às Guerra Napoleônicas, a cidade do Rio de Janeiro foi por longo tempo a
mais importante cidade do Brasil. Centro político, administrativo, comercial e
financeiro do império e da Primeira República até 1930, a cidade tinha 275 mil
habitantes em 1872, passando para 812 mil em 1900; 2,4 milhões em 1950 e 5,8
milhões de habitantes em 2000.
O crescimento da metrópole,
no entanto, não foi acompanhado por obras de saneamento. Ao longo da história
da cidade, a maior parte de seus efluentes e dos municípios vizinhos caía nos
55 rios que deságuam na baía. Atualmente, os esgotos de 10 milhões de pessoas e
de 12 mil indústrias - cerca de 18.400 litros por segundo - são descarregados
na Baía da Guanabara. Nos últimos 20 anos o governo estadual investiu 10
bilhões de reais e precisará alocar outros R$ 20 bilhões para em 20 anos sanear
a baía e seus rios. Segundo o governador Pezão, até as Olimpíadas (2016) cerca
de 40% do volume do esgoto que deságua na baía, gerado por 16 municípios da
região metropolitana carioca, serão tratados.

Os efluentes da crescente
metrópole eram descarregados em córregos que sucessivamente acabavam desaguando
no rio Tietê. A poluição do rio começou a se tornar mais aguda a partir dos
anos 1930, com o aumento da população e da atividade industrial em sua bacia. O
projeto de limpeza do Tietê teve início em 1992 e até 2015 foram investidos 3,6
bilhões de dólares. Em 35 municípios, que com São Paulo formam a bacia do Alto
Tietê, 84% dos esgotos são coletados e 70% têm tratamento. Apesar da meta de
universalizar o saneamento básico no estado de São Paulo até 2020, não há
certeza de que até lá o rio estará limpo.
(Imagens: pinturas de August Macke)
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