A Alemanha é o
maior parceiro do Brasil na área de projetos de preservação ambiental. Desde o
início desta cooperação em 1963, a Alemanha já disponibilizou mais de 1,5
bilhões de euros em recursos investidos em centenas de projetos.
O interesse dos
alemães pelo Brasil e suas riquezas naturais vem desde o início do século XIX.
Com a abertura dos portos do Brasil às nações amigas e a vinda da família real
portuguesa ao Rio de Janeiro (1808), o País começou a ser visitado por
expedições científicas de várias nações. Os pesquisadores alemães, em especial,
deram grandes contribuições para o estudo da fauna, flora e da cultura
indígena. Georg Heinrich von Langsdorff (1774-1852), por exemplo, chegou a
reunir uma coleção de 1.600 espécies de borboletas. O naturalista e etnólogo
Friedrich Sellow (1789-1831) membro da expedição do príncipe renano Maximiliano
zu Wied-Neuwied (1782-1867), além de suas pesquisas em botânica, foi o autor do
primeiro guia para imigrantes. Johann Baptiste von Spix (1781-1826) e Carl
Friedrich Phillip von Martius (1794-1868) participaram de uma missão que viajou
pelo interior do Brasil de 1817 a 1820 e rendeu a coleta de mais de 9
mil espécies de plantas e animais, que formaram a base da coleção do Museu de
História Natural de Munique. Martius também pesquisou a cultura indígena e a
flora local, tendo escrito uma das maiores obras de botânica jamais publicada,
a Flora brasiliensis.
Os programas de
cooperação entre o Brasil e a Alemanha concentram-se atualmente em dois temas
principais: a proteção do clima e da biodiversidade. Os programas de cooperação
são financiados principalmente pelo Ministério da Cooperação da Alemanha (BMZ)
e atuam em dois segmentos principais: a) a proteção e o manejo sustentável da
floresta amazônica e b) a difusão das energias renováveis e da eficiência
energética. Com referência à floresta amazônica, os programas se concretizam
através de ações em três principais frentes: 1) Áreas de proteção e manejo de
recursos sustentáveis; 2) Demarcação e proteção sustentável de áreas indígenas;
e 3) Ordenamento territorial, desenvolvimento regional e gestão ambiental. Em
relação à questão energética, o programa de fomento é colocado em prática
através do financiamento de projetos de geração de energia renovável ou
eficiência energética, incluindo transferência de tecnologia e treinamento de
mão de obra. Os programas são implantados através da colaboração de governos,
universidades, instituições públicas ou privadas e ONGs, em estreita cooperação
com as agências executoras alemãs atuantes no Brasil: a GIZ (cooperação
técnica); a KfW (financiamento público) e DEG (financiamento privado).
A rede das Câmaras
de Indústria e Comércio Brasil-Alemanha (AHK) congrega mais de 1,7 mil empresas
privadas de capital ou tecnologia alemã em todo o Brasil. Apoiadas pelo
Ministério da Economia e Tecnologia da Alemanha (BMWi) as Câmaras promovem a
cooperação entre empresas e instituições privadas alemãs e brasileiras, nos
diferentes segmentos do setor de meio ambiente e energia renovável. Através de
diversas iniciativas de marketing – eventos, publicações, estudos de mercado,
delegações – esta instituição contribui no aumento da cooperação entre os
setores privados dos dois países.
Através de outros
ministérios, como o Ministério para Educação e Pesquisa (BMBF), o Ministério do
Meio Ambiente (BMU) e de instituições como o Serviço Alemão de Intercâmbio
Acadêmico (DAAD), a Alemanha mantêm uma série de programas de transferência de
tecnologia, pesquisa e capacitação com instituições brasileiras na área de meio
ambiente e de energia. Alguns destes programas contam também com a participação
de outros países da América Latina.
A colaboração
entre a Alemanha e o Brasil nos setores de meio ambiente e energias renováveis
já tem trazido muitos resultados. A ação das agências e empresas alemãs, em
colaboração com instituições, empresas e ONGs locais, tem proporcionado a
incorporação de know how e vem permitindo a realização de
projetos em diversas regiões do País. Muitas destas iniciativas como, por
exemplo, a colocação de painéis fotovoltaicos em estádios de futebol tem efeito
multiplicador na divulgação destas tecnologias. Assim, através da colaboração
entre os dois países, poderão ser economizados recursos naturais importantes,
necessários para o futuro da humanidade.
(Imagens: pinturas
de Conrad Felixmüller)
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