"El mas importante encuentro de mi vida: Bach. Después, Dostoyevski; luego, los escépticos griegos, después Buda... luego, pero qué importa lo que venga luego... - E. M. Cioran - Cuadernos 1957-1972
Não sabemos ao certo quantas
espécies existem na Terra. A estimativa mais recente, divulgada em 2011 pelo
Instituto Censo da Vida Marinha (Census of Marine Life - http://www.coml.org/),
informa que o planeta tem 8,7 milhões de espécies vivas; 6,5 milhões vivendo na
Terra e 2,2 milhões habitando os oceanos. A pesquisa, segundo o Instituto, pode
ter uma margem de erro de 1,3 milhões de espécies para mais ou para menos. Estes
dados não incluem seres vivos que não possuem núcleo celular, como as bactéria
e os vírus, cujo número de espécies pode exceder o dos outros seres vivos. As espécies
vivas efetivamente conhecidas e catalogadas giram em torno de 1,2 milhões.
Assim, mais de sete milhões de tipos de seres vivos continuam desconhecidos e ainda
não foram estudados.
O estudo de novas espécies
acrescenta mais conhecimentos sobre a diversidade da vida no planeta e sua
evolução. Copiando formas e propriedades da natureza através da engenharia
biomimética, indústrias desenvolvem novos materiais e produtos. A medicina
descobre novas drogas e a pesquisa agrícola aprofunda seu conhecimento sobre
solos, novas espécies de plantas cultiváveis e técnicas de plantio. Por isso é
importante a proteção da biodiversidade do planeta.
Nos últimos 500 milhões de
anos a vida do planeta foi afetada por diversos cataclismos que causaram grande
mortandade entre as espécies vivas. Estes acontecimentos, que podiam se
estender por milhões de anos, foram chamados de extinções em massa - quando
ecossistemas são totalmente destruídos ou afetados de tal maneira, que a vida
já não é mais possível. A ciência conta cinco grandes extinções; sendo a maior
delas a extinção do período Permiano, há cerca de 250 milhões de anos, que
eliminou 95% de todas as espécies marinhas e 70% das terrestres. A outra
extinção em massa importante - especialmente para nós, mamíferos - foi a
extinção do Cretáceo-Paleógeno, ocorrida há 65 milhões de anos, exterminando
60% de toda a vida, incluindo todas os tipos de dinossauros, espécie dominante
que foi substituída pelos mamíferos.
Fala-se hoje de uma sexta
extinção, causada pelo homem, que começou há cerca de 50 mil anos, quando nossa
espécie passou a ocupar novas regiões. Indícios do rápido desaparecimento de
espécies, associadas à chegada do homo sapiens, são encontrados na Europa, Austrália e Américas. Com a disseminação da
prática da agricultura, há nove mil anos, o processo se acelerou cada vez mais,
aumentando com a industrialização. Somos hoje uma civilização planetária,
abrigando 7,5 bilhões de pessoas, explorando todos os recursos disponíveis, à
custa da sobrevivência das outras espécies. Segundo estudo da universidade de
Stanford, desaparecem anualmente entre 11 e 58 mil espécies (o número é uma
estimativa em função do número de espécies existentes); outras tiveram suas
populações reduzidas em até 30% nos últimos quarenta anos. Cálculos estimam que
cerca de cinco mil espécies estão sendo dizimadas a cada ano nas florestas
tropicais.
O empobrecimento destes
ecossistemas torna-os mais vulneráveis aos fenômenos climáticos e a todo tipo
de pragas. Apesar disso, continuamos mantendo nosso sistema de exploração dos
recursos, ignorando tudo aquilo que para nós não tem uso imediato. Essa
ignorância pode nos custar caro; podemos estar destruindo nossas possibilidades
de sobrevivência.
(Imagens: pinturas de Ludwig Meidner)
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