"La desesperación colectiva es el factor de ruina más potente. El pueblo que cae en ella nunca llega a recuperarse del todo." - E. M. Cioran - Cuadernos 1957-1972
Depois de Donald Trump ter
sido confirmado como o 45º presidente dos Estados Unidos, analistas de diversas
áreas vêm tentando prever as conseqüências para o país e o mundo. Tal
expectativa se deve ao fato de Trump ter dado as mais inesperadas declarações
sobre diversos assuntos, enquanto candidato. Da construção de um muro entre o
México e os Estados Unidos ao fechamento das fronteiras americanas aos imigrantes
muçulmanos, até a imposição de taxas de importação aos produtos chineses. Isto
sem falar dos comentários preconceituosos contra imigrantes latinos, até
declarações machistas e a perspectiva do relativo fechamento da economia
americana. Se o novo presidente americano colocar efetivamente em prática o que
prometeu fazer em diversas áreas, o impacto sobre seu país e o restante do
planeta será muito grande.
Nosso tema neste artigo são
as perspectivas de desenvolvimento do setor ambiental sob a administração de um
governo Trump. Em sua campanha pré-eleitoral o candidato fez diversas
declarações sobre temas relacionados à questão ambiental. Entre outras coisas,
afirmou não acreditar na existência das Mudanças Climáticas e que se eleito
iria tirar os Estados Unidos do Acordo sobre o Clima. Internamente, o candidato
declarou que limitará o poder da agência ambiental americana (EPA) e abrirá diversas
áreas federais para a exploração do petróleo, gás natural e carvão. Também
prometeu paralisar programas de redução de emissões instituídos pela atual administração.
Neste contexto, vamos
lembrar que os Estados Unidos são a nação que, pelo menos nos últimos sessenta
anos, mais influenciou a economia mundial. Novas tecnologias, novos produtos e
maneiras de produzir, técnicas de administração e de marketing, enfim, a
América influenciou, apoiou e em parte financiou a expansão do moderno
capitalismo. Até as primeiras leis ambientais e grupos ambientalistas surgiram em
solo americano. Assim, mesmo sendo o maior consumidor de recursos naturais e
gerador de emissões – e até mesmo por isso – a atitude dos Estados Unidos em
relação ao meio ambiente é importante para o mundo.
Por isso, se o governo
americano reduzir internamente o controle ambiental, desenvolver ações que
beneficiem o uso de combustíveis fósseis e internacionalmente se colocar em uma
posição contrária à redução global das emissões, isso certamente terá uma
influência sobre os outros países, a começar pela China. Trata-se de um bom
negócio para governos, principalmente de países em desenvolvimento ainda às
voltas com grandes problemas ambientais, reduzirem seus investimentos nesta
área sob a alegação de que “a nação mais rica do mundo está fazendo o mesmo”.
(Imagens: pinturas de Max Liebermann)
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