"Quem se mata corre atrás de uma imagem que forjou de si próprio: as pessoas matam-se sempre para existir." - André Malraux
A revista eletrônica LIVESCIENCE (www.livescience.com) publicou recentemente um artigo intitulado Why are suicide rates rising? (Por que as taxas de suicídio estão subindo?). A reportagem informa que de acordo com um relatório divulgado pelo Center for Disease Control and Prevention – CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção) em início de junho de 2018, o índice de suicídios nos Estados Unidos aumentaram em 25% nos últimos anos. A razão deste aumento não é claro segundo a instituição, mas em pesquisas passadas especialistas apontarem motivos como: o aumento do senso de isolamento entre os americanos, fatores econômicos e o aumento de doenças mentais. Outros apontaram o crescimento no uso da tecnologia, que passou a substituir as interações pessoais.
O Brasil é, segundo dados de 2013, o oitavo país com maior número de suicídios, depois da Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coréia do Sul e Paquistão. O número de casos no país chega a 11 mil ao ano, mas, mesmo assim, o país não se inclui entre os de maior taxa relativa de suicídios. O suicídio no Brasil e na maioria dos países é mais comum entre os adolescentes; na faixa etária dos 15 aos 29 anos é a quarta maior causa de mortes. O aspecto que mais chama a atenção no caso dos jovens brasileiros, é que a taxa de suicídio nesta faixa da população vem crescendo lentamente, subindo de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002, para 5,6 em 2014; um aumento de quase 10%. Os números foram publicados pela BBC Brasil em abril de 2017.
O tema do suicídio tem sido tratado pelas diversas ciências. Émile Durkheim (1858-1917), um dos fundadores da sociologia científica e um dos primeiros a tratar do tema de forma científica, dedicou um amplo estudo ao assunto no final do século XIX, demonstrando que a variação das taxas de suicídio dependia de fatores sociais. A partir dos anos 1950, com a popularização da prática psicológica e dos estudos de psicologia social, universidades, institutos de pesquisa e governos vêm se ocupando do estudo do suicídio e de sua prevenção.
O fenômeno já vem sendo tratado como assunto de saúde pública em muitos países. Aqui no Brasil são poucas as instituições que estudam o tema, já que na sociedade ainda existe resistência para se tratar do assunto. Ao fenômeno do suicídio de jovens indígenas – fato que já ocorre há alguns anos entre várias tribos –, é dada pouca importância. O suicídio de jovens de classe média alta, alunos de colégios particulares em São Paulo, trouxe o tema novamente às discussões em início de 2018.
Até o momento são poucos os países que dispõem de políticas públicas de prevenção de suicídios já implantadas. No Brasil existe apenas uma portaria do Ministério da Saúde, publicada em 2006, instituindo diretrizes de prevenção que deveriam ser implantadas através dos serviços de saúde dos estados. Até 2018, porém, nenhuma ação concreta foi implantada, tanto no âmbito federal, quanto estadual.
Assim, permanece sem resposta a questão sobre quando o suicídio será tratado, também no Brasil, como importante tema de saúde pública, com todas as suas implicações sociais, psicológicas, culturais e econômicas.
(Imagem: pintura de Vincent van Gogh)
A revista eletrônica LIVESCIENCE (www.livescience.com) publicou recentemente um artigo intitulado Why are suicide rates rising? (Por que as taxas de suicídio estão subindo?). A reportagem informa que de acordo com um relatório divulgado pelo Center for Disease Control and Prevention – CDC (Centro de Controle de Doenças e Prevenção) em início de junho de 2018, o índice de suicídios nos Estados Unidos aumentaram em 25% nos últimos anos. A razão deste aumento não é claro segundo a instituição, mas em pesquisas passadas especialistas apontarem motivos como: o aumento do senso de isolamento entre os americanos, fatores econômicos e o aumento de doenças mentais. Outros apontaram o crescimento no uso da tecnologia, que passou a substituir as interações pessoais.
O Brasil é, segundo dados de 2013, o oitavo país com maior número de suicídios, depois da Índia, China, Estados Unidos, Rússia, Japão, Coréia do Sul e Paquistão. O número de casos no país chega a 11 mil ao ano, mas, mesmo assim, o país não se inclui entre os de maior taxa relativa de suicídios. O suicídio no Brasil e na maioria dos países é mais comum entre os adolescentes; na faixa etária dos 15 aos 29 anos é a quarta maior causa de mortes. O aspecto que mais chama a atenção no caso dos jovens brasileiros, é que a taxa de suicídio nesta faixa da população vem crescendo lentamente, subindo de 5,1 por 100 mil habitantes em 2002, para 5,6 em 2014; um aumento de quase 10%. Os números foram publicados pela BBC Brasil em abril de 2017.
O tema do suicídio tem sido tratado pelas diversas ciências. Émile Durkheim (1858-1917), um dos fundadores da sociologia científica e um dos primeiros a tratar do tema de forma científica, dedicou um amplo estudo ao assunto no final do século XIX, demonstrando que a variação das taxas de suicídio dependia de fatores sociais. A partir dos anos 1950, com a popularização da prática psicológica e dos estudos de psicologia social, universidades, institutos de pesquisa e governos vêm se ocupando do estudo do suicídio e de sua prevenção.
O fenômeno já vem sendo tratado como assunto de saúde pública em muitos países. Aqui no Brasil são poucas as instituições que estudam o tema, já que na sociedade ainda existe resistência para se tratar do assunto. Ao fenômeno do suicídio de jovens indígenas – fato que já ocorre há alguns anos entre várias tribos –, é dada pouca importância. O suicídio de jovens de classe média alta, alunos de colégios particulares em São Paulo, trouxe o tema novamente às discussões em início de 2018.
Até o momento são poucos os países que dispõem de políticas públicas de prevenção de suicídios já implantadas. No Brasil existe apenas uma portaria do Ministério da Saúde, publicada em 2006, instituindo diretrizes de prevenção que deveriam ser implantadas através dos serviços de saúde dos estados. Até 2018, porém, nenhuma ação concreta foi implantada, tanto no âmbito federal, quanto estadual.
Assim, permanece sem resposta a questão sobre quando o suicídio será tratado, também no Brasil, como importante tema de saúde pública, com todas as suas implicações sociais, psicológicas, culturais e econômicas.
(Imagem: pintura de Vincent van Gogh)
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