Leituras diárias

sexta-feira, 4 de setembro de 2020

 


“O culto de Osíris tornara-se uma espécie de culto familiar com três divindades: Osíris, sua esposa Ísis (que também era sua irmã, o que causava certo constrangimento) e seu filho Hórus, que governava o mundo dos vivos. Por volta do final do século II, uma trindade semelhante também surgira no cristianismo sob a forma de Deus, o pai, Jesus, o filho, e sua mãe Maria. Assim como os templos dedicados a Osíris haviam retratado imagens de Ísis amamentando o menino Hórus, as imagens cristãs de Maria amamentando o menino Jesus tornaram-se cada vez mais comuns.

Esse novo cristianismo baseado na família provocou algumas mudanças importantes. Jesus nunca se considerara um deus, e mesmo Paulo não parece ter pensado que o fosse. Os primeiros Evangelhos, de Marcos e de Mateus, escritos algumas gerações após a crucificação, ainda retratam Jesus como humano, dando-se ao trabalho de criar uma árvore genealógica falsa que começava no antigo herói de Israel, o rei Davi, e ia até o pai de Jesus, José.” (Kneale, página 111)

 

Matthew Kneale, Crença, nossa invenção mais extraordinária


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