“O
culto de Osíris tornara-se uma espécie de culto familiar com três divindades:
Osíris, sua esposa Ísis (que também era sua irmã, o que causava certo
constrangimento) e seu filho Hórus, que governava o mundo dos vivos. Por volta
do final do século II, uma trindade semelhante também surgira no cristianismo
sob a forma de Deus, o pai, Jesus, o filho, e sua mãe Maria. Assim como os
templos dedicados a Osíris haviam retratado imagens de Ísis amamentando o
menino Hórus, as imagens cristãs de Maria amamentando o menino Jesus
tornaram-se cada vez mais comuns.
Esse
novo cristianismo baseado na família provocou algumas mudanças importantes.
Jesus nunca se considerara um deus, e mesmo Paulo não parece ter pensado que o
fosse. Os primeiros Evangelhos, de Marcos e de Mateus, escritos algumas
gerações após a crucificação, ainda retratam Jesus como humano, dando-se ao
trabalho de criar uma árvore genealógica falsa que começava no antigo herói de
Israel, o rei Davi, e ia até o pai de Jesus, José.” (Kneale, página 111)
Matthew
Kneale, Crença, nossa invenção mais
extraordinária
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