A
Covid-19 é uma das maiores pandemias que afetaram a humanidade até hoje. Pela
primeira vez na história, de uma maneira quase instantânea, todos os cantos do
planeta foram abalados pela chegada da doença. A gripe espanhola de 1918-1919
também impactou muitos países; a Europa, os Estados Unidos e a China
principalmente, mas muitas regiões, de difícil acesso à época, ficaram livres
da doença. Hoje, de uma forma rápida, o vírus Covid-19, transportado por
usuários de aviões, trens, automóveis, navios, atingiu quase a totalidade dos
locais habitados do mundo, chegando inclusive às aldeias mais remotas e às
tribos isoladas.
Os
tipos de impacto desta pandemia são variados; não se trata apenas de uma
ocorrência envolvendo a saúde pública. A necessidade de isolamento ou limitação
do contato entre as pessoas, já teve um efeito muito grande na economia mundial,
desde a produção e distribuição, até a venda de produtos e prestação de serviços.
Lazer, alimentação, ensino, tratamento médico, deslocamentos e trabalho,
tiveram que se adaptar à nova situação e desenvolver formas que limitassem o
contato interpessoal.
O
aspecto da injusta distribuição dos recursos econômicos no Brasil também foi
colocado a nu durante a pandemia, principalmente em seu período mais agudo. Milhões
de pessoas, sem emprego e renda, ficaram em uma situação desesperadora, em
difíceis condições de sobrevivência. Com quase toda a atividade econômica
paralisada, parte considerável da população ficou sem qualquer rendimento,
impossibilitada de comprar alimentos e outros itens de necessidade básica. Por
iniciativa dos deputados de oposição, o governo se viu compelido a concordar
com a distribuição de um auxilio emergencial, durante certo período. Toda esta
situação trouxe de volta, tanto no Brasil quanto no mundo, a discussão sobre
uma renda básica universal; um pagamento mensal a todo e qualquer cidadão, rico
ou pobre, empregado ou desempregado, destinada a atender às suas necessidades
básicas. Se não avança muito a discussão, pelo menos o tema está constantemente
sendo abordado e estudado. A ideia é possibilitar a todo cidadão condições para
que, não importa a atividade que tenha ou venha a exercer, sua sobrevivência
básica esteja garantida.
A
proteção dos recursos naturais é outro tema que chamou a atenção de
empresários, governos e cientistas durante a pandemia. Estudos realizados por
diversos organismos internacionais mostraram que a destruição de ecossistemas,
pode fazer com que seus integrantes tentem sobreviver deslocando-se para outros
ecossistemas e habitats – ou para outros hospedeiros, como no caso dos vírus do
Covid-19, que encontrou um hospedeiro ideal nos sete bilhões de corpos humanos.
As
sociedades humanas foram colocadas frente a frente com toda uma nova gama de
situações pela pandemia. Problemas e desafios, os quais, de uma maneira ou
outra, geralmente foram ignorados ou tratados como secundários. Não seria agora
a hora de gradualmente se encaminhar soluções para estes dilemas?
(Imagens: fotografias de Guido Guidi)
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