“Penso
que um dos aspectos mais deprimentes de uma ditadura, de qualquer espécie, é
que, ao estuda-la, ao examiná-la, ao abordar o fenômeno, você descobre que ela
não seria possível sem muitos cúmplices. Muitos cúmplices, muitos mesmo. Em
certos casos – na maioria deles, eu diria – em larga medida com o apoio da
sociedade, por razões muito diferentes, mas num certo momento é como se uma
enorme parcela da sociedade decidisse renunciar ao direito de ser livre, de
participar na vida social e política, e transferisse esses direitos para um
homem forte. E sem essa renúncia, não creio que alguém como Trujillo ou todos
os grandes ditadores da história tivessem sido possíveis.” (Llosa apud Koval,
pág. 64)
Roman
Koval, Conversas com escritores – Mario Vargas Llosa
(Fotografia de Susan Weiss Rose)
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