“Perdemos
literalmente um século de História, sob o feudalismo contra-reformista
imperial. Antes, claro, desde o Tratado de Utrecht no século XVIII, Portugal se
tornara mero satélite da Inglaterra, situação agravada pela guerras
napoleônicas, as quais puseram D. João VI a correr em cima de nós. E os
ingleses nos confinaram no “modelo exportador”, agora herdado pelos EUA. Na
história do Segundo Império há dezenas de Robertos Campos e Delfins Netos
enunciando que “exportar mais é a solução”, devendo os olhos da cara a Londres
e negligenciando o desenvolvimento interno do país. A maioria do povo pagava e
continua pagando as contas, enquanto a classe “compradora” permanece na sela do
burro manso que é o Brasil. Dos títulos aristocráticos aos de agora, a
diferença é do fedor da nobreza à pseudo-austeridade pseudo-apolítica da
tecnocracia.” (Francis, pág. 141)
Paulo Francis, O afeto que se encerra
0 comments:
Postar um comentário