Ainda a tributação dos ricos

terça-feira, 31 de outubro de 2023

 

(Fonte Niara e Instituto Humanitas Unisinos)


Mary Vieira (1927-2001)

 

(Mary Vieira: monumento em homenagem à FEB - Força Expedicionária Brasileira, na Itália)


Conheça mais sobre a vida e obra da artista no site TEORIA DO DESIGN abaixo:


Leituras diárias

segunda-feira, 30 de outubro de 2023


 

“A imprensa de tipos móveis é tradicionalmente creditada à Alemanha quatrocentista. Na verdade, foi inventada na China, no século XI. O papel também se originou na China, muito antes de ter sido introduzido no Ocidente. E também o papel-moeda, o papel de parede e o papel higiênico. Muitas vezes se afirma que Jethro Tull, o pioneiro agrícola inglês, descobriu a semeadeira em 1701. Na verdade, esta foi inventada na China 2 mil anos antes. O arado de Rotherham, que, com sua aiveca curva de ferro, foi uma ferramenta essencial na Revolução Agrícola inglesa do século XVIII, foi mais uma inovação antecipada pelos chineses. O Tratado sobre agricultura, escrito por Wang Zhen em 1313, estava cheio de implementos então desconhecidos no Ocidente. A Revolução Industrial também foi prefigurada na China. O primeiro alto-forno para fundição de minério de ferro não foi construído em Coalbrookdale em 1709 e sim na China antes de 200 a. C. A mais antiga ponte suspensa de ferro em todo o mundo não é britânica, e sim chinesa; datando de 65 d. C., seus restos ainda podem ser vistos perto de Ching-tung, na província de Yunnan. Mesmo em 1788, os níveis de produção de ferro na Grã-Bretanha ainda eram mais baixos que os da China em 1078. Foram os chineses que revolucionaram pela primeira vez a produção têxtil, com inovações como a roda de fiar e a bobina para enrolar fios de seda, exportadas para a Itália no século XIII. E está longe de ser verdade que os chineses usaram sua invenção mais famosa, a pólvora, unicamente para os fogos de artifício. O livro Huolongjing, de Jiao Yu e Liu Ji, publicado no fim do século XIV, descreve minas terrestres e marítimas, foguetes e balas de canhão, todos ocos e cheios de explosivos. Outras inovações chinesas incluem o inseticida químico, o carretel de pesca, fósforos, a bússola magnética, cartas de baralho, a escova de dentes e o carrinho de mão.

Todos sabem que o golfe foi inventado na Escócia. Mas os registros do mercado de Dong Xuan, da dinastia Song (960-1279), descrevem um jogo chamado chuiwan. Era jogado com dez tacos, incluindo um cuanbang, um pubang e um shaobang, que são mais ou menos análogos a nosso madeira 1 , madeira 2 e madeira 3 . Os tacos eram incrustados com jade e ouro, indicando que o golfe, assim como hoje, era um jogo para as elites.”

 

Niall Ferguson, Civilização: Ocidente X Oriente 

29/10 - DIA NACIONAL DO LIVRO

domingo, 29 de outubro de 2023


 (Fonte: Mensagens 10)

Carl Sagan (1934-1996)

sábado, 28 de outubro de 2023
Leia o livro "Cosmos" do astrônomo e divulgador científico Carl Sagan.

Faça download do livro no link cienciaeculturaufba abaixo:

http://www.cienciaecultura.ufba.br/agenciadenoticias/wp-content/uploads/2020/04/Carl_Sagan_Cosmos_Companhia_das_Letras_21.pdf


LEITURA

sexta-feira, 27 de outubro de 2023


                                    (Fonte: Andre Dahmer / Depósito de Tirinhas)

Richard Dawkins (1941- ) e Stephen Hawking (1942-2018)

quinta-feira, 26 de outubro de 2023

 


Veja diálogo entre os dois famosos cientistas; Dawkins, biólogo e Hawking, físico. Acesso no link de Alexandre Damasceno abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=IuMeOyUSumI

Memories of old days - Gentle Giant

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

 As melhores músicas do rock


Gentle Giant

Álbum: The missing piece (1977)

Música: Memories of old days



Estúdio:

https://www.youtube.com/watch?v=KFxHj7x0DNQ


Ao vivo:

https://www.youtube.com/watch?v=gDrDeFl5hJ8


The Missing Piece é o nono álbum da banda britânica de rock progressivo Gentle Giant, lançado em 1977. Após a turnê do álbum "Interview", esse retorno ao estúdio marcou uma mudança de direção para a banda, com o primeiro lado do álbum explorando direções musicais diferentes das dos álbuns anteriores pelos quais a banda era conhecida, incluindo música pop e punk rock, enquanto o segundo lado conserva a linha de seu estilo característico de rock progressivo. Este foi o último álbum do Gentle Giant nas paradas dos Estados Unidos.​


(Fonte do texto: tradução por Google de texto da Wikipedia)

Ernesto Neto (1964 - )

terça-feira, 24 de outubro de 2023


Conheça mais sobre a vida e obra do artista no link GUIA DAS ARTES abaixo:

https://www.guiadasartes.com.br/ernesto-neto

Leituras diárias

segunda-feira, 23 de outubro de 2023


 

“A forma estética continuará a mudar à medida que a prática política consiga (ou não) construir uma sociedade melhor. Nas condições mais favoráveis, podemos prever um universo comum à arte e à realidade mas, nesse universo comum, a arte conservaria a sua transcendência. Com toda probabilidade, as pessoas não falariam, escreveriam ou comporiam poesia; la prose du monde persistiria. O “fim da arte” só é concebível se os homens não forem mais capazes de distinguir entre verdadeiro e falso, bom e mau, belo e feio, presente e futuro. Isso seria um estado de perfeito barbarismo no auge da civilização – e tal estado é, de fato, uma possibilidade histórica.” (Marcuse, pág. 118)

 

Herbert Marcuse, Contra-revolução e revolta  

Rodolfo Konder (1938-2014)

domingo, 22 de outubro de 2023

 

Rodolfo Konder nasceu e Natal (RN) a 5 de abril de 1938 e morreu em São Paulo em 1 de maio de 2014. Era o segundo filho do intelectual comunista Valério Konder e de Ione Coelho. Foi irmão do filósofo marxista Leandro Konder (1936-2014) e de Luíza Eugênia Konder, casada com o banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga

Formado em jornalismo, atuou nas redações dos principais jornais e revistas do Brasil, como as revistas "Realidade", "Singular Plural", "Visão", "IstoÉ", "Afinal", "Nova", "Playboy", "Hebraica" e "Época", além de diversos jornais, emissoras de rádio e de TV. Durante quatro anos foi editor-chefe e apresentador do Jornal da Cultura, na TV Cultura de São Paulo, e colaborador permanente de "O Estado de S. Paulo" durante dez anos. Rodolfo também publicou artigos nos jornais “Movimento”, “O Diário”, “Voz da Unidade”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal da Tarde”, “Gazeta Mercantil”, “Diário Popular”, “Pasquim”, “O Paiz”, “La Calle”, “El Clarin”, “História”, “Venus”, “Opinião”, “Povos e Países”, “Jornal do Brasil”, “Jornal da Semana”, “Leia Livros”, “Shopping News”, “Américas” e “Shalom”.

Como militante do Partido Comunista do Brasil (PCB), Konder teve de deixar o país durante o regime militar. No período da redemocratização, atuou em grupos de Direitos Humanos e presidiu a seção brasileira da Anistia Internacional.

Rodolfo também atuou na área do ensino, sendo professor de jornalismo na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e diretor das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM). Foi palestrante e conferencista no Brasil e no exterior, abordando temas relacionados ao jornalismo, à liberdade de expressão e à luta pela democracia.

Atuando no serviço público, Rodolfo Konder foi Secretário Municipal da Cultura da cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Paulo Maluf, entre 1993 e 1996, e depois na gestão de Celso Pitta, de 1997 a 2000. Também foi conselheiro da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e diretor da Bienal de São Paulo e do MASP (Museu de Arte de São Paulo), além de presidir a Comissão Municipal para as Comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.

Rodolfo Konder faleceu em 1º de maio de 2014, vítima de insuficiência cardíaca e renal. Era casado com Silvia Gyuru Konder, com quem tinha um filho, Fabio Gyuru Konder.

Suas principais obras são: A ascensão dos generais (Portugal - Editorial Caminho - 1977); Cadeia para os Mortos (1977 - Editora Alfa-Omega); Sob o comando das trevas (Portugal) - Editorial Caminho - 1978); Tempo de Ameaça (1978 - Editora Alfa-Omega); Comando das Trevas (1978 - Editora Global); De Volta aos Canibais (1986 - Sequência Editorial); Anistia Internacional - Uma Porta para o Futuro (1988 - Pontes Editora); O Veterano de Guerra (1988 - Editora Ibla); Erkundungen (1988, Antologia, AlemanhaVerlag Volk und Welt; Palavras Aladas (1992 - Scortecci Editora); O Rio da Nossa Loucura (1994 - Editora Saraiva); As Portas do Tempo (1996 - Editora Saraiva); A Memória e o Esquecimento (1997 - Editora Global); A Palavra e o Sonho (1999 - Editora Global); Hóspede da Solidão (2000 - Hóspede da Solidão); Labirintos de Pedra (2002 - Editora Global); O Conto Brasileiro Hoje (2005 - RG Editores); Rastros na Neve - Viagens de um Jornalista (2005 - Edições UniFMU); Sombras no Espelho (2006 - Edições UniFMU). Em 2001 ganhou o prêmio Jabuti pelo livro Hóspede da Solidão, além dos prêmios Monteiro Lobato (1979), Vladimir Herzog (1982), Hebraica (1995), ECO (2002) e Borba Gato (1996).

 

Frase de Rodolfo Konder

Há outra possibilidade. Talvez Deus seja – como sugere o escritor Gilles Lapouge – o grande oceano do esquecimento, para onde fluem nossas lembranças, nossos sonhos, nossas realizações, as imagens que guardávamos, os odores, os sons, os gostos. Também para lá escorre tudo o que soubemos e perdemos. Os mistérios dos maias, dos teothuacanos, de todos os povos que mergulharam em suas águas turvas, das cidades soterradas, dos centros abandonados, de Sodoma e Gomorra, da Mesopotamia, do Egito dos faraós e da Esfinge; e os nossos princípios morais, a nossa ética, as amizades, os amores, a devoção dos cães, os conhecimentos dos vencidos, os livros queimados, religiões que há muito deixaram de consolar, dúvidas jamais esclarecidas – tudo isso segue nas corredeiras do nosso rio, na direção do desconhecimento que se mistura com a memória, da morte que se confunde com a vida. Deus, afinal, talvez seja mais nossa inexistência e nossa ignorância do que nossos pálidos feitos e nossa enlouquecida aventura.” (Em O grande esquecimento, publicado no Jornal de Letras, da Academia Brasileira de Letras).


 

(Fontes: Site G1; Wikipedia; Jornal de Letras; Agência Brasil)

Enchentes em Santa Catarina

sábado, 21 de outubro de 2023


 "Em sendo assim, o príncipe deve fazer por onde alcançar e sustentar o seu poder: os meios serão sempre julgados honrosos e por todos elogiados, e isto porque apenas às suas aparências e às suas consequências ater-se-á o vulgo, este vulgo cuja presença é predominante no mundo."   -   Nicolau Maquiavel   -  O Príncipe      


O texto abaixo, de minha autoria, foi publicado em final de 2008, mas continua atual. Nesse meio tempo ocorreram várias outras enchentes e deslizamentos de terra Brasil afora e pouca coisa mudou também nessa área nos últimos anos - quando poderia ter mudado. Continuamos repetindo os mesmos erros ao longo do tempo. Por que?

 

Os recentes acontecimentos no Estado de Santa Catarina causaram comoção nacional. A morte trágica de mais de cem pessoas, a destruição de bens, o desmantelamento da infraestrutura e a degradação do meio ambiente, são acontecimentos a serem lamentados, mas dos quais também se deve aprender, para que tais perdas possam ser evitadas no futuro. Fenômenos climáticos ainda são inevitáveis, mas podem ser previstos com alguma antecedência e suas consequências sobre a região podem ser atenuadas através de diversas providências. 

Por ser uma região historicamente sujeita as enchentes, o Estado deveria instalar sistemas mais sofisticados de monitoramento, cujo investimento poderia se pagar em apenas uma temporada de chuvas. Em paralelo, é preciso que os critérios do zoneamento do Estado, notadamente na região do Vale do Itajaí, sejam revistos. A ocupação das encostas dos morros, com consequente destruição da vegetação original – que na maior parte das áreas já não é mais a mata primária –, propicia condições para o desabamento de grandes extensões de terra, quando a quantidade de água no solo atinge níveis críticos. Para que os deslizamentos sejam evitados, serão necessárias grandes obras de contenção de morros.

O governo federal, através de ministérios ligados ao assunto, como o do Meio Ambiente, Ministério das Cidades, Ministério da Agricultura, Ministério dos Transportes, Ministério da Ação Social, Ministério da Ciência e Tecnologia, entre outros, poderia criar um grupo de estudos, formado por especialistas de diversas áreas, para avaliar as prováveis causas (dentro daquelas previsíveis) e consequências do desastre de Santa Catarina. Desta forma, poderiam ser identificados fatores que levariam a tais desastres e ser elaboradas medidas preventivas, que também seriam colocadas em prática em outras áreas urbanas sujeitas a enchentes e desabamentos. Os Estados, através de suas defesas civis, já dispõem de muitas informações sobre o tema e conhecem práticas de prevenção de acidentes. No entanto, a complexidade do assunto requer um numero de informações cada vez maiores.

Outro aspecto que ainda precisa ser considerado nas enchentes de Santa Catarina é o das mudanças climáticas, provocadas pelo aquecimento global. Segundo os especialistas, é provável que o fenômeno ocorrido em Santa Catarina esteja relacionado ao assunto, mas ainda não existe certeza científica. No entanto, é preciso já estar preparado para se lidar com eventos como este no futuro, já que enchentes, secas, ondas de frio e de calor serão cada vez mais comuns. Segundo o Instituto de Pesquisas Espaciais (INPE), nos últimos dez anos ocorreu um aumento na intensidade das secas e das chuvas na região Sul, comparado a um período anterior de 50 anos de observação. O aumento das chuvas e das secas, segundo os cientistas, são indícios de que o planeta está se aquecendo.

O país precisa se preparar para as mudanças climáticas que estão alterando o clima da Terra. Tais mudanças provocarão extremos de temperatura – das mais baixas para as mais altas – e de precipitações pluviométricas – chuvas fortíssimas e longos períodos de estiagem. Quanto melhor estivermos preparados para enfrentarmos tais fenômenos climáticos, mais poderemos evitar prejuízos materiais e perdas de vidas humanas.


(Imagens: pinturas de Christian Damerius)

Mais pra eles!

sexta-feira, 20 de outubro de 2023


 
(Fonte: Ecodebate e Nani)

Clínica da alma

quinta-feira, 19 de outubro de 2023

 

Toda a minha biografia foi acompanhada pelos livros, desde criança quando admirava e ouvia minha mãe com um livro na mão. Aliás, um arco importante da minha vida passou-se entre as estantes, repletas de textos preciosos, de uma biblioteca histórica, como a Ambrosiana de Milão, e agora posso aceder à beleza suprema da Biblioteca do Vaticano. Nestes tempos “invernais” em nível espiritual torna-se espontâneo para mim repetir as palavras do Imperador Adriano criadas por Marguerite Yourcenar. Em anos em que o número de leitores parece afinar-se cada vez mais, sobretudo entre os jovens de olhos fixos apenas na tela de um computador ou de um celular, é necessário fazer ressoar o apelo para cuidar e aproveitar daqueles celeiros da alma.

Mas há mais. Segundo o historiador grego Hecateu de Abdera, no frontão da biblioteca do faraó Ramsés II estava gravada uma definição hieroglífica que ele traduziu da seguinte forma: Psychês iatréion, "clínica da alma". Claro, nem todos os livros curam, como avisava um leitor sábio, o filósofo inglês Francis Bacon: “Alguns livros são provados, outros devorados, pouquíssimos mastigados e digeridos”. No entanto, devemos lembrar que as bibliotecas são semelhantes a encruzilhadas onde se encontram passado e presente, realidade e sonhos, história e esperança, consenso, dissenso, mas sobretudo senso. Talvez tivesse razão um escritor de grande sucesso justamente com os seus romances populares, Stephen King, quando sugeria, talvez apressadamente: "Quando tudo mais falhar, saia e vá para a biblioteca”.

 

(O comentário é do cardeal italiano Gianfranco Ravasi, ex-prefeito do Pontifício Conselho para a Cultura, publicado por Il Sole 24 Ore, 15-10-2023. A tradução é de Luisa Rabolini. Fonte: Revista IHU Online de 19/10/2023)


Empreendedor moderno


(Fonte: Facebook Desenhos do Nando) 


Careful with this axe Eugene - Pink Floyd

quarta-feira, 18 de outubro de 2023

 As melhores músicas do rock


Pink Floyd

Álbum: Ummaguma (1969)

Música: Careful with this axe Eugene






Ummagumma é o quarto álbum de estúdio da banda inglesa de rock progressivo Pink Floyd. É um álbum duplo e foi lançado em 25 de Outubro de 1969 pela editora Harvest Records, no Reino Unido, e pela Capitol Records internacionalmente. O primeiro disco é uma gravação ao vivo que contém parte das músicas que o grupo tocava na época, enquanto que o segundo disco contém músicas compostas por cada membro. O trabalho gráfico foi elaborado pela colaboradora habitual do Pink Floyd, a Hipgnosis, e inclui várias imagens da banda combinadas para dar um efeito Droste.

 

Fonte do texto: Wikipedia 

Francisco Brennand (1927-2019)

terça-feira, 17 de outubro de 2023


Conheça mais sobre a vida e obra do artista no link GUIA DAS ARTES abaixo:

https://www.guiadasartes.com.br/francisco-brennand

Leituras diárias

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

 


“Nas culturas ocidentais é comumente aceito que se celebre o nascimento e se lamente a morte. Mas deve haver um erro aqui. Não faria mais sentido lamentar o nascimento e celebrar a morte? Estranho, porém, porque o luto pelo nascimento, presumivelmente, duraria toda a vida daquela pessoa, de modo que o luto e a vida seriam a mesma coisa.” (Thacker, pág 33)

“No seu livro de título enigmático A Apoteose da Falta de Fundamento, Lev Shestov escreve: ‘Quando uma pessoa é jovem, escreve porque lhe parece que descobriu uma nova verdade todo-poderosa que deve apressar-se a transmitir à humanidade desamparada. Mais tarde, tornando-se mais modesto, começa a duvidar das suas verdades e depois tenta convencer-se. Mais alguns anos se passam, e ele sabe que estava totalmente enganado, então não há necessidade de se convencer. No entanto, ele continua a escrever, porque não está apto para nenhum outro trabalho, e ser considerado uma pessoa supérflua é horrível.’” (Thacker, pág. 67)

 

Eugene Thacker, Pessimismo Cósmico (original Cosmic Pessimism em inglês)


DIA DO PROFESSOR

domingo, 15 de outubro de 2023


 

Emil Cioran (1911-1995)

sábado, 14 de outubro de 2023

Veja entrevista (legendada) com o filósofo Emil Cioran, apresentada originalmente no programa Entrelinhas da TV Cultura.


Acesse o vídeo no link abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=BTsWIKzUnV4

Coisa de rico

sexta-feira, 13 de outubro de 2023









                             (Fonte: Andre Dahmer / Memorial da Democracia) 

Slavoj Zizek (1949 - )

quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Veja vídeo com o filósofo esloveno Slavoj Zizek para o canal Big Think, falando sobre o capitalismo.


Assista o vídeo no link de Bruno Pompeo abaixo:

https://www.youtube.com/watch?v=2tsNQ4EO3Ec

Catherine Parr - Rick Wakeman

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

As melhores músicas do rock


Rick Wakeman 

Álbum: The six wives of Henry VIII (1973)

Música: Catherine Parr





https://www.youtube.com/watch?v=K5DemBYmn5g


Richard "Rick" Christopher Wakeman CBE (Londres18 de maio de 1949) é um tecladista de rock progressivo britânico. Ele é um pianista clássico treinado, e tornou-se bastante famoso por sua virtuosidade. Dúvidas quanto ao futuro do músico erudito no mercado e grandes possibilidades no mundo do rock o fizeram optar por abandonar o conservatório onde estudava, sem se formar. Nos primeiros anos de sua carreira ele foi o pioneiro no uso de vários teclados ao mesmo tempo. Wakeman tem uma carreira solo extremamente longa. Ele também tocou como músico convidado para artistas como Elton JohnBrian May, Alice CooperLou ReedDavid BowieOzzy Osbourne e Black Sabbath. Com David Bowie gravou quando ainda estudava no conservatório de música por volta de 1968-69, e proibido de tocar música pop, participava das sessões de estúdio em segredo.

Wakeman alcançou a fama em 1970 tocando com a banda The Strawbs, juntando-se ao Yes em 1971. Ele entrou e saiu da banda pelo menos quatro vezes, reflexo de um relacionamento turbulento com o grupo. Em 2002 ele voltou ao Yes pela quinta vez.

Rick Wakeman é considerado um dos pais do Rock Progressivo e do Rock Sinfônico. Wakeman é um tecladista brilhante, sendo considerado por muitos, como as mãos mais ágeis dentre todos os tecladistas. Utiliza pianos acústicos, elétricos e eletrônicos; sintetizadores; MinimoogMellotron; todos os tipos de teclados; órgãos, órgão Hammond; clavicórdios etc.


(Fonte do texto: Wikipedia)

Elisa Bracher (1965 - )

terça-feira, 10 de outubro de 2023


Conheça mais sobre a vida e obra do artista no link GUIA DAS ARTES abaixo:

https://www.guiadasartes.com.br/elisa-bracher/biografia

Leituras diárias

segunda-feira, 9 de outubro de 2023

 

 

“Porque o trabalho de Planck revelou que, nos seus primeiros momentos, o nosso universo não era apenas um objeto – era também uma onda. O salto conceitual de De Broglie levou-nos a ver todas as partículas e luz no universo como, intrínseca e simultaneamente, ondas e partículas. Todas as partículas, incluindo você e eu. Incluindo o todo universo! Somos simultaneamente poeira estelar e luz estelar. Somos todos ondas!”

 

Laura Mersini-Houghton, Antes do Big-Bang (original em inglês Before the Big-Bang)

Vladimir (Vlado) Herzog (1937-1975)

domingo, 8 de outubro de 2023

 



Vladimir Herzog, batizado como Vlado Herzog, nasceu na cidade de Osijek, na Iugoslávia, em 27 de junho de 1937 e morreu em São Paulo em 25 de outubro de 1975. Seus pais, Zigmund Herzog e Zora Wolner eram de origem judaica e para escapar ao antissemitismo durante a Segunda Guerra Mundial tiveram que fugir clandestinamente para a Itália, de onde emigraram para o Brasil.

Em São Paulo Vladimir se formou em filosofia na Universidade de São Paulo (USP), em 1959. Começou a trabalhar no jornal “O Estado de São Paulo”, onde passou a assinar suas matérias como “Vladimir”, mas era apelidado de “Vlado” pelos amigos. Por um período de três anos, Vladimir também trabalhou como jornalista na BBC de Londres.

Naturalizou-se brasileiro e nos anos 1970 assumiu a direção do departamento de jornalismo da TV Cultura. Em paralelo a essa atividade, também exercia a profissão de professor de jornalismo da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP. Na mesma época também se dedicava à fotografia, atividade que exercia em paralelo com projetos de cinema e teatro.

Vlado também era ligado aos movimentos de redemocratização do país, e atuava como militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Apesar da política do então presidente Ernesto Geisel em promover a “lenta e gradual abertura política”, ainda havia uma forte oposição a qualquer abertura democrática no comando do II Exército em São Paulo. Foi nesse contexto que se iniciou uma repressão ao PCB, do qual Vlado era militante, sem, no entanto, exercer qualquer tipo de atividade clandestina.

Avisado de que seria chamado para um interrogatório pelo colega também jornalista Paulo Markun, Vladimir Herzog negou-se a fugir. Convocado a prestar depoimento por agentes do II Exército em 24 de outubro de 1975, Vladimir apresentou-se espontaneamente nas instalações do DOI-CODI (Departamento de Operações de Informação - Centro de Operações de Defesa Interna) no dia seguinte. Foi preso com outros dois outros jornalistas, George Benigno Jatahy Duque Estrada e Rodolfo Oswaldo Konder

Vlado, segundo depoimento dos outros dois jornalistas, negou qualquer ligação com o PCB. Em seguida, os outros dois jornalistas foram levados para um corredor, de onde puderam escutar uma ordem para que se trouxesse a máquina de choques elétricos. Para abafar o som da tortura, um rádio com som alto foi ligado. Logo Konder foi obrigado a assinar um documento no qual ele confirma ter aliciado Vladimir "para entrar no PCB e listava outras pessoas que integrariam o partido." Depois disso Konder foi levado à tortura, e Vladimir não mais foi visto com vida.

Naquele mesmo dia, 25 de outubro de 1975, o Serviço Nacional de Informações (SNI) recebeu uma mensagem em Brasília de que "cerca de 15h, o jornalista Vladimir Herzog suicidou-se no DOI/CODI/II Exército". Era comum no período da ditadura que o governo militar anunciasse que as vítimas de suas torturas e assassinatos haviam morrido por "suicídio", fuga ou atropelamento, fato que na época gerou comentários irônicos de que Herzog e outras vítimas haviam sido "suicidadas” pela ditadura. O jornalista Elio Gaspari, que escreveu sobre este terrível período da história brasileira, reporta que "suicídios desse tipo são possíveis, porém raros. No porão da ditadura, tornaram-se comuns, maioria até.”.

O Laudo de Encontro de Cadáver, expedido pela Polícia Técnica de São Paulo, informa que Vladimir Herzog “se enforcara com uma tira de pano - a cinta do macacão que o preso usava - amarrada a uma grade a 1,63 metros de altura”. Ocorre que o macacão dos prisioneiros do DOI-CODI não tinha cinto, o qual era retirado, juntamente com os cordões dos sapatos, segundo a praxe naquele órgão. No laudo, foram anexadas fotos que mostravam os pés do prisioneiro tocando o chão, com os joelhos dobrados - posição na qual o enforcamento era impossível. Foi também constatada a existência de duas marcas no pescoço, típicas de estrangulamento.

Vladimir era judeu, e a tradição judaica manda que suicidas sejam sepultados em local separado. Mas quando os membros da Chevra kadisha – responsáveis pela preparação dos corpos dos mortos segundo os preceitos do judaísmo – preparavam o corpo para o funeral, o rabino Henry Sobel, líder da comunidade, viu as marcas da tortura. "Vi o corpo de Herzog. Não havia dúvidas de que ele tinha sido torturado e assassinado", declarou. Assim, foi decidido que Vladimir seria enterrado no centro do Cemitério Israelita do Butantã, o que significava desmentir publicamente a versão oficial de suicídio. As notícias sobre a morte de Vlado se espalharam, atropelando a censura à imprensa então vigente. Sobel diria mais tarde: "O assassinato de Herzog foi o catalisador da volta da democracia".

Anos depois, em outubro de 1978, o juiz federal Márcio Moraes, em sentença histórica, responsabilizou o governo federal pela morte de Vladimir Herzog e pediu a apuração da sua autoria e das condições em que ocorrera, sem que, no entanto, algo ocorresse. Foi somente em 24 de setembro de 2012 que o registro de óbito de Vladimir Herzog foi retificado, passando a constar que a "morte decorreu de lesões e maus-tratos sofridos em dependência do II Exército – SP (DOI-CODI)", conforme solicitação da Comissão Nacional da Verdade. No ano de 2018, a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasil por negligência na investigação do assassinato do jornalista.

A missa em homenagem a Vladimir Herzog reuniu oito mil pessoas na Praça da Sé, em São Paulo, no dia 31 de outubro de 1975 e foi uma das primeiras grandes manifestações de protesto contra a ditadura militar e suas práticas. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, por seu lado, tentou dificultar ao máximo o acesso à catedral. Mesmo assim, o culto reuniu o então cardeal arcebispo de São Paulo, Dom Paulo Evaristo Arns, o rabino Henry Sobel e o reverendo evangélico Jayme Wright, além de professores, intelectuais, jornalistas e grande número de pessoas empenhadas na redemocratização do país.

O assassinato de Vladimir Herzog deu início a vários movimentos e manifestações de repúdio ao regime militar, unindo todas as forças democráticas da época, empenhadas em reconduzir o país à democracia.

 

Frase de Vladimir Herzog

Quando perdemos a capacidade de nos indignarmos com as atrocidades praticadas contra outros, perdemos também o direito de nos considerarmos seres humanos civilizados”.


 

(Fontes consultadas: Site Brasil de Fato; Wikipedia; Site Pensador; Site da UFBA)

Algumas ideias sobre o impacto da industrialização e do turismo no desenvolvimento de cidades do litoral de São Paulo

sábado, 7 de outubro de 2023

 

"Os discípulos das crenças monoteístas têm convicção semelhante: liberdade, segundo eles, é obedecer a Deus. O que mais querem os seguidores dessas tradições não é nenhum modo de liberdade de escolha. Pelo contrário, eles anseiam por se libertar da escolha."   -   Jon Gray   -   A alma da marionete


"De acordo com o que dissemos até aqui, infere-se, pois, que a civilização é o estágio de desenvolvimento da sociedade em que a divisão do trabalho, a troca daí resultante entre indivíduos e a produção de mercadorias, que resume esses dois aspectos, atinge seu pleno desenvolvimento e revoluciona toda a sociedade anterior."                                                                                       

Friedrich Engels   -  A origem da família, da propriedade privada e do Estado 


Ainda está para ser escrito um estudo sociológico sobre o desenvolvimento da pequena cidade no Brasil, especialmente daquelas que se expandiram durante o período da industrialização e urbanização avançada do país; as consequências econômicas, sociais e culturais. O aumento do número de municípios no Brasil mostra um crescimento a partir dos anos 1950, notadamente no Sudeste, em regiões relativamente próximas às capitais ou no litoral. ¹

A expansão da rede de estradas de rodagem no país já vinha ocorrendo desde os anos 1940, mas tomou impulso mais forte a partir do governo do presidente Juscelino Kubitschek (1956-1961). Sob o lema “governar é construir estradas”, foram pavimentados 6,2 mil quilômetros e construídos 14,9 mil quilômetros de estradas; marco inédito na ampliação da infraestrutura rodoviária até aquele período. A iniciativa também visava criar condições que consolidassem a nascente indústria de veículos automotores, o que também contribuiu para o avanço da industrialização do país, já que propiciou o surgimento de milhares de empresas supridoras de peças e serviços, ligadas ao setor automobilístico.

Os investimentos em infraestrutura no governo Kubitschek atuaram como indutores do desenvolvimento, criando centenas de milhares de novos postos de trabalho. Estas condições terão influência na economia do país, fazendo crescer o consumo e aumentando a circulação de mercadorias, o que significa a geração de renda e resultando na melhoria do padrão de vida dos cidadãos.

Em muitas regiões do país, notadamente no Sudeste e no Sul, forma-se uma nova classe média urbana, que passa a comprar mais; alimentos, vestuários, eletrodomésticos, chegando até a adquirir um veículo e, por vezes, um imóvel. Durante as férias e feriados, muitas famílias agora têm um excedente de recursos, suficientes para viagens de turismo; algo que até há pouco era praticamente impossível ao trabalhador comum.

Em acentuado processo de industrialização desde os anos 1930, o estado de São Paulo vinha  investindo na ampliação de sua malha rodoviária desde os anos 1940, e com a expansão da atividade econômica aumentava este ritmo. A Via Anchieta, que liga São Paulo à cidade de Santos e ao restante do litoral, teve suas duas pistas inauguradas entre 1947 e 1953; a Via Raposo Tavares, que liga a capital ao interior do estado, em 1952. A rodovia Régis Bittencourt, ligando São Paulo ao Vale do Ribeira, a Curitiba e ao Sul do país, foi aberta ao tráfego em 1962. Ainda durante os anos 1960 amplia-se o número de estradas conectando a região metropolitana ao interior e ao litoral.

Com mais dinheiro no bolso do trabalhador, o barateamento dos veículos – já que com a produção nacional tornavam-se também mais acessíveis os veículos importados usados, já rodando no país –, e a expansão da rede rodoviária, aumenta o turismo para o litoral paulista. O movimento de veículos e ônibus de turismo cresce nas estradas, que nos feriados e no final do período de férias escolares chegam a ficar congestionadas; o tráfego na rodovia Anchieta, no trecho da Serra do Mar, já era lento no final dos anos 1960.

Com isso, desde o final dos anos 1950 e início dos 1960 há no litoral de São Paulo uma expansão das áreas loteadas e aumento da construção de casas de veraneio e prédios de apartamentos, atraindo mão de obra externa, geralmente não especializada, para as cidades litorâneas. O crescimento populacional faz com que algumas cidades, antes distritos, se tornem municípios autônomos.

É o caso de Praia Grande, distrito de São Vicente e município autônomo desde 1967; das cidades de Mongaguá e Peruíbe, ambas distritos de Itanhaém e municípios autônomos desde 1959; de Bertioga em 1991, anteriormente fazendo parte do município de Santos; e de Ilha Comprida, pertencente às cidades de Iguape e Cananéia, tornando-se município autônomo desde 1992.

O litoral de São Paulo, principalmente o sul, sempre foi relativamente isolado e de pouco contato com os grandes centros, como a cidade de Santos, e menos ainda com a capital, São Paulo. A região não dispunha de estradas e historicamente teve diminuta relevância econômica. De acesso difícil, o litoral Sul começou a sair de seu isolamento com a chegada da ferrovia, em 1914. As cidades históricas de Iguape e Cananéia, no Vale do Ribeira, apesar das diversas atividades econômicas que tiveram ao longo dos séculos – mineração, agricultura, pesca e construção naval – também viviam em relativo isolamento, devido à dificuldade de acesso (não dispunham de ligação ferroviária e rodoviária com outras regiões). O litoral Norte, comparativamente, já teve outro desenvolvimento. Isto por serem cidades de certa importância histórica – caso de São Sebastião, Ilhabela e Ubatuba, que foram portos de alguma importância – e Caraguatatuba, que já no início do século XX tinha atividades agrícolas e artesanais de certa importância. Todavia, o crescimento em todas estas regiões começou efetivamente com a chegada das rodovias, trazendo os turistas com seus automóveis, seguidos pela expansão das redes elétricas e das comunicações.  

O impacto que o turismo provocou nestas cidades foi grande. Com o aumento da população, formada pelos antigos residentes e novos, migrados à procura de trabalho, assim como os turistas, que construíam casas de veraneio, era preciso ampliar, reorganizar e modernizar os serviços públicos. Novos fenômenos, desconhecidos das antigas administrações, quando a cidade era apenas uma “vila”, surgiam com o crescimento: necessidade de coleta de lixo e construção de um aterro, calçamento e manutenção de ruas (agora percorridas por mais veículos), planejamento urbano e fiscalização de novas áreas loteadas, gerenciamento da incipiente distribuição municipal de água e fiscalização da destinação dos efluentes domésticos (a Sabesp só surgiria em 1973 e a instalação ou expansão das redes de água e esgoto só ocorreria ao longo dos anos 1990 e 2000), ampliação ou construção de um posto de saúde, escolas, áreas de convívio e lazer, do cemitério, etc. Foram e ainda são inúmeros os problemas enfrentados por estas cidades ao longo dos últimos 50-60 anos de sua história. A título de exemplo, a população das cidades do litoral Norte – Ubatuba, Caraguatatuba, Ilhabela e São Sebastião – cresceu em média 5% por década, entre 1970 e 2010, passando de um total de 38.897 para 274.691 habitantes, ao longo das quatro décadas. ²

Também é preciso analisar o impacto que este desenvolvimento teve nas antigas populações das “vilas”, que antes viviam em outras relações sociais e econômicas; estáveis, assentadas em vínculos de parentesco, amizade e status dentro daquelas sociedades, praticamente inalteradas ao longo de vidas inteiras. Agora, com o crescimento das cidades e a chegada de novos moradores e frequentadores, estas pessoas se veem defrontadas com outro modo de vida, baseado principalmente nas transações comerciais, no trabalho remunerado, no consumo, na competição, na impessoalidade, na desconfiança e às vezes na desonestidade, característicos do capitalismo periférico brasileiro.

Outro aspecto a ser estudado, é o efeito desta cultura “invasora”, trazida pelo turismo junto com as novas relações econômicas e sociais, e seu impacto nos costumes, na cultura popular (festas, práticas mágico-religiosas, música, danças, lendas e crendices, alimentação, artesanato, etc.) e nos valores da cidade. 

Desconhecemos se em outras partes do litoral brasileiro ou do interior do país houve um desenvolvimento urbano – com suas implicações econômicas, culturais e ambientais – semelhante. Muito provavelmente não é o caso de cidades que surgiram nas últimas décadas ou daquelas que não passaram por relativo isolamento ao longo de sua história. Por essa razão, consideramos o caso das cidades litorâneas, especialmente as do estado de São Paulo – e mais especificamente ainda as do litoral Sul – um assunto a ser estudado mais a fundo por historiadores e sociólogos. Trata-se, em nossa opinião, de uma amostra da história do desenvolvimento do capitalismo e da industrialização em determinada região do país, e de seus efeitos econômicos, sociais e culturais nas sociedades ali localizadas.

¹ Evolução dos municípios brasileiros (1872-2010). Disponível em: https://www.tudogeo.com.br/2020/08/06/evolucao-dos-municipios-brasileiros-1872-2010/. Acesso em 27/09/2023.

² Crescimento urbano e áreas de risco no litoral norte de São Paulo. Disponível em:https://www.scielo.br/j/rbepop/a/PNGyCQW6T8jjkfdHTw5DKys/abstract/?format=html&lang=pt Acesso em 29/09/2023


(Imagens: pinturas de Sol LeWitt)