Rodolfo Konder nasceu
e Natal (RN) a 5 de abril de 1938 e morreu em São Paulo em 1 de maio de 2014. Era
o segundo filho do intelectual comunista Valério
Konder e de Ione Coelho. Foi irmão do filósofo marxista Leandro
Konder (1936-2014) e de Luíza Eugênia Konder, casada com
o banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga.
Formado
em jornalismo, atuou nas redações dos principais jornais e revistas do Brasil,
como as revistas "Realidade", "Singular Plural",
"Visão", "IstoÉ", "Afinal", "Nova",
"Playboy", "Hebraica" e "Época", além de diversos
jornais, emissoras de rádio e de TV. Durante quatro anos foi editor-chefe e
apresentador do Jornal da Cultura, na TV Cultura de São Paulo, e colaborador
permanente de "O Estado de S. Paulo" durante dez anos. Rodolfo também
publicou artigos nos jornais “Movimento”, “O Diário”, “Voz da
Unidade”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal da Tarde”, “Gazeta
Mercantil”, “Diário Popular”, “Pasquim”, “O Paiz”, “La
Calle”, “El Clarin”, “História”, “Venus”, “Opinião”, “Povos
e Países”, “Jornal do Brasil”, “Jornal da Semana”, “Leia Livros”, “Shopping
News”, “Américas” e “Shalom”.
Como
militante do Partido Comunista do Brasil (PCB), Konder teve de deixar o país
durante o regime militar. No período da redemocratização, atuou em grupos de
Direitos Humanos e presidiu a seção brasileira da Anistia Internacional.
Rodolfo
também atuou na área do ensino, sendo professor de jornalismo na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)
e diretor das Faculdades Integradas Alcântara
Machado (FIAM). Foi palestrante e conferencista no Brasil e no
exterior, abordando temas relacionados ao jornalismo, à liberdade de expressão
e à luta pela democracia.
Atuando
no serviço público, Rodolfo Konder foi Secretário Municipal da Cultura da
cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Paulo Maluf,
entre 1993 e 1996, e depois na gestão de Celso Pitta,
de 1997 a 2000. Também foi conselheiro da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura)
e diretor da Bienal de São Paulo e do MASP (Museu de Arte
de São Paulo), além de presidir a Comissão Municipal para as Comemorações dos
500 anos do Descobrimento do Brasil.
Rodolfo
Konder faleceu em 1º de maio de 2014, vítima de insuficiência cardíaca e renal. Era casado com Silvia Gyuru Konder, com
quem tinha um filho, Fabio Gyuru Konder.
Suas
principais obras são: A ascensão dos
generais (Portugal - Editorial
Caminho - 1977); Cadeia para os
Mortos (1977 - Editora Alfa-Omega); Sob o comando das trevas (Portugal)
- Editorial Caminho - 1978); Tempo de Ameaça (1978
- Editora Alfa-Omega); Comando das Trevas (1978
- Editora Global); De Volta aos Canibais (1986 - Sequência Editorial); Anistia Internacional - Uma Porta para o
Futuro (1988 - Pontes Editora); O Veterano de Guerra (1988 - Editora Ibla); Erkundungen (1988, Antologia, Alemanha) Verlag Volk und Welt; Palavras Aladas (1992 - Scortecci Editora); O Rio da Nossa Loucura (1994 - Editora
Saraiva); As Portas do Tempo (1996
- Editora Saraiva); A Memória e o
Esquecimento (1997 - Editora Global); A Palavra e o Sonho (1999 - Editora Global); Hóspede da Solidão (2000 - Hóspede
da Solidão); Labirintos de Pedra (2002
- Editora Global); O Conto Brasileiro
Hoje (2005 - RG Editores); Rastros na Neve - Viagens de um Jornalista (2005
- Edições UniFMU); Sombras no Espelho (2006 - Edições
UniFMU). Em 2001 ganhou o prêmio Jabuti pelo livro Hóspede da Solidão, além dos prêmios Monteiro Lobato (1979),
Vladimir Herzog (1982), Hebraica (1995), ECO (2002) e Borba Gato (1996).
Frase
de Rodolfo Konder
“Há outra possibilidade. Talvez Deus seja –
como sugere o escritor Gilles Lapouge – o grande oceano do esquecimento, para
onde fluem nossas lembranças, nossos sonhos, nossas realizações, as imagens que
guardávamos, os odores, os sons, os gostos. Também para lá escorre tudo o que
soubemos e perdemos. Os mistérios dos maias, dos teothuacanos, de todos os
povos que mergulharam em suas águas turvas, das cidades soterradas, dos centros
abandonados, de Sodoma e Gomorra, da Mesopotamia, do Egito dos faraós e da
Esfinge; e os nossos princípios morais, a nossa ética, as amizades, os amores,
a devoção dos cães, os conhecimentos dos vencidos, os livros queimados,
religiões que há muito deixaram de consolar, dúvidas jamais esclarecidas – tudo
isso segue nas corredeiras do nosso rio, na direção do desconhecimento que se
mistura com a memória, da morte que se confunde com a vida. Deus, afinal,
talvez seja mais nossa inexistência e nossa ignorância do que nossos pálidos
feitos e nossa enlouquecida aventura.” (Em O grande esquecimento, publicado
no Jornal de Letras, da Academia Brasileira de Letras).
(Fontes: Site G1; Wikipedia; Jornal de Letras; Agência Brasil)
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