Rodolfo Konder (1938-2014)

domingo, 22 de outubro de 2023

 

Rodolfo Konder nasceu e Natal (RN) a 5 de abril de 1938 e morreu em São Paulo em 1 de maio de 2014. Era o segundo filho do intelectual comunista Valério Konder e de Ione Coelho. Foi irmão do filósofo marxista Leandro Konder (1936-2014) e de Luíza Eugênia Konder, casada com o banqueiro Antônio Carlos de Almeida Braga

Formado em jornalismo, atuou nas redações dos principais jornais e revistas do Brasil, como as revistas "Realidade", "Singular Plural", "Visão", "IstoÉ", "Afinal", "Nova", "Playboy", "Hebraica" e "Época", além de diversos jornais, emissoras de rádio e de TV. Durante quatro anos foi editor-chefe e apresentador do Jornal da Cultura, na TV Cultura de São Paulo, e colaborador permanente de "O Estado de S. Paulo" durante dez anos. Rodolfo também publicou artigos nos jornais “Movimento”, “O Diário”, “Voz da Unidade”, “Folha de S. Paulo”, “Jornal da Tarde”, “Gazeta Mercantil”, “Diário Popular”, “Pasquim”, “O Paiz”, “La Calle”, “El Clarin”, “História”, “Venus”, “Opinião”, “Povos e Países”, “Jornal do Brasil”, “Jornal da Semana”, “Leia Livros”, “Shopping News”, “Américas” e “Shalom”.

Como militante do Partido Comunista do Brasil (PCB), Konder teve de deixar o país durante o regime militar. No período da redemocratização, atuou em grupos de Direitos Humanos e presidiu a seção brasileira da Anistia Internacional.

Rodolfo também atuou na área do ensino, sendo professor de jornalismo na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e diretor das Faculdades Integradas Alcântara Machado (FIAM). Foi palestrante e conferencista no Brasil e no exterior, abordando temas relacionados ao jornalismo, à liberdade de expressão e à luta pela democracia.

Atuando no serviço público, Rodolfo Konder foi Secretário Municipal da Cultura da cidade de São Paulo durante a gestão do prefeito Paulo Maluf, entre 1993 e 1996, e depois na gestão de Celso Pitta, de 1997 a 2000. Também foi conselheiro da Fundação Padre Anchieta (TV Cultura) e diretor da Bienal de São Paulo e do MASP (Museu de Arte de São Paulo), além de presidir a Comissão Municipal para as Comemorações dos 500 anos do Descobrimento do Brasil.

Rodolfo Konder faleceu em 1º de maio de 2014, vítima de insuficiência cardíaca e renal. Era casado com Silvia Gyuru Konder, com quem tinha um filho, Fabio Gyuru Konder.

Suas principais obras são: A ascensão dos generais (Portugal - Editorial Caminho - 1977); Cadeia para os Mortos (1977 - Editora Alfa-Omega); Sob o comando das trevas (Portugal) - Editorial Caminho - 1978); Tempo de Ameaça (1978 - Editora Alfa-Omega); Comando das Trevas (1978 - Editora Global); De Volta aos Canibais (1986 - Sequência Editorial); Anistia Internacional - Uma Porta para o Futuro (1988 - Pontes Editora); O Veterano de Guerra (1988 - Editora Ibla); Erkundungen (1988, Antologia, AlemanhaVerlag Volk und Welt; Palavras Aladas (1992 - Scortecci Editora); O Rio da Nossa Loucura (1994 - Editora Saraiva); As Portas do Tempo (1996 - Editora Saraiva); A Memória e o Esquecimento (1997 - Editora Global); A Palavra e o Sonho (1999 - Editora Global); Hóspede da Solidão (2000 - Hóspede da Solidão); Labirintos de Pedra (2002 - Editora Global); O Conto Brasileiro Hoje (2005 - RG Editores); Rastros na Neve - Viagens de um Jornalista (2005 - Edições UniFMU); Sombras no Espelho (2006 - Edições UniFMU). Em 2001 ganhou o prêmio Jabuti pelo livro Hóspede da Solidão, além dos prêmios Monteiro Lobato (1979), Vladimir Herzog (1982), Hebraica (1995), ECO (2002) e Borba Gato (1996).

 

Frase de Rodolfo Konder

Há outra possibilidade. Talvez Deus seja – como sugere o escritor Gilles Lapouge – o grande oceano do esquecimento, para onde fluem nossas lembranças, nossos sonhos, nossas realizações, as imagens que guardávamos, os odores, os sons, os gostos. Também para lá escorre tudo o que soubemos e perdemos. Os mistérios dos maias, dos teothuacanos, de todos os povos que mergulharam em suas águas turvas, das cidades soterradas, dos centros abandonados, de Sodoma e Gomorra, da Mesopotamia, do Egito dos faraós e da Esfinge; e os nossos princípios morais, a nossa ética, as amizades, os amores, a devoção dos cães, os conhecimentos dos vencidos, os livros queimados, religiões que há muito deixaram de consolar, dúvidas jamais esclarecidas – tudo isso segue nas corredeiras do nosso rio, na direção do desconhecimento que se mistura com a memória, da morte que se confunde com a vida. Deus, afinal, talvez seja mais nossa inexistência e nossa ignorância do que nossos pálidos feitos e nossa enlouquecida aventura.” (Em O grande esquecimento, publicado no Jornal de Letras, da Academia Brasileira de Letras).


 

(Fontes: Site G1; Wikipedia; Jornal de Letras; Agência Brasil)

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