"Quero convencer os meus leitores de que o Imperialismo é símbolo típico do final. Produz petrificações como os impérios egípcio, chinês, romano ou como os mundos da Índia e do Islã, petrificações que ainda perduram por séculos e mesmo milênios, passando das mãos de um conquistador às de outro, corpos mortos, amorfos, desanimados, matéria gasta de uma grande história." - Oswald Spengler - A Decadência do Ocidente
Em várias partes do mundo
persistem os problemas de saúde ligados à falta de alimentos. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS) a subnutrição ainda é causa indireta de
cerca de 30% das mortes de crianças no mundo. Afetando o desenvolvimento físico
e mental de milhões de crianças, a subalimentação também compromete seu
desenvolvimento intelectual e profissional, diminuindo o número de cidadãos
preparados para contribuir com o desenvolvimento de seus países.
Este é o ciclo vicioso a que
são condenadas regiões pobres em todo o mundo: falta de acesso a alimentos gera
subnutrição. Esta prejudica o desenvolvimento intelectual e profissional de
parte da população. Na falta de cidadãos preparados, o crescimento da economia
fica comprometido e desta forma não geram-se menos recursos para produzir ou
comprar alimentos para toda a população - principalmente aquela mais
necessitada. Por isso, é preciso que os países detentores de tecnologia agrícola
desenvolvida atuem nestes países na transferência de conhecimentos.
A fome ainda presente no
século XXI não é por falta de alimentos. A produção mundial de comida é
suficiente para abastecer os atuais 7,3 bilhões de habitantes da Terra. Se parte
da população dos países menos desenvolvidos não tem acesso a quantidades
suficientes de comida, isto se deve a fatores como insuficiente produção local;
falta de recursos do país para adquirir alimentos no mercado internacional; e elevação
dos preços internacionais devido a ações especulativas, entre outros.
A Organização das Nações
Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) alerta que a população mundial
deverá atingir 9 bilhões em 2050, o que incrementará a procura por alimentos.
Segundo os especialistas, para fazer frente a esta demanda, o mundo deverá
atacar este problema em três frentes principais. Primeiro, aumentar a produção
de produtos agrícolas, sem comprometer os recursos naturais, não avançando
sobre áreas de vegetação natural. Isto significa que o Brasil, por exemplo,
precisará investir muito mais em pesquisa e tecnologia - o que em parte já vem
fazendo - para obter uma melhor produtividade das áreas agrícolas já
existentes.
O segundo aspecto a ser
considerado é a melhoria dos sistemas de armazenagem e distribuição das
colheitas. Dados apontam que cerca de 30% dos produtos agrícolas mundiais são
perdidos entre o campo e o ponto de venda do produto. Será necessário, na
maioria dos países produtores, construir mais silos e armazéns, ampliar a rede
rodoviária, ferroviária e ampliar e modernizar as instalações portuárias.
A última providência
sugerida pelos estudiosos é reduzir a perda de alimentos nos pontos de venda e
entre os consumidores.Segundo um relatório
elaborado pela FAO, depois de comprados, aproximadamente 50% dos alimentos são
jogados fora, tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. No Brasil aproximadamente 70.000 toneladas (aproximadamente 2.800
carretas) de alimentos acabam no lixo a cada ano. Compra
de produtos em excesso, mal acondicionamento; são fatores que fazem com que
milhões de famílias descartem quantidade imensas de alimentos, sem
reaproveitá-las. No futuro serão necessárias campanhas em todos os países -
principalmente os ricos - incentivando e ensinando o reaproveitamento de
alimentos. Se os alimentos forem melhor manuseados e aproveitados, haverá
comida para todos.
(Imagens: gravuras de Jacob Steinhardt)
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