"Eu realmente não comecei a aprender nada, até depois de ter concluído meus estudos." - Anatole France, citado em Quips & Quotes de Evan Esar
A indústria automobilística
é um dos mais importantes segmentos do setor industrial em todo o planeta. No
Brasil, o setor automobilístico emprega cerca 140 mil pessoas e gera em torno
de um milhão de postos de trabalho indiretos, em diversas áreas da economia.
Apesar disso, o automóvel é um dos produtos industriais que mais gera impacto
ambiental; desde sua fabricação, passando por seu uso, até sua destinação
final.
Um dos mais cobiçados bens
de consumo da economia de mercado desde a segunda metade do século XX, o
automóvel é filho dileto da Revolução Industrial. Desenvolvido no final do
século XIX como meio de transporte das elites abastadas da Europa, o veículo
foi popularizado nos Estados Unidos pelo aumento do número de fabricantes e a
introdução da linha de produção nas fábricas de Henry Ford.
Após a Segunda Guerra, quando as grandes marcas automobilísticas se estabeleceram em novos mercados consumidores – entre os quais o Brasil –, o carro se transformou em símbolo de ascensão social da nascente classe média urbana. Além disso, influenciou o desenvolvimento viário e o transporte público das cidades, cujas administrações passaram a dar prioridade ao transporte individual, atendendo a demanda dos grupos econômicos mais influentes.
Após a Segunda Guerra, quando as grandes marcas automobilísticas se estabeleceram em novos mercados consumidores – entre os quais o Brasil –, o carro se transformou em símbolo de ascensão social da nascente classe média urbana. Além disso, influenciou o desenvolvimento viário e o transporte público das cidades, cujas administrações passaram a dar prioridade ao transporte individual, atendendo a demanda dos grupos econômicos mais influentes.
A hegemonia do automóvel
também trouxe problemas ambientais: atualmente os veículos são a quarta maior
fonte poluidora da atmosfera do planeta. No Brasil, o problema é minorado
graças à adição de 25% de etanol à gasolina e aos carros flex utilizando 100% etanol,
o que faz com que nosso combustível seja mais renovável do que os de outros
países. Mesmo assim, ainda há muito que fazer quanto à eficiência dos motores
da maioria dos veículos populares vendidos no país.
Outro aspecto é quanto à
reciclagem dos componentes dos veículos, depois de seu uso. Segundo empresas
que atuam no mercado de reuso e reciclagem de peças automotivas, dos veículos
modernos com menos de 15 anos, 85% dos componentes são reaproveitáveis, 10% é
reciclável e apenas 5% devem ser descartados. Nos Estados Unidos cerca de 80%
dos veículos passam por um processo de reciclagem e na Europa 75%. No Brasil,
segundo dados mais recentes, apenas 2,5% dos veículos vão para a reciclagem,
enquanto que 97,5% acabam em depósitos e desmanches, onde uma parte
considerável dos componentes e das peças ainda utilizáveis termina sendo
descartada.
O princípio por trás da
reciclagem e do reuso das peças de veículos é o mesmo de toda a economia
circular: poupar os recursos naturais. Se menos peças precisarem ser
fabricadas, menos minério de ferro e alumínio será extraído; o reuso de peças
de plástico economiza petróleo; o reaproveitamento de materiais diminui o uso
de água e eletricidade. É o princípio de gestão que empresas de vanguarda na
indústria automobilística, como a General Motors, a Ford, a BMW, a Audi e a
Nissan já vêm utilizando.
A legislação sobre
reciclagem de peças automotivas, recentemente criada, além de coibir os
desmanches ilegais, abre um novo mercado de atuação para centenas de
recicladoras.
(Imagens: fotografias de Mário de Andrade)
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