E esteja totalmente morto.
Então faça o que quiser,
Tudo estará bem."
Bunan, mestre zen citado por Philip Kapleau em "Roda da vida e da morte."
Bunan, mestre zen citado por Philip Kapleau em "Roda da vida e da morte."
Duas boas notícias sobre o meio ambiente, especificamente sobre as mudanças climáticas, foram recentemente publicadas na imprensa. São parte de uma tendência que aos poucos parece se impor em todo o mundo, à medida que se torna mais conhecido o fenômeno das mudanças climáticas e suas consequências em médio e longo prazo sobre nossa civilização.
A primeira diz respeito ao
aumento do uso de energias renováveis. O estado de São Paulo ocupa o segundo
lugar em número de conexões de microgeração, tendo aumentado o número de pontos
de 106 em 2015, para 711 em 2016 – uma expansão de 670%. No país já são 4.955
pontos de energia solar e 39 de energia eólica. A microgeração de energia
distribuída é a geração de eletricidade através de uma central geradora com
potência instalada menor ou igual a 100 kW, utilizando fontes de energia
renovável, como fotovoltaica, eólica, biomassa, entre outras. Se até há pouco
tempo a energia solar fotovoltaica era vista apenas em filmes e reportagens,
atualmente ela começa a se tornar comum, incentivada pela resolução 482/2012 da
Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), possibilitando a autogeração de
eletricidade com posterior desconto na conta de luz. O Ministério das Minas e
Energia prevê que até 2024, cerca de 700 mil consumidores residenciais e
comerciais deverão utilizar pequenas unidades de energia fotovoltaica.
O aumento do uso das
energias renováveis é positivo para o país. A maior parte da eletricidade no
Brasil é gerada a partir de fontes renováveis, como a água, o vento e a
biomassa. No entanto, apesar dos reservatórios das hidrelétricas voltarem a ter
água, uma parte significativa de nossa eletricidade – cerca de 8% – ainda
provém das termelétricas movidas a óleo ou carvão mineral. Diminuir cada vez
mais a dependência de combustíveis fósseis, emissores de gases poluentes,
ajudará o país a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa.
Outro fato positivo divulgado
pela mídia é a assinatura de um acordo mundial, visando eliminar
progressivamente as emissões dos HFCs (hidrofluorcarbonetos). Estes gases
passaram a ser usados em sistemas de ar condicionado, refrigeradores e sistemas
de refrigeração para substituir os gases CFC (clorofluorcarbonos), que
destruíam a camada de ozônio da Terra. No entanto, descobriu-se que o HFC tem
capacidade de captar calor 14.800 vezes superior ao dióxido de carbono (CO²),
contribuindo bastante para o aquecimento da atmosfera.
Segundo o acordo, a Europa e
os Estados Unidos, que dispõem das maiores quantidades de aparelhos e sistemas
de refrigeração e ar condicionado, serão obrigados a reduzirem suas emissões
deste gás em 10% até 2019 e 85% até 2036, tendo como base os níveis de emissão
de 2001-2013. Os demais países, incluindo o Brasil, deverão começar a diminuir
as emissões deste gás a partir de 2024. Segundo os cientistas, a redução do HFC
na atmosfera poderá evitar o aumento de 0,5ºC na temperatura medial global até
2100.
Fatos como esses mostram que
tanto local como globalmente está aumentando a conscientização em relação ao
meio ambiente. Se muitas vezes, como no caso do Brasil, a motivação é econômica
(a autogeração de eletricidade é mais barata), isto é um indicativo de que as
tecnologias limpas tendem a tornar-se mais econômicas e deverão substituir
aquelas mais poluentes.
(Imagens: pinturas de Edward Munch)
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